Uma explosão em uma estação ferroviária no norte da Ucrânia deixou quatro mortos e vários feridos nesta sexta-feira (24). O incidente ocorreu na cidade de Ovruch, próxima à fronteira com Belarus. Segundo as autoridades, o responsável pela detonação seria um homem que havia sido detido recentemente por tentar deixar o país ilegalmente.
De acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia, o suspeito detonou um artefato explosivo durante uma verificação de documentos feita por agentes na estação. Ainda não há confirmação sobre o tipo de explosivo utilizado — a imprensa local relatou o uso de uma granada, mas o governo afirmou que a perícia ainda está em andamento.
Vídeos divulgados pelo serviço de fronteira ucraniano mostram equipes de emergência socorrendo as vítimas e retirando feridos da plataforma logo após a detonação. As imagens indicam grande destruição no local. Até o momento, as autoridades não encontraram indícios de ligação direta entre o ataque e o conflito em curso no país desde 2022.
O governo ucraniano abriu uma investigação criminal para apurar o caso. O suspeito, que morreu na explosão, havia sido preso dias antes por tentativa de fuga ilegal, uma prática comum desde o início da guerra. Milhares de ucranianos, especialmente homens em idade de serviço militar, tentam escapar das zonas de conflito em busca de segurança em países vizinhos.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 5,6 milhões de cidadãos ucranianos deixaram o país desde o início da invasão russa, a maioria buscando refúgio em países europeus.
Em meio ao aumento das tentativas de fuga, o governo da Ucrânia flexibilizou recentemente as regras da lei marcial, permitindo que homens entre 18 e 22 anos possam sair livremente do país, mesmo durante o período de guerra. Antes, apenas cidadãos com idade superior a 60 anos ou casos específicos de exceção tinham autorização.
A primeira-ministra Iulia Sviridenko destacou que a medida busca manter os vínculos entre os jovens e o país. “Queremos que eles possam retornar, estudar, trabalhar e continuar conectados à Ucrânia, sem que se sintam impedidos de participar da reconstrução nacional”, afirmou em comunicado.
O ataque em Ovruch reacende a preocupação com a segurança interna em regiões próximas às fronteiras e mostra como o impacto da guerra continua provocando instabilidade social e psicológica em todo o território ucraniano.
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