A contagem regressiva começou. Faltam apenas 8 dias para o Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, uma data simbólica para homenagear a literatura, os autores e, claro, os leitores. Mais do que uma comemoração, essa é uma excelente oportunidade para refletirmos sobre o poder transformador da leitura — e revisitar aquelas obras que transcendem modismos e resistem ao tempo como faróis para a humanidade.
1. “1984”, de George Orwell
Publicado em 1949, 1984 continua sendo um espelho perturbador de regimes totalitários e manipulações da verdade. A vigilância constante do “Grande Irmão” e a repressão ao pensamento crítico ressoam, de forma assustadoramente atual, em uma era de fake news e algoritmos invasivos. Leitura obrigatória para quem deseja compreender os perigos da perda da liberdade individual.
2. “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa
Poucos livros capturam tão profundamente a essência do interior brasileiro quanto a obra-prima de Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas é, ao mesmo tempo, poesia, filosofia, épico e estudo da condição humana. A jornada do jagunço Riobaldo é uma metáfora da vida, onde o bem e o mal se confundem nos labirintos da existência. Um desafio linguístico, sim — mas também uma recompensa literária como poucas.
3. “O Diário de Anne Frank”
A jovem Anne Frank escreveu seu diário enquanto se escondia dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo cercada pelo horror, sua escrita é marcada por lucidez, sensibilidade e esperança. A leitura desse relato comovente é um lembrete poderoso da resiliência humana e da urgência em combater a intolerância, sempre.
4. “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes
Muito mais do que a história de um cavaleiro errante que luta contra moinhos de vento, Dom Quixote é uma reflexão profunda sobre sonhos, identidade, idealismo e realidade. Com ironia e compaixão, Cervantes desenha personagens atemporais e nos convida a refletir sobre o valor da imaginação em um mundo cada vez mais cínico.
5. “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, de Yuval Noah Harari
Em linguagem acessível e envolvente, Harari conduz o leitor por milhares de anos de evolução humana. Sapiens conecta história, biologia, antropologia e filosofia para explicar como chegamos até aqui — e quais os riscos do que estamos construindo. Leitura essencial para qualquer um que deseje entender a sociedade contemporânea sob uma ótica mais ampla.
6. “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector
Macabéa é uma personagem que não grita, não se impõe, não é heroína — e justamente por isso, nos desconcerta. Em A Hora da Estrela, Clarice Lispector expõe com lirismo e crueza a vida de uma jovem nordestina marginalizada no Rio de Janeiro. É um livro breve, mas brutalmente impactante, que obriga o leitor a sair da zona de conforto.
7. “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen
Muito além de um romance de época, Orgulho e Preconceito é uma aula sobre relações humanas, empoderamento feminino e os absurdos dos julgamentos sociais. A protagonista Elizabeth Bennet é uma das personagens mais encantadoras e inspiradoras da literatura universal — e a escrita de Austen é tão irônica quanto elegante.
8. “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry
Não se deixe enganar pelo formato aparentemente infantil. O Pequeno Príncipe é uma obra de uma profundidade existencial impressionante. Em poucas páginas, o autor nos lembra das coisas essenciais da vida, que são invisíveis aos olhos. Uma leitura que se transforma conforme a idade e a experiência de quem a lê.
Conclusão
Com a proximidade do Dia Mundial do Livro, talvez essa seja a desculpa perfeita para (re)descobrir o prazer de uma boa leitura. Escolher um desses títulos pode ser o início — ou a retomada — de um hábito transformador. Afinal, como já dizia Jorge Luis Borges, “sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria”.
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