3 livros sobre relações ruins com o pai

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Nem toda história de pai e filho é construída com afeto. Algumas relações, infelizmente, nascem do silêncio, da ausência, do controle ou da frustração — e, em muitos casos, se tornam feridas abertas que atravessam gerações. A literatura tem sido uma poderosa ferramenta para dar voz a essas dores, permitindo que autores e leitores reflitam sobre vínculos familiares complexos e sobre as marcas que uma paternidade disfuncional pode deixar.

Diário da Queda – Michel Laub

Neste romance, Michel Laub aborda com profundidade a relação entre gerações de homens marcados por traumas familiares, especialmente o avô sobrevivente de Auschwitz, o pai que carrega a herança do silêncio e o narrador, que lida com as consequências disso. A figura paterna aparece como central, embora nunca seja tratada de forma direta e exclusiva — o que dá ainda mais camadas à leitura.

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Carta ao pai – Franz Kafka

Poucas obras expressam com tanta visceralidade a tensão entre pai e filho quanto Carta ao Pai, de Franz Kafka. O autor checo escreveu essa carta como uma tentativa de confrontar — e talvez explicar — o medo paralisante que sentia do próprio pai, Hermann Kafka. O texto, embora nunca tenha sido entregue, é um desabafo avassalador: Kafka relata como a autoridade do pai moldou seus sentimentos de culpa, sua insegurança e até sua escrita.

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Tudo é rio – Carla Madeira

Embora não tenha como tema central a figura paterna, Tudo É Rio, de Carla Madeira, toca com maestria na ferida das relações familiares marcadas por traumas. Um dos personagens mais densos do livro, Venâncio, carrega em si o eco de uma criação dura, violenta, onde o afeto foi substituído por rigidez. Essa herança silenciosa molda sua visão de mundo, seu casamento e até sua capacidade de amar.

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Conclusão

A literatura tem o poder de nomear o que muitos não conseguem dizer. Esses três livros não apenas abordam relações ruins com o pai — eles escancaram as camadas de dor, silêncio e ressentimento que marcam esse tipo de vínculo. São leituras que provocam reflexão, empatia e, em muitos casos, um tipo de cura silenciosa.

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