Justiça espanhola libertou Dani Alves após revisão do caso de agressão sexual

O antigo futebolista Dani Alves, que durante sua carreira brilhou no Barcelona e em outras grandes equipes, viu seu nome envolvido em um caso de grande repercussão que abalou tanto o futebol quanto a justiça espanhola. Após mais de um ano em prisão preventiva, o jogador foi finalmente absolvido das acusações de agressão sexual por parte de uma jovem em uma discoteca de Barcelona. A decisão do Tribunal de Justiça da Catalunha surpreendeu muitos, considerando o longo processo judicial e os elementos que haviam sido apresentados.

Condenação inicial e prisão preventiva

Em 2023, Dani Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão após ser acusado de violação de uma jovem em uma casa de banho de uma discoteca em Barcelona. A acusação se baseava no testemunho da alegada vítima, que alegava ter sido abordada por Alves e levada para um local privado do clube, onde ocorreu a agressão sexual. Com a gravidade das acusações, o ex-jogador foi colocado em prisão preventiva, passando mais de um ano atrás das grades. Durante este período, sua defesa argumentava a inexistência de provas concretas que sustentassem a acusação.

No entanto, a prisão preventiva e a condenação inicial eram baseadas no testemunho da jovem, o que gerou controvérsia no processo judicial. A falta de provas físicas e o fato de o local da suposta agressão não ter sido registrado por câmeras de segurança criaram dúvidas sobre a veracidade da acusação.

A revisão do testemunho da vítima

A reviravolta no caso ocorreu quando o Tribunal de Recurso de Barcelona revisou os elementos apresentados na acusação. Apesar de considerar o testemunho da vítima como uma base importante para o caso, os juízes identificaram falhas e incoerências em sua narrativa. Um dos pontos centrais foi a discrepância entre o relato da jovem e as imagens das câmeras de segurança do clube, que mostraram um acordo prévio entre ela e Dani Alves para ir à casa de banho, contrariando a ideia de que a mulher teria sido coagida a segui-lo.

Os juízes enfatizaram que, embora as contradições no depoimento da vítima não invalidassem completamente sua versão dos acontecimentos, a falta de coerência no início de seu testemunho foi fundamental para a decisão final. O tribunal apontou que a inconsistência levantava dúvidas sobre a veracidade do relato, o que comprometia a credibilidade da acusação.

A decisão do Tribunal de Justiça da Catalunha

Após essa reavaliação, o Tribunal de Justiça da Catalunha, composto por três mulheres e um homem, tomou uma decisão histórica. Os juízes declararam por unanimidade que a absolvição de Dani Alves era necessária, pois as provas apresentadas não cumpriam os requisitos necessários para uma condenação. A ausência de elementos sólidos e a falha em superar a presunção de inocência foram determinantes para a reversão da decisão anterior.

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O tribunal ressaltou que, apesar das acusações graves, as condenações precisam ser baseadas em um padrão de raciocínio mais elevado e que, no caso em questão, a evidência não era suficiente para sustentar a acusação de agressão sexual. Com isso, o ex-jogador foi libertado, encerrando uma batalha judicial que durou mais de um ano e que gerou grande debate público sobre os limites da justiça e a presunção de inocência.