No último boletim divulgado, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que 57 pessoas apresentaram sintomas como náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia. Todas as vítimas relataram um denominador comum: o consumo de tortas salgadas adquiridas em uma lanchonete local. Amostras dos ingredientes e fragmentos de tortas foram coletados para análise, com o objetivo de identificar a origem da contaminação.
Os exames realizados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, em Porto Alegre, apontaram a presença da bactéria Staphylococcus aureus coagulase positiva em uma torta salgada de frango com azeitonas coletada diretamente no estabelecimento no dia 26 de dezembro. Este microrganismo é conhecido por causar intoxicação alimentar quando alimentos são manipulados em condições inadequadas.
Segundo Marcelo Vallandro, diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, a contaminação pode ter sido causada por diversos fatores, como lesões nos manipuladores de alimentos, superfícies mal higienizadas ou matérias-primas contaminadas. “Essas falhas indicam pontos de atenção na cadeia de produção e manipulação de alimentos que precisam ser corrigidos com urgência”, alertou Vallandro.
A lanchonete que opera há 33 anos em Pelotas, manifestou preocupação com o episódio e afirmou seguir rigorosos padrões de higiene e segurança alimentar. Em nota, o estabelecimento se comprometeu a colaborar com as investigações e prestar assistência às famílias afetadas. “Caso haja confirmação da correlação os sintomas apresentados com o produto da lanchonete, prestaremos todo apoio e assistência”, disse a empresa.
O surto de intoxicação alimentar em Pelotas gera uma série de preocupações que vão além das questões de saúde. A confiança dos consumidores em relação à segurança alimentar também está em xeque. Pequenos comércios de alimentos na região podem enfrentar uma redução no movimento enquanto o caso permanece em evidência. Além disso, os custos com tratamento médico e ausência no trabalho também impactam as famílias atingidas.
Casos como este destacam a importância de boas práticas de manipulação de alimentos, desde o fornecimento de matérias-primas até o preparo final. A vigilância sanitária também tem um papel crucial em inspecionar regularmente estabelecimentos comerciais e educar manipuladores sobre os riscos de contaminação.
O surto chamou a atenção de organizações de saúde e de consumidores em todo o estado. Grupos de defesa do consumidor pedem maior transparência nas comunicações entre estabelecimentos e clientes, além de punições severas para infrações sanitárias. O desfecho do caso será crucial para a retomada da confiança nos serviços de alimentação da região.