Stephen King é um mestre consagrado do terror e do suspense, autor de dezenas de best-sellers que já se tornaram clássicos modernos da literatura e do cinema. Quando se fala em King, os primeiros nomes que surgem são O Iluminado, It – A Coisa e Carrie, A Estranha. Mas, no meio de uma produção prolífica e diversificada, há obras que passaram despercebidas do grande público — e que, ainda assim, revelam a genialidade do autor em outras camadas, menos óbvias, mas igualmente intensas.
1. A Metade Negra
Publicado em 1989, A Metade Negra é uma das obras mais confessionais de King. Inspirado em seu pseudônimo literário Richard Bachman, o livro conta a história de Thad Beaumont, um escritor que decide “enterrar” seu alter ego. Só que o pseudônimo ganha vida própria — e sede de sangue.
2. O Talismã
Coescrito com Peter Straub, O Talismã mistura elementos de fantasia sombria e aventura em uma jornada épica de um garoto que atravessa dimensões para salvar a mãe. Muitos fãs torcem o nariz para este título por ser menos assustador e mais fantástico. No entanto, a carga emocional, os dilemas existenciais e os símbolos profundos fazem dele uma das obras mais sensíveis do autor, especialmente para quem cresceu com a imaginação afiada.
3. Zona Morta
Em Zona Morta, King antecipa discussões que hoje parecem mais atuais do que nunca. Johnny Smith, após acordar de um coma, adquire habilidades premonitórias e se vê diante de uma decisão moral: deve interferir no destino político do país para evitar uma catástrofe? Mais psicológico do que sobrenatural, o livro toca em temas como ética, livre-arbítrio e poder. Subestimado por não ser abertamente “assustador”, é uma das obras mais inteligentes e sutis de King.
4. Buick 8
Buick 8 é uma narrativa atípica. Sem grandes sustos, sem monstros convencionais, o terror aqui é o mistério — o inexplicável. Um carro abandonado em uma delegacia da Pensilvânia passa décadas guardando segredos impossíveis, envolvendo portais dimensionais e desaparecimentos. O livro é uma reflexão sobre o medo do desconhecido e daquilo que simplesmente não conseguimos entender.
5. Joyland
Mais leve na forma, mas com um fundo melancólico poderoso, Joyland é uma das histórias mais tocantes de King. Um jovem universitário trabalha num parque de diversões durante o verão, se depara com um crime antigo e mergulha numa investigação que envolve fantasmas e amadurecimento. Não é um livro para quem espera sustos, mas sim para quem busca sensibilidade, mistério e nostalgia em cada página.
6. Novembro de 63
Primeiro volume da saga A Torre Negra, O Pistoleiro é muitas vezes ignorado por leitores que não sabem que essa é a obra central de todo o universo de King. Com uma mistura de faroeste, fantasia e horror metafísico, o livro é enigmático e, à primeira vista, de leitura densa. Mas para quem insiste, revela-se uma das mais ousadas construções narrativas da carreira do autor.
Conclusão
Stephen King não é apenas o “rei do terror”, mas também um profundo observador da alma humana. Seus livros menos populares carregam a mesma força criativa e muitas vezes arriscam mais, testam o leitor e ampliam o repertório do autor. Descobrir essas obras subestimadas é como encontrar portas secretas dentro de um castelo que você achava já conhecer por completo.
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