Investigação revela que a sogra da professora envenenada tinha dívidas de até R$ 300 mil e que o marido foi mandante do crime
A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte de Larissa Rodrigues, professora envenenada em Ribeirão Preto, São Paulo. O marido e a sogra da vítima foram indiciados na sexta-feira (27) por homicídio qualificado.
Elizabete Arrabaça e o filho Luiz Antônio Garnica estão presos desde 6 de maio. Os investigadores acreditam que a morte da professora envenenada foi premeditada.
O marido de Larissa teria sido o mandante do crime, enquanto a sogra foi apontada como executora. A Polícia Civil concluiu que o assassinato foi motivado por questões financeiras.
“Os dois teriam interesses financeiros. Em relação a isso, ficou muito evidenciado para a gente através de trocas de mensagens”, declarou o delegado Fernando Bravo em coletiva de imprensa. “As provas indicam que quem forneceu o veneno teria sido a Elizabete”.
A professora de pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, foi encontrada morta dentro de casa no dia 22 de março, após descobrir uma traição do marido e pedir o divórcio. O laudo toxicológico revelou a presença de chumbinho no corpo.
Em carta escrita na prisão, a sogra chegou a admitir que deu veneno à nora acidentalmente, contudo, negou a versão em novo depoimento nesta semana. A defesa de Elizabete Arrabaça afirmou ao ND Mais que “recebe com tranquilidade” o inquérito final e aguarda análise do Ministério Público, que deve formalizar a denúncia nos próximos dias.
“Aos olhos da defesa técnica, os fatos nele descritos não imputam de forma clara e definitiva a autoria à Elizabete, pelo contrário, constatamos várias incongruências e divergências na imputação deste crime a ela”, disse o advogado Bruno Corrêa Ribeiro.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Luiz Antônio Garnica, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. O espaço segue aberto.
A Polícia Civil descobriu que a sogra da professora envenenada acumula dívidas de jogos, o que levantou a hipótese de motivação financeira.
“Através dos telefones celulares, nós encontramos dívidas dela, muitas pesquisas de jogos de azar, renegociação de dívidas. Isso foi até confirmado pela filha, que até acrescentou que ela teria mais de 300 mil reais em dívida”, revelou o delegado Fernando Bravo.
O médico Luiz Antônio Garnica, marido de Larissa, teria tentado movimentar a conta bancária da esposa logo após a morte.
“Está sendo levantada a situação econômica de todos. A situação do Luiz também não era confortável. A informação do inquérito é que ele teria pedido dinheiro emprestado ao pai no início de março”, disse o promotor de Justiça Marcos Túlio Alves Nicolino ao Domingo Espetacular.
Além da morte da nora, Elizabete Arrabaça é investigada por envenenar a própria filha, Nathália Garnica. A veterinária de 42 anos morreu em fevereiro, pouco mais de um mês antes da cunhada Larissa Rodrigues.
As semelhanças entre os dois casos levaram a polícia a exumar o corpo de Nathália, cujo óbito havia sido inicialmente atribuído a causas naturais. O laudo indicou a presença de chumbinho, comprovando a hipótese de envenenamento.
Em depoimento à Polícia Civil, o namorado da veterinária afirmou que Elizabete não visitava a filha havia dois meses quando decidiu passar alguns dias na residência do casal.
Paulo Henrique saiu de casa para evitar conflitos com a sogra, até receber a notícia de que Nathália havia infartado. Ele ainda disse que Elizabete se apressou em vender todos os bens da filha.
“Com o laudo, está claro que houve um crime macabro, pelo que a gente tem percebido”, destacou o delegado José Carvalho de Araújo.
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Fonte ND+
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