Sombria, intensa e profundamente simbólica, a literatura gótica nasceu no final do século XVIII como uma reação aos ideais excessivamente racionais do Iluminismo. Castelos em ruínas, personagens atormentados, atmosferas opressivas e conflitos entre razão e instinto passaram a ocupar o centro das narrativas. Mais do que histórias de terror, os clássicos do gênero exploram medos humanos universais, como a solidão, a culpa e a transgressão.
Frankenstein, de Mary Shelley
Publicado em 1818, “Frankenstein” é frequentemente considerado o ponto de partida da literatura gótica moderna. A obra narra a história de Victor Frankenstein, um jovem cientista obcecado pela possibilidade de criar vida, que acaba dando origem a uma criatura rejeitada pela sociedade. O romance vai além do terror e levanta questões filosóficas profundas sobre ética científica, responsabilidade moral e os limites da ambição humana. A atmosfera sombria, aliada ao conflito interno dos personagens, transformou o livro em um marco atemporal do gênero.

Drácula, de Bram Stoker
Lançado em 1897, “Drácula” consolidou a figura do vampiro como um dos maiores símbolos da literatura gótica. Ambientado entre a Transilvânia e a Inglaterra vitoriana, o romance constrói uma narrativa carregada de suspense, sensualidade e medo do desconhecido. O conde Drácula representa não apenas uma ameaça sobrenatural, mas também os temores sociais da época, como o choque entre tradição e modernidade. Com sua escrita envolvente e atmosfera inquietante, a obra permanece como uma referência absoluta do gênero.

O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson
Publicado em 1886, o romance apresenta a perturbadora história do respeitado Dr. Henry Jekyll e sua transformação no violento Mr. Hyde. A narrativa explora o lado obscuro da natureza humana, mostrando como o bem e o mal podem coexistir dentro de uma mesma pessoa. Ambientado em uma Londres enevoada e moralmente ambígua, o livro utiliza elementos góticos para discutir repressão social, identidade e dualidade psicológica. Sua abordagem inovadora garantiu à obra um lugar definitivo entre os maiores clássicos do gênero.

Conclusão
Frankenstein, Drácula e O médico e o monstro formam a base da literatura gótica clássica. Cada um, à sua maneira, revela os abismos da condição humana e transforma o medo em ferramenta de reflexão. Ler esses livros é mais do que revisitar histórias sombrias; é compreender como a literatura pode dar forma às angústias de diferentes épocas e continuar provocando inquietação e fascínio no leitor contemporâneo.
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