O uso da melatonina e o papel do fisioterapeuta no combate à apneia do sono

Recentemente, tem se tornado comum ouvir relatos de pessoas com dificuldades para conseguir uma boa noite de sono. O aumento do uso de melatonina para induzir o sono, sem orientação médica, reflete uma busca desesperada por alívio rápido. Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, sendo a apneia um dos problemas subdiagnosticados e de maior impacto na saúde.

Patricia Angeli da Silva Pigati, coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera, destaca que o fisioterapeuta especializado pode ser um grande aliado no tratamento da apneia do sono, um dos distúrbios mais comuns e perigosos.

A crise do sono no Brasil

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O sono é uma necessidade vital para a saúde física e mental. No entanto, a modernidade trouxe consigo uma série de desafios que perturbam o descanso noturno. Entre esses desafios está a crescente prevalência de distúrbios do sono. De acordo com a ABS, milhões de brasileiros sofrem com problemas que vão desde a insônia até a apneia obstrutiva do sono.

Este último é particularmente perigoso, pois envolve paradas respiratórias repetidas durante o sono, o que pode levar a uma série de problemas de saúde graves.

A melatonina, um hormônio natural que regula o ciclo do sono, tornou-se uma solução popular para aqueles que lutam para adormecer. No entanto, seu uso indiscriminado e sem orientação médica pode mascarar problemas mais sérios. A melatonina pode ser útil em alguns casos, mas não resolve a causa subjacente dos distúrbios do sono, como a apneia. É essencial que o uso desse suplemento seja acompanhado por um profissional de saúde para evitar dependência e outros efeitos colaterais.

O que é apneia do sono?

Patricia Angeli da Silva Pigati explica que a apneia obstrutiva do sono é uma condição em que a pessoa para de respirar repetidamente durante a noite devido ao bloqueio das vias aéreas. “Isso diminui o oxigênio no corpo e interrompe o sono, além de aumentar o risco de problemas de saúde graves, como hipertensão e doenças cardíacas”, afirma. A falta de um sono reparador também aumenta a suscetibilidade a acidentes no trânsito e no trabalho, devido à sonolência diurna excessiva.

O fisioterapeuta especializado em sono pode ser um grande aliado no diagnóstico e tratamento de distúrbios do sono. Pigati ressalta que “o profissional realiza uma avaliação minuciosa e decide, juntamente com o paciente, as opções de tratamento, muitas vezes em conjunto com médicos, dentistas e fonoaudiólogos”.

No que compete à atuação exclusiva do fisioterapeuta, técnicas de relaxamento, exercícios para melhorar a respiração e o posicionamento corporal durante o sono são fundamentais. Além disso, o uso de aparelhos que ajudam a respirar melhor à noite é recomendado para pacientes com apneia do sono moderada e grave.

A terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é um tratamento eficaz para apneia do sono, mas muitos pacientes abandonam o uso devido à falta de suporte adequado. “O fisioterapeuta do sono é essencial para orientar o paciente na escolha da máscara e na adaptação à terapia CPAP”, explica Patricia. O acompanhamento regular melhora a adesão ao tratamento, garantindo que os pacientes continuem a usá-lo e obtenham os benefícios esperados.

Muitas pessoas sofrem de apneia do sono sem saber. Estima-se que cerca de 32% dos paulistanos tenham essa condição, mas poucos procuram ajuda. Um dos principais sinais é o ronco alto, noites de sono inquieto e cansaço excessivo durante o dia. “Se você ou alguém que conhece apresenta esses sintomas, é importante procurar um profissional de saúde especialista em sono”, aconselha Pigati. O diagnóstico e tratamento adequados podem melhorar significativamente a qualidade de vida e a funcionalidade diária.

Além dos tratamentos específicos, o fisioterapeuta orienta sobre a higiene do sono, um conjunto de práticas que promovem um sono de qualidade. Estas incluem manter um horário regular para dormir, criar um ambiente propício ao sono, evitar estimulantes como cafeína e eletrônicos antes de dormir, e praticar atividades relaxantes à noite. Mudanças no estilo de vida, como a perda de peso e a prática regular de exercícios físicos, também são recomendadas para reduzir os sintomas da apneia do sono.

Os distúrbios do sono têm um impacto significativo na saúde pública. A falta de sono adequado está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e acidentes. Além disso, afeta a produtividade e a qualidade de vida. Investir em tratamentos eficazes e em profissionais especializados, como fisioterapeutas do sono, é essencial para abordar esta questão de saúde pública.

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