Mais do que um alívio financeiro no início do ano, a isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 170 cilindradas no Paraná representa uma conquista significativa para milhares de trabalhadores, especialmente os que dependem do transporte sobre duas rodas para sua subsistência.
“Essa medida foi extraordinária”, destaca Victor Emanuel, motofretista de 24 anos. Ele enfatiza que a decisão do Governo do Paraná, implementada pela Receita Estadual, permitiu um planejamento financeiro mais eficiente. Antes da isenção, ele pagava cerca de R$ 570 de IPVA pela sua moto de 160 cc. “Com essa economia, pude antecipar o financiamento da moto”, celebra.
Para aqueles que já possuem o veículo quitado, a isenção possibilitou outros investimentos. Junior Mendes, também entregador, de 21 anos, utilizou os mais de R$ 600 que pagaria de IPVA para levar a família para a praia. “Foi um respiro para nós, autônomos, que dependemos do nosso esforço para fazer o próprio salário”, afirma.
Segundo a Receita Estadual, 770.196 motocicletas, motonetas e ciclomotores foram beneficiados pela isenção do IPVA 2025. O governador Carlos Massa Ratinho Junior ressaltou que a medida busca fortalecer os entregadores e trabalhadores sobre duas rodas, profissionais essenciais para a movimentação econômica do Estado.
O Secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, reforçou que a iniciativa tem impacto direto na economia local, permitindo que os recursos sejam realocados para outras necessidades da população, como alimentação, lazer e investimentos pessoais.
A isenção do IPVA para motocicletas não impacta apenas o bolso dos proprietários, mas também reflete diretamente na segurança viária. Como destaca Cacá Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos, Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana (Sintramotos), muitos trabalhadores destinaram o dinheiro economizado para manutenção de suas motos.
“Grande parte dos entregadores utiliza sua própria motocicleta e, com o tempo, a alta quilometragem exige frequentes revisões mecânicas. Com a isenção, muitos puderam trocar pneus, melhorar os freios e substituir a relação da moto, o que melhora a segurança tanto do piloto quanto dos demais condutores nas vias”, explica Pereira.
A isenção, portanto, representa mais do que uma economia pontual: ela se traduz em um ciclo positivo que valoriza os trabalhadores, reduz custos, movimenta a economia e contribui para a segurança do trânsito no Paraná.