Transferências de valores mínimos, como 1 e 6 centavos, expuseram ameaças enviadas pelo homem à ex-namorada, levando à sua prisão.
Um homem de 29 anos foi preso em flagrante neste domingo (19), em Paraíso do Tocantins (TO), após ameaçar a ex-namorada por meio de mensagens escritas no campo de observações de transferências via Pix. A prisão foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-TO).
Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito realizava transferências de valores simbólicos — entre 1 e 6 centavos — e incluía frases ameaçadoras nas observações. Em uma das mensagens, escreveu:
“A gente vai se ver em breve, estou só organizando umas coisas. Vamos juntinhos pro inferno, meu amor. Aproveita seus últimos dias.”
A vítima, uma jovem de 20 anos, procurou a 9ª Central de Atendimento da Polícia Civil para denunciar o ex-companheiro, que continuava a persegui-la mesmo após o fim do relacionamento. Ela já possuía uma medida protetiva e havia bloqueado o suspeito em todas as redes sociais e aplicativos de mensagens, mas ele encontrou uma nova forma de perseguição por meio das transações bancárias.
Enquanto a mulher registrava o boletim de ocorrência, o homem enviou sete transferências em apenas dez minutos, todas com mensagens de ameaça. Entre elas estavam:
“Que vida você tem? Sua vida é minha, sua desgraçada. Eu disse que a gente ia ficar junto pra sempre e a gente vai […].”
“Já tem dias que tô planejando e te monitorando. Vejo tudo que você faz, você vai sofrer tanto, chorar e implorar tanto, tu não tem noção.”
“Pode mudar de cidade, ir pra casa [trecho censurado], vou atrás de você. Você vai pagar por tudo, amor, sua desgraçada. Aproveita essa merda de vida.”
De acordo com o boletim, as mensagens eram acompanhadas por transferências de 1, 3, 4 ou 6 centavos, enviadas em sequência. O padrão das ameaças e a insistência nas remessas levaram a polícia a considerar o caso como flagrante de ameaça e perseguição.
Uma equipe foi deslocada até o setor Pouso Alegre, onde o suspeito mora. Ele foi detido e encaminhado à unidade penal de Paraíso do Tocantins, permanecendo à disposição do Poder Judiciário.
O delegado responsável pelo caso, José Lucas Melo, destacou que a rápida atuação da polícia foi essencial para impedir a escalada da violência. “A pronta intervenção da equipe interrompeu um ciclo de violência psicológica que poderia evoluir para agressões físicas. É fundamental que vítimas denunciem qualquer forma de intimidação ou ameaça”, afirmou.
O caso ganhou repercussão nacional e reacendeu o debate sobre violência digital e psicológica, mostrando como meios aparentemente inofensivos — como o Pix — podem ser utilizados para fins de perseguição e ameaça.

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