Lupanare: O bordel de 2 mil anos com pinturas eróticas

As escavações arqueológicas em Pompeia continuam a fascinar o mundo com suas descobertas impressionantes. A cidade, sepultada pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., oferece um vislumbre raro da vida cotidiana na Roma Antiga.

Entre as inúmeras estruturas desenterradas, o Lupanare, um bordel de dois andares com 10 quartos e um banheiro, se destaca por suas peculiaridades e pelo contexto histórico e social que revela.

Pompeia, com suas ruas pavimentadas e edifícios bem preservados, é uma das mais importantes janelas para a antiguidade. A cidade, localizada perto da moderna Nápoles, foi tragicamente sepultada por cinzas vulcânicas, o que paradoxalmente ajudou a preservar suas estruturas e artefatos por séculos. A cada nova descoberta, arqueólogos e historiadores ficam mais próximos de reconstruir a vida cotidiana dos seus habitantes.

O Lupanare

O Lupanare, cujo nome deriva de “lupa”, palavra latina para prostituta, é um dos locais mais intrigantes desenterrados em Pompeia. Construído especialmente para servir como bordel, o edifício de dois andares possuía 10 quartos e um banheiro, oferecendo uma estrutura sofisticada para a época. No centro do estabelecimento, pinturas eróticas adornavam as paredes, informando os clientes sobre as atividades oferecidas.

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O Lupanare era um prédio relativamente espaçoso, especialmente considerando a densidade urbana de Pompeia. Cada um dos 10 quartos era pequeno e simples, mas funcional. As camas de pedra, cobertas provavelmente por colchões de palha ou tecidos, ofereciam conforto mínimo, mas adequado para a função do local. O banheiro, um luxo para a época, indicava um nível de higiene superior ao esperado em um bordel.

As pinturas eróticas

As pinturas eróticas nas paredes do corredor central são um dos aspectos mais fascinantes do Lupanare. Essas pequenas obras de arte não eram apenas decorativas; elas serviam como uma espécie de cardápio visual, mostrando as diversas atividades disponíveis no bordel. Cada pintura, detalhada e sugestiva, oferecia uma visão das práticas sexuais aceitas e desejadas na sociedade romana da época.

A vida das mulheres que trabalhavam no Lupanare era dura e complexa. Muitas delas eram escravas ou mulheres de classes sociais mais baixas, que viam no bordel uma forma de sobrevivência. As inscrições nas paredes, algumas vezes feitas pelas próprias prostitutas ou pelos clientes, oferecem vislumbres das suas experiências, desejos e desilusões. Frases como “Eu estive aqui e amei” ou “Eu sou a melhor” humanizam essas figuras, dando-lhes voz e história.

O Lupanare não era apenas um local de entretenimento; ele desempenhava um papel social significativo em Pompeia. Bordéis eram comuns na Roma Antiga e eram vistos como uma necessidade social, proporcionando uma válvula de escape para as tensões sociais e sexuais. A presença do Lupanare em Pompeia reflete essa aceitação cultural e oferece uma janela para entender melhor a moralidade e as práticas sexuais dos romanos antigos.

As descobertas contínuas em Pompeia, como o Lupanare, não são apenas fascinantes; elas são emocionantes e profundamente humanas. Elas nos conectam a pessoas que viveram há quase dois milênios, oferecendo insights sobre suas vidas, desejos e desafios. O Lupanare, com suas pinturas eróticas e quartos simples, nos lembra que, apesar das diferenças culturais e temporais, as necessidades e emoções humanas permanecem surpreendentemente constantes.

Ao explorar essas ruínas, somos convidados a refletir sobre nossa própria sociedade e como nossas histórias futuras podem ser vistas por aqueles que virão depois de nós. Pompeia continua a contar suas histórias, e nós, emocionados, continuamos a ouvir.