Um voo da Air China precisou realizar um pouso de emergência no último sábado (11) após um incêndio em uma bateria de lítio dentro da cabine. O incidente ocorreu logo após a decolagem do aeroporto de Hangzhou, na China, com destino a Incheon, na Coreia do Sul. Segundo a companhia aérea, o fogo começou em uma bagagem de mão armazenada no compartimento superior, que entrou em combustão espontânea durante o voo.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que chamas e fumaça tomam o interior da aeronave, causando pânico entre os passageiros. A tripulação agiu rapidamente utilizando extintores e máscaras de oxigênio, conseguindo controlar o fogo antes que se alastrasse. O piloto, por precaução, desviou a rota e pousou de emergência no Aeroporto Internacional de Pudong, em Xangai. Todos os ocupantes foram evacuados em segurança, sem feridos.
As autoridades chinesas ainda investigam se a bateria que pegou fogo estava instalada em um aparelho eletrônico ou se era uma unidade reserva. O caso reacende o debate sobre os riscos representados pelas baterias de íon-lítio em aviões, especialmente após o governo chinês endurecer as normas de transporte desse tipo de material em junho deste ano.
De acordo com a nova regulamentação, baterias sem certificação de segurança chinesa estão proibidas em voos domésticos, mas o transporte de modelos removíveis ainda é permitido — justamente o tipo que teria causado o incidente.
Essas baterias são amplamente utilizadas em celulares, notebooks, carregadores portáteis e cigarros eletrônicos. Apesar de práticas, elas podem superaquecer e incendiar em caso de curto-circuito, impacto ou falha de fabricação. Dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) apontam que, apenas em 2024, já foram registrados 38 incidentes semelhantes em voos de passageiros e cargueiros — número que deve superar os 89 casos registrados em 2023.
Em nota, a Air China informou que está cooperando com as autoridades aeronáuticas e que revisará seus protocolos de segurança para evitar novos episódios. A empresa reforçou ainda que as tripulações recebem treinamento especializado para lidar com incêndios a bordo, e destacou que a resposta rápida evitou uma tragédia maior.
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