A série “Adolescência”, da Netflix, chegou como quem não quer nada e nos deixou com a cabeça girando. O drama psicológico que envolve um garoto de 13 anos acusado de matar uma colega de escola provoca mais do que tensão: convida o espectador a mergulhar nas zonas cinzentas da moralidade, da inocência e da culpa. A série mistura com maestria os elementos do suspense policial com o turbilhão emocional típico da adolescência — e não é à toa que tanta gente ficou querendo mais.
1. “Precisamos Falar Sobre o Kevin”, de Lionel Shriver
Um clássico contemporâneo do suspense psicológico, esse romance vai fundo na mente de uma mãe que tenta compreender o que levou seu filho a cometer um massacre na escola. Assim como “Adolescência”, o livro se desenrola em meio a flashbacks e cartas cheias de ambiguidade moral, forçando o leitor a questionar o papel da família, da educação e até do amor materno nas decisões mais sombrias de um jovem. Aqui, o que está em jogo não é só o que aconteceu, mas por que aconteceu.
2. “O Bom Filho”, de You-Jeong Jeong
Essa pérola do suspense sul-coreano começa com um protagonista acordando ao lado do corpo da própria mãe, sem lembrar de nada da noite anterior. A semelhança com a premissa de “Adolescência” é quase assustadora: a dúvida entre inocência e culpa permeia cada capítulo. Com uma narrativa intensa e claustrofóbica, o livro é uma jornada pelo subconsciente e pelos labirintos da mente adolescente perturbada — um prato cheio para quem quer mergulhar em psicologia e mistério.
3. “Garota Exemplar”, de Gillian Flynn
Embora envolva adultos, este thriller psicológico é um estudo poderoso sobre manipulação, percepção e narrativa — temas que também estão presentes em “Adolescência”. O leitor é levado a duvidar de tudo e de todos, numa dança desconfortável entre versões contraditórias e revelações surpreendentes. Flynn constrói uma trama onde cada personagem tem uma máscara e onde a verdade é mais escorregadia do que parece.
4. “O Silêncio dos Inocentes”, de Thomas Harris
Sim, estamos falando do livro que originou o famoso filme com Anthony Hopkins, mas a escolha não é à toa. A série da Netflix se alimenta do mesmo tipo de tensão psicológica: o confronto entre o bem e o mal dentro da mente humana. A personagem Clarice Starling, com sua sensibilidade e juventude, também é um símbolo da luta contra traumas e horrores invisíveis. Se você gostou da investigação minuciosa em “Adolescência”, vai se deliciar com a complexidade desse enredo.
5. “Menina Má”, de William March
Antes de “psicopatas mirins” virarem um clichê da ficção, William March já havia criado Rhoda Penmark, uma garota aparentemente perfeita que esconde um lado sombrio. O livro trabalha com a tensão constante entre aparência e essência, inocência e perversidade — elementos que estão no cerne de “Adolescência”. É leitura obrigatória para quem quer entender como o mal pode habitar até os rostos mais angelicais.
6. “A Garota do Lago”, de Charlie Donlea
O livro começa com o assassinato de uma jovem promissora e segue os passos de uma jornalista determinada a descobrir a verdade por trás da tragédia. Com uma narrativa envolvente e reviravoltas afiadas, esse thriller dialoga diretamente com o aspecto investigativo de “Adolescência”. Mais do que apontar culpados, o livro expõe as feridas de uma comunidade inteira diante de um crime que ninguém esperava — e todos querem esquecer.
Conclusão
A adolescência, por si só, já é um território fértil para o drama, a dúvida e a descoberta. Quando adicionamos a isso um crime misterioso e a possibilidade de que tudo o que sabemos pode estar errado, temos a receita perfeita para uma boa história — como bem mostra a série “Adolescência”, da Netflix. Os livros citados aqui expandem essa experiência, oferecendo novas perspectivas sobre a fragilidade das relações, os labirintos da mente e os limites entre culpa e inocência.
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