Implante contraceptivo de até R$ 4 mil começa a ser distribuído gratuitamente pelo SUS no Paraná; medida amplia acesso a método de longa duração para adolescentes e mulheres em todo o Estado.
O Governo do Paraná incorporou o implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel ao Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso de adolescentes e mulheres a um método de alta eficácia que, no setor privado, pode custar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. A iniciativa representa um avanço no planejamento reprodutivo e integra as ações estaduais voltadas aos direitos sexuais e reprodutivos.
Para preparar a rede para a nova tecnologia, a Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde, realizou uma oficina de qualificação destinada a profissionais de 38 municípios considerados referência nas 22 Regionais de Saúde. O treinamento contemplou orientações técnicas, distribuição de materiais e práticas de inserção e retirada utilizando braços anatômicos.
O implante subdérmico é um contraceptivo reversível de longa duração, com eficácia de até três anos e retorno rápido da fertilidade após a remoção. A incorporação ao SUS foi definida pelas Portarias MS nº 47 e 48, de 8 de julho de 2025, que determinam a distribuição nacional inicial de 500 mil unidades ainda este ano, com expansão prevista para 1,8 milhão até 2026.
Dados da pesquisa Nascer no Brasil II indicam que entre 33% e 40% das mulheres que engravidaram entre 2021 e 2023 não planejaram a gestação, o que reforça a necessidade de oferta de métodos de alta eficácia. Em 2022, partos de mães com até 19 anos representaram 12,3% de todos os nascimentos no país.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, afirmou que a chegada do implante ao SUS representa um avanço significativo na autonomia reprodutiva das mulheres. Segundo ele, a qualificação técnica das equipes e a ampliação da oferta garantem segurança e acesso a um método moderno e eficaz.

O dispositivo será ofertado conforme critérios de elegibilidade definidos pelo Ministério da Saúde, somando-se aos métodos já disponíveis na rede pública, como DIU de cobre, pílulas, injetáveis, preservativos, laqueadura e vasectomia.
A oficina de qualificação reuniu cerca de 150 profissionais entre médicos, enfermeiros e gestores das Regionais de Saúde, além de representantes do Coren-PR e do Cosems-PR. Foram abordados temas como organização da oferta, planejamento territorial, fluxos assistenciais e padronização do atendimento.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, destacou que a iniciativa fortalece a Atenção Primária e reduz desigualdades regionais. A enfermeira Camila Farias, da Coordenação Geral de Atenção à Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, afirmou que o implante é o método reversível de longa duração mais seguro atualmente disponível.
O Paraná recebeu 25.620 unidades do implante, distribuídas integralmente aos municípios. A primeira fase contempla 38 cidades com mais de 50 mil habitantes, conforme diretriz federal. A previsão é de que o método esteja disponível em todas as Regionais de Saúde no próximo semestre.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi, ressaltou que as Regionais organizarão fluxos e equipes qualificadas para ampliar progressivamente a oferta. Segundo ela, a medida reforça o direito de escolha e amplia o acesso ao planejamento reprodutivo com foco na promoção da saúde.
Entre os municípios contemplados estão Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Campo Mourão, Guarapuava, Francisco Beltrão, Paranaguá, Pato Branco, Medianeira e União da Vitória, além de outras cidades com mais de 50 mil habitantes.

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