Medicina poderá sofrer revolução com nova bateria verde brasileira

Cientistas brasileiros e americanos uniram esforços para criar uma bateria inovadora para a área médica, conhecida como bateria “verde”. Esta tecnologia, baseada em gelatina vegetal, representa um avanço significativo sobre as baterias convencionais feitas de prata ou lítio, sendo menos tóxica e mais segura para uso humano.


A Necessidade de Uma Alternativa Mais Segura

Perigos das Baterias Convencionais

As baterias convencionais, frequentemente utilizadas em dispositivos médicos implantáveis, representam um risco à saúde humana. Seu vazamento pode causar danos graves, como perfuração de órgãos internos e queimaduras severas. Essa preocupação levou os pesquisadores a buscar uma solução mais segura e ambientalmente amigável.


Desenvolvimento da Bateria “Verde”

Inovação Sustentável

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP e da Universidade Harvard desenvolveram o protótipo desta bateria única. Utilizando agarose, um polímero extraído de algas marinhas e vendido comercialmente como gelatina vegetal, a bateria é biocompatível e pode ser absorvida pelo organismo ou descartada em lixo comum.

Potencial e Aplicações

Com a capacidade de produzir aproximadamente 0,75 volts, a bateria “verde” pode alimentar uma variedade de dispositivos médicos, como biossensores ingeríveis e microchips implantáveis. Sua voltagem e corrente podem ser ajustadas conforme necessário, e uma única carga pode fornecer energia por cerca de 100 horas.


Benefícios e Futuro da Tecnologia

Segurança e Acessibilidade

A bateria “verde” é mais segura para pacientes e também mais acessível. Por ser composta de materiais abundantes no meio ambiente, seu custo de produção é relativamente baixo, o que pode democratizar o acesso a dispositivos médicos avançados.

Publicação e Viabilidade

Os resultados dos testes desta bateria

foram publicados no Journal of Materials Chemistry, indicando que o produto está pronto para ser fabricado em larga escala. A pesquisa, liderada por Graziela Sedenho e coordenada por Frank Crespilho, financiada pela FAPESP, demonstra a viabilidade da tecnologia para aplicações médicas e possivelmente para uso em dispositivos eletrônicos gerais.

Expansão do Uso

Com o sucesso do protótipo, os pesquisadores agora visam aplicar a bateria em equipamentos maiores, como marca-passos e outros dispositivos eletrônicos. Esta expansão pode marcar uma revolução na forma como a energia é fornecida e gerenciada em dispositivos médicos e eletrônicos, combinando eficiência com responsabilidade ambiental.


A bateria “verde” é um exemplo notável de inovação e colaboração internacional. Este avanço não apenas promete melhorar a segurança dos dispositivos médicos implantáveis, mas também abre caminho para uma nova geração de eletrônicos sustentáveis. À medida que a tecnologia evolui, ela tem o potencial de transformar diversos setores, destacando a importância da pesquisa e do desenvolvimento sustentável na ciência contemporânea.