Após 738 dias de cativeiro, o grupo palestino Hamas iniciou nesta segunda-feira (13) a libertação dos primeiros reféns israelenses sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023. O processo faz parte do acordo de cessar-fogo negociado entre Israel e o Hamas, com a mediação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A entrega do primeiro grupo ocorreu por volta das 08h10 no horário local (02h10 em Brasília), quando sete reféns foram oficialmente transferidos às equipes humanitárias da Cruz Vermelha, que coordenam a logística entre Gaza e as Forças de Defesa de Israel (FDI). O Hamas não realizou qualquer cerimônia pública, mantendo o sigilo sobre as rotas e os locais de entrega por razões de segurança.
Primeira etapa da libertação
Entre os primeiros libertados estão Eitan Mor, os irmãos gêmeos Gali e Ziv Berman, Matan Angrest, Guy Guilboa-Dalal, Alon Ohel e Omri Meiran. Segundo comunicado das FDI, o grupo foi conduzido com sucesso para território israelense sob escolta militar pouco depois das 09h10 (03h10 em Brasília).
Em nota, o Exército israelense declarou estar “plenamente preparado para receber outros reféns” que devem ser transferidos ao longo dos próximos dias, em novas rodadas de negociação.
Por volta das 10h25 (04h25 em Brasília), o Hamas anunciou o início da segunda fase de libertação, prevista no acordo. O anúncio coincidiu com a chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, em visita diplomática considerada estratégica para o avanço do cessar-fogo.
A expectativa é de que mais 13 reféns sejam libertados ao longo do dia, elevando para 20 o total de pessoas devolvidas à liberdade nesta primeira rodada. No entanto, divergências entre as listas apresentadas por Israel e pelo Hamas provocaram incerteza: os nomes do nepalês Bipin Joshi e do israelense Tamir Nimrodi ficaram de fora da relação final divulgada pelo grupo palestino, reduzindo o número de libertados inicialmente previsto de 22 para 20.
A libertação representa o primeiro gesto concreto de distensão desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de dois anos. O acordo prevê trocas graduais de prisioneiros e pausas temporárias nos ataques, sob supervisão internacional.
Autoridades israelenses classificaram o retorno dos reféns como um “marco humanitário”, mas alertaram que o país “não abandonará o compromisso de eliminar a ameaça terrorista do Hamas”. Já o grupo palestino, em comunicado, afirmou que “mantém o direito de resistência enquanto durar a ocupação”.
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