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Arqueólogos descobrem mansão perdida de 1.600 anos com mosaicos e segredos surpreendentes; VEJA FOTOS

Imagine caminhar por uma antiga mansão, onde cada pedra conta uma história e cada mosaico revela a riqueza de um povo esquecido. Foi exatamente isso que arqueólogos encontraram em Kafr Qasim, no centro de Israel. Uma propriedade agrícola de 1.600 anos, preservada como se tivesse resistido ao tempo, reacendeu a chama da memória sobre a comunidade samaritana na Antiguidade Tardia.

O sítio arqueológico, escavado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), não é apenas uma descoberta arquitetônica. Ele representa um mergulho na vida de uma comunidade que prosperou entre o período romano e o bizantino, deixando para trás marcas de luxo, religiosidade e resistência cultural.

Um pedaço da história samaritana escondido sob a terra

A propriedade datada de cerca de 400 anos — entre os séculos IV e VII d.C. — traz pistas sobre a prosperidade de uma comunidade que floresceu mesmo em tempos de instabilidade. Em um período marcado por revoltas e perseguições religiosas, a permanência e o esplendor desse lugar se tornam ainda mais impressionantes.

Mosaicos que parecem pinturas vivas

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Fotos: Emil Aladjem, Autoridade de Antiguidades de Israel

Entre os achados, destaca-se um mosaico ricamente trabalhado, que não deixa nada a dever a obras de arte. Com desenhos geométricos, folhas de acanto e imagens de frutas como uvas, tâmaras, melancias e até aspargos, o piso parece narrar a vida cotidiana da época. Para completar, uma inscrição em grego dava boas-vindas aos visitantes com votos de “Boa Sorte” ao proprietário.

Azeite sagrado: fé e agricultura lado a lado

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Na parte norte da propriedade, arqueólogos encontraram um lagar de azeite cuidadosamente planejado. Ao lado, um miqveh — um banho ritual judaico-samaritano. Essa proximidade indica que a produção de azeite não era apenas econômica, mas também espiritual, simbolizando pureza e devoção. Uma combinação rara que mostra como a fé permeava até mesmo as atividades agrícolas.

Prosperidade, declínio e resistência cultural

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Ao longo dos séculos, a propriedade sofreu mudanças: casas luxuosas deram lugar a construções mais simples, mosaicos foram quebrados para levantar novas paredes e peças arquitetônicas foram reutilizadas. Essas transformações refletem as turbulentas Revoltas Samaritanas dos séculos V e VI, quando a comunidade enfrentou pressões do Império Bizantino. Ainda assim, o local sobreviveu, preservando sua identidade samaritana.

Tesouros que revelam uma identidade preservada

Entre as descobertas mais simbólicas, estão lâmpadas de óleo tipicamente samaritanas, que confirmam a continuidade cultural da comunidade, mesmo em meio às adversidades. Diferente de outros sítios destruídos, a propriedade de Kafr Qasim se manteve viva, permitindo aos arqueólogos reconstruir séculos de memória e resistência.

Conclusão

A escavação em Kafr Qasim não é apenas um achado arqueológico. É um lembrete poderoso de como povos e culturas podem atravessar o tempo, deixando rastros que desafiam o esquecimento. Cada mosaico, cada pedra e cada fragmento de cerâmica revelam não só riqueza e fé, mas também resiliência diante da adversidade.

Preservar esse legado é preservar a própria história humana, uma narrativa que conecta o passado ao presente. Ao visitar esses achados, é impossível não refletir sobre o quanto somos herdeiros das lutas, conquistas e crenças de povos que, assim como nós, buscavam prosperidade, identidade e esperança.

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