Em um mundo cada vez mais globalizado, onde o inglês e o espanhol parecem dominar a comunicação internacional, um dado chama a atenção: existem mais de 7 mil línguas ativas sendo faladas atualmente em todo o planeta. Esse número revela não apenas a complexidade da comunicação humana, mas também a força das tradições culturais que resistem, mesmo diante do avanço da tecnologia e da padronização das interações sociais.
Cada língua carrega em si muito mais do que palavras. Ela é guardiã de histórias, modos de pensar, visões de mundo e identidades coletivas. Não à toa, especialistas afirmam que quando uma língua desaparece, é como se uma biblioteca inteira fosse destruída, levando consigo saberes únicos, tradições e formas de interpretar a vida.
Onde se concentram as línguas do mundo
Segundo levantamentos linguísticos globais, a maior diversidade está concentrada em regiões específicas, como a Papua-Nova Guiné, que sozinha abriga mais de 800 idiomas diferentes. A África e a Ásia também são grandes centros de pluralidade linguística, abrigando desde línguas amplamente faladas, como o mandarim e o hindi, até dialetos locais com pouquíssimos falantes.
No Brasil, por exemplo, convivem mais de 200 línguas indígenas, muitas delas ameaçadas de extinção. Esse mosaico linguístico mostra que a riqueza cultural de um país não se mede apenas em monumentos ou tradições visíveis, mas também naquilo que se expressa pela fala.

Línguas em risco de desaparecimento
Apesar da grande quantidade, o cenário é preocupante. Estima-se que a cada duas semanas uma língua desaparece do planeta, geralmente em pequenas comunidades que, por pressões sociais, econômicas ou políticas, passam a adotar idiomas dominantes. Esse processo de extinção linguística representa uma perda irreparável para a diversidade cultural global.
Organizações internacionais, como a UNESCO, têm se dedicado a mapear e proteger idiomas em risco, promovendo iniciativas de valorização, ensino e documentação. Ainda assim, a batalha contra o esquecimento é desigual, especialmente diante da força das línguas globais que moldam a economia e a comunicação mundial.
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