Em 2024, a arqueologia surpreendeu o mundo com descobertas extraordinárias que lançaram nova luz sobre civilizações antigas e modos de vida de milênios atrás. Entre tumbas majestosas, tronos reais, arte rupestre e muros milenares, pesquisadores continuaram a desvendar mistérios do passado.
Confira as 10 principais descobertas arqueológicas deste ano e seus impactos para o entendimento da história da humanidade.
O trono da Rainha Moche
No sítio de Pañamarca, no Peru, arqueólogos descobriram evidências de uma sala do trono projetada para uma rainha Moche, uma das civilizações mais enigmáticas da América do Sul. Liderada pelas pesquisadoras Jessica Ortiz Zevallos, Lisa Trever e Michele Koons, a equipe revelou murais vibrantes e um trono de adobe incrustado com contas de greenstone e fios de cabelo humano. Essa descoberta redefine a compreensão sobre o papel das mulheres na cultura Moche, sugerindo que elas podiam exercer poder político em vez de serem restritas a funções religiosas.
O muro dos caçadores de renas
No fundo do Mar Báltico, um muro submerso de 10.000 anos foi identificado como a estrutura mais antiga conhecida na Europa, possivelmente usada para caça de renas durante o período Mesolítico. Formado por mais de 1.600 pedras, o muro sugere que caçadores-coletores da época organizavam-se em grupos para caças coletivas. Essa descoberta abre caminho para novas explorações arqueológicas subaquáticas na região.
A Grande Necrópole de Assuão
Em Aswan, Egito, arqueólogos liderados por Patrizia Piacentini descobriram uma necrópole de 25 acres com mais de 400 tumbas distribuídas em 10 níveis. Diferentemente de outras necrópoles egípcias, esta foi projetada para acomodar pessoas de diversas classes sociais, desde elites militares a membros da classe média. A descoberta oferece novas perspectivas sobre os costumes funerários do Egito greco-romano.
Desenhos rupestres no Vale dos Dinossauros
No nordeste do Brasil, petróglifos com desenhos geométricos e formas de animais foram encontrados ao lado de pegadas fossilizadas de dinossauros. Liderados pelo arqueólogo Leonardo Troiano, os estudos indicam que povos antigos reconheceram o registro paleontológico e atribuíram significados simbólicos às pegadas, revelando uma interação única entre humanos e o ambiente natural.
A origem dos Citas
Uma escavação na Sibéria revelou vestígios de rituais funerários citas descritos pelo historiador grego Heródoto. O sítio Tunnug 1 abrigava restos humanos e de cavalos sacrificados, corroborando relatos antigos sobre “cavaleiros espectrais”. A descoberta desloca as origens conhecidas dos Citas para o leste e evidencia a expansão de sua cultura na Estepe Eurasiática.
A tumba de um guerreiro romano em Pompeia
Durante reformas em uma biblioteca moderna de Pompeia, arqueólogos encontraram um túmulo schola semicircular, reservado para soldados de alta patente. Datado da época do imperador Augusto, o túmulo continha urnas funerárias e esculturas que destacam a honra concedida ao falecido pela cidade.
Os mistérios da Expedição Franklin
Arqueólogos que investigam a trágica Expedição Franklin no Ártico canadense encontraram novas evidências de canibalismo entre os tripulantes dos navios HMS Erebus e HMS Terror. A descoberta de ossos com marcas de corte adiciona detalhes sombrios aos últimos dias da expedição de 1845, oferecendo um vislumbre da luta desesperada pela sobrevivência.
O chefe xamã de El Caño
No Panamá, uma tumba de 1.250 anos revelou os restos mortais de um líder Coclé, envolto em ornamentos de ouro e tubos rituais de ossos de veado. A presença desses objetos sugere que ele era um xamã, indicando a importância dos rituais de cura na sociedade Coclé.
A dinastia maia de Chochkitam
Na Guatemala, arqueólogos descobriram uma pirâmide saqueada que continha uma câmara funerária com artefatos associados a uma dinastia maia anteriormente desconhecida. Entre os achados estavam uma máscara de jade e ossos humanos inscritos com glifos, datados entre 230 e 350 D.C., revelando aspectos inexplorados da política maia.
Os feitiços de Cloggs Cave
Na Austrália, gravetos usados em rituais aborígenes foram datados de 12.000 anos atrás, tornando-se evidência do ritual mais longo praticado continuamente no mundo. A descoberta reflete a riqueza cultural e espiritual das comunidades indígenas australianas, reforçando a necessidade de preservar seus conhecimentos tradicionais.
As descobertas arqueológicas de 2024 revelaram segredos extraordinários que desafiam as compreensões anteriores sobre civilizações antigas. Esses achados não só ampliaram o conhecimento histórico, mas também reforçaram a importância de preservar e estudar o patrimônio cultural da humanidade. Cada descoberta é um lembrete do valor da pesquisa arqueológica em conectar o presente ao passado, inspirando novas gerações de estudiosos e entusiastas da história.