luis fernando verissimo

A vida e a obra de Luis Fernando Veríssimo: um mestre da crônica brasileira que nos deixou em 2025

Luis Fernando Veríssimo morreu em 30 de agosto de 2025, mas sua obra segue viva. Descubra sua trajetória, curiosidades e legado literário.

O Brasil perdeu, no dia 30 de agosto de 2025, uma de suas vozes mais brilhantes e espirituosas: Luis Fernando Veríssimo. O escritor, cronista e humorista gaúcho faleceu aos 88 anos, deixando um legado que atravessou fronteiras, atravessou décadas e permanece como referência da literatura brasileira.

Quem foi Luis Fernando Veríssimo? Mais do que um autor de frases afiadas, ele foi um contador de histórias do cotidiano, capaz de transformar uma fila de banco, uma conversa de bar ou uma lembrança de infância em textos que arrancavam risadas e reflexões profundas. Seu jeito irônico, afetuoso e crítico marcou o imaginário cultural do país.

A vida de Luis Fernando Veríssimo

Infância e formação em Porto Alegre

Luis Fernando Veríssimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, filho do também escritor Erico Verissimo, autor de “O Tempo e o Vento”. Desde cedo, cresceu cercado por livros e diálogos intelectuais, mas sem nunca carregar a pretensão de seguir o mesmo caminho literário do pai.

Na juventude, viveu nos Estados Unidos e na França, experiências que moldaram seu olhar cosmopolita e seu estilo crítico. Trabalhou como tradutor, publicitário e chargista antes de se consolidar como cronista nos anos 1960.

O cronista do cotidiano

Foi no jornalismo que Veríssimo encontrou sua voz. Começou escrevendo crônicas para jornais do Rio Grande do Sul, até que seus textos ganharam projeção nacional. Seu talento estava em enxergar poesia e humor nas pequenas coisas da vida.

Seus personagens, como a Velhinha de Taubaté (símbolo da ingenuidade política), tornaram-se metáforas do Brasil. E, claro, quem nunca leu uma das tirinhas dos Analistas de Bagé, com seu humor debochado e irreverente?

A obra literária e o humor refinado

O mestre da crônica

Com mais de 60 livros publicados, Veríssimo se consagrou como um dos maiores cronistas da literatura brasileira. Obras como Comédias da Vida Privada, que viraram série de televisão nos anos 1990, mostraram sua habilidade em observar os dilemas modernos com leveza e ironia.

Ele transitava entre gêneros: escrevia contos, romances policiais, roteiros e peças de teatro. Mas sua maior genialidade estava na crônica curta, aquela capaz de dizer muito em poucas linhas.

Humor e crítica social

O humor de Veríssimo não era apenas para rir. Por trás da leveza, havia sempre uma crítica social, uma cutucada na política ou um espelho para os costumes brasileiros. Sua escrita foi um espaço de resistência durante a ditadura militar e continuou como um espaço de provocação em tempos democráticos.

Seus textos eram publicados em jornais de todo o Brasil, lidos por milhões de pessoas, tornando-se parte do cotidiano das famílias brasileiras.

O legado de Luis Fernando Veríssimo

Um intelectual popular

Poucos escritores conseguiram unir tanto respeito da crítica quanto popularidade com o público. Veríssimo conseguia ser lido tanto em círculos acadêmicos quanto em mesas de bar. Sua linguagem acessível e bem-humorada permitiu que sua obra atravessasse gerações.

A despedida em 2025

Sua morte em 30 de agosto de 2025 foi recebida com comoção nacional. Jornais, rádios e televisões revisitaram sua trajetória, e leitores compartilharam frases e crônicas que marcaram suas vidas. Veríssimo nos deixou, mas permanece presente em suas palavras.

Seus textos continuam a ser publicados, lidos e ensinados, confirmando que sua escrita, embora profundamente brasileira, é universal.

Conclusão

Luis Fernando Veríssimo foi muito mais que um escritor: foi um cronista do Brasil, um espelho divertido e crítico de nossas contradições. Sua obra permanece como um convite para rirmos de nós mesmos e pensarmos sobre o país em que vivemos.

Para quem deseja mergulhar ainda mais na vida e obra desse mestre das palavras, o Jornal da Fronteira continuará trazendo reflexões, homenagens e conteúdos exclusivos sobre os grandes nomes da literatura e da cultura brasileira.

Perguntas Frequentes (FAQs)

1. Quem foi Luis Fernando Veríssimo?
Luis Fernando Veríssimo foi escritor, cronista, tradutor e humorista brasileiro, filho de Erico Verissimo, e um dos maiores nomes da literatura nacional.

2. Quais foram as principais obras de Luis Fernando Veríssimo?
Entre seus livros mais famosos estão Comédias da Vida Privada, O Analista de Bagé, As Mentiras que os Homens Contam e Ed Mort.

3. Luis Fernando Veríssimo tinha influência política em seus textos?
Sim. Embora escrevesse de forma leve e bem-humorada, suas crônicas frequentemente traziam críticas sociais e políticas.

4. Ele apenas escrevia crônicas?
Não. Além de cronista, escreveu romances, contos, roteiros e até se aventurou na música, sendo um apaixonado por jazz.

5. Qual é o legado de Veríssimo para a literatura brasileira?
Seu legado é a democratização da crônica como gênero literário, o humor afiado e a capacidade de transformar o cotidiano em literatura atemporal.

20 frases mais marcantes de Luis Fernando Veríssimo

“O mundo é dividido entre os que acham que mandam e os que têm certeza de que mandam.”

“A vida é como andar de bicicleta: se parar, cai.”

“O poder só interessa a quem não tem.”

“A ironia é a única forma de lucidez.”

“A melhor maneira de viver em paz com os outros é não ter nada a ver com eles.”

“O amor é eterno enquanto dura, e dura cada vez menos.”

“A ignorância é mais convincente do que a inteligência: o ignorante tem sempre certeza do que diz.”

“Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente, e pelo mesmo motivo.”

“Não há nada mais parecido com um santo do que um canalha em férias.”

“As pessoas que falam demais sempre têm pouco a dizer.”

“O problema de resistir às tentações é que elas não param de se renovar.”

“A humanidade é composta por pessoas que pensam que são diferentes.”

“Casamento é um relacionamento a dois no qual uma das partes está sempre certa e a outra é o marido.”

“A gente nunca sabe se o que a gente sente é o que o outro sente.”

“A esperança é a maior prova de que a imaginação é mais forte que a razão.”

“O pior casamento é melhor do que a melhor das solidões.”

“Um homem só é completo quando lê, viaja e ama.”

“O Brasil tem um grande futuro, e sempre terá.”

“Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.”

“O humor é a mais inteligente das formas de resistência.”