Se os romances são o banquete da literatura, os contos são os petiscos refinados — pequenos, intensos e cheios de sabor. Eles não apenas servem como porta de entrada ao universo de grandes escritores, mas também representam o auge da concisão e da genialidade literária.
Apresentamos a você, leitor do JF, os 7 melhores livros de contos do mundo, escritos por mestres que deixaram uma marca indelével na história da literatura. Prepare-se para mergulhar em universos curtos, mas inesquecíveis.
“Ficções”, de Jorge Luis Borges
Quando Borges escreve, ele embaralha as fronteiras entre o real e o imaginário. Em Ficções, encontramos labirintos, bibliotecas infinitas, espelhos traiçoeiros e mundos que se multiplicam em espiral. O autor argentino domina a arte do conto filosófico e metafísico como ninguém.
Por que ler: Borges transforma ideias complexas em narrativas curtas e hipnotizantes. Um prato cheio para quem ama literatura que desafia a mente.
“Contos”, de Machado de Assis
Esqueça o Machado romântico dos colégios. Aqui, ele é irônico, mordaz, crítico e, muitas vezes, cruel. Seus contos mais famosos como O Alienista, A Cartomante e Miss Dollar escancaram as hipocrisias da sociedade brasileira do século XIX com uma atualidade impressionante.
Por que ler: Machado disseca a alma humana em poucas páginas. E o faz com a elegância de quem domina o idioma como poucos.
“Histórias Extraordinárias”, de Edgar Allan Poe
O mestre do suspense, da melancolia e do terror psicológico. Poe inaugura o conto moderno e influencia gerações com narrativas como O Coração Delator, O Gato Preto e A Queda da Casa de Usher.
Por que ler: Se você gosta de suspense e horror com uma pegada gótica, Poe é leitura obrigatória — e deliciosa.
“A Dama do Cachorrinho e Outros Contos”, de Anton Tchékhov
Considerado o pai do conto russo moderno, Tchékhov escreve com uma naturalidade quase cruel. Seus personagens não são heróis, mas pessoas comuns em momentos de ruptura ou silêncio absoluto.
Por que ler: Tchékhov é mestre em sugerir o que não é dito. E isso faz cada conto ressoar por muito tempo depois da leitura.
“Contos da Velha Rússia”, de Leon Tolstói
Sim, o autor de Guerra e Paz também escreveu contos curtos, muitos deles inspirados na tradição oral russa. Obras como A Morte de Ivan Ilitch e Quanto Terra Precisa um Homem? exploram moralidade, espiritualidade e a fragilidade da vida.
Por que ler: Tolstói nos lembra que os grandes dilemas da vida cabem perfeitamente em poucas páginas.
“Contos Completos”, de Virginia Woolf
Woolf é conhecida por sua prosa poética e fluida, e seus contos não são diferentes. Em histórias como O Quarto da Sra. Dalloway e O Vestido Novo, ela retrata com delicadeza os dilemas internos de suas personagens femininas.
Por que ler: Virginia capta com precisão os pensamentos mais íntimos e fugazes. Leitura para quem gosta de mergulhar fundo no psicológico.
“O Aleph”, de Jorge Luis Borges
Sim, ele aparece de novo. Porque é impossível falar de contos sem mencionar O Aleph, obra que leva a linguagem ao limite do possível. O conto que dá nome ao livro é um dos mais celebrados do século XX e condensa em si o infinito em uma única palavra.
Por que ler: Borges, mais uma vez, nos faz repensar a realidade — e o próprio ato de contar histórias.
O que esses livros têm em comum?
Todos esses autores dominaram uma arte difícil: dizer muito com poucas palavras. Eles criaram mundos inteiros em páginas mínimas, esculpindo o tempo e o espaço com frases precisas e atmosferas inesquecíveis. Esses contos não apenas marcaram suas épocas — eles continuam inspirando escritores, leitores e cineastas até hoje.
Dicas para leitura digital
✔ Leia em apps que oferecem dicionário embutido (Borges e Tchékhov agradecem)
✔ Acompanhe com anotações — muitos contos têm múltiplas camadas
✔ Leia com calma: são curtos, mas intensos
Quer ir além? Outras coletâneas que merecem atenção:
- Dublinenses, de James Joyce
- Contos Novos, de Mário de Andrade
- A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata
- O Capote e Outras Histórias, de Nikolai Gógol
- Contos de Amor, de Loucura e de Morte, de Horacio Quiroga
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