Santa Catarina inicia maior dragagem do Brasil no Porto de São Francisco do Sul, com R$ 324 milhões de investimento e inovação inédita.
O Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, será palco da maior obra de dragagem já realizada no Brasil. A ordem de serviço foi assinada nesta terça-feira (23) pelo governador Jorginho Mello, em um ato que marca o início de um projeto histórico para a infraestrutura portuária nacional. O investimento totaliza R$ 324 milhões e promete transformar o Complexo Portuário da Baía da Babitonga em um dos mais modernos do país.
A intervenção prevê o aprofundamento do canal de acesso de 14 para 16 metros, além do alargamento de sua largura. Com isso, será possível receber embarcações de até 366 metros de comprimento e grande capacidade de carga, algo inédito no Brasil. A expectativa é que o complexo passe a competir em condições de igualdade com o Porto de Santos, ampliando o volume de contêineres movimentados e fortalecendo a posição de Santa Catarina no comércio internacional.
Durante a assinatura, o governador destacou a relevância da obra para a economia catarinense. “O impacto será extraordinário. Com o aprofundamento do calado e o aumento da largura do canal, passaremos a competir em igualdade com o Porto de Santos. A estrutura permitirá a atracação de grandes navios, capazes de transportar um volume muito maior de contêineres. Isso significa ganhos para transportadores, comerciantes, para a cidade e, principalmente, na geração de empregos. Santa Catarina inteira sai ganhando”, afirmou Jorginho Mello.
A dragagem será executada pela empresa belga Jan De Nul e deve começar até o fim deste ano, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2026. A mesma draga Galileo Galilei, utilizada no alargamento da faixa de areia de Balneário Camboriú, será empregada no projeto.
O empreendimento traz inovações inéditas: será a primeira parceria público-privada (PPP) entre portos brasileiros, contará com o maior engordamento de orla do país e destinará os sedimentos retirados da dragagem para a recuperação de oito quilômetros da praia de Itapoá. O Porto de São Francisco do Sul participará com R$ 24 milhões, enquanto o terminal privado de Itapoá investirá R$ 300 milhões. Esse valor será ressarcido gradualmente até 2037, por meio de taxa incidente sobre o aumento da movimentação de cargas e embarcações.
Outro aspecto inovador é a destinação ambiental dos sedimentos dragados. Será a primeira vez no Brasil, e a segunda no mundo, que esse material terá como destino o reforço de uma praia. Além de contribuir para o turismo, a medida alia sustentabilidade e valorização da orla de Itapoá.
Para o secretário estadual de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, a modernização é estratégica para acompanhar as mudanças no cenário marítimo internacional. Ele ressaltou que companhias de navegação já estão incorporando navios de maior porte em suas rotas, exigindo portos preparados com infraestrutura avançada. Nesse contexto, o Complexo da Babitonga passará a ser referência nacional, pronto para atender às novas demandas globais do setor.
Atualmente, o Porto de São Francisco do Sul responde por mais de 60% da movimentação de cargas em Santa Catarina. Com a ampliação, a tendência é de crescimento significativo no volume movimentado, consolidando o Estado como um polo logístico relevante para o Mercosul. Além dos ganhos econômicos, a obra promete estimular investimentos privados e gerar reflexos positivos em áreas como turismo, comércio e serviços.

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