Guerra Comercial: veja 10 consequências da taxação de 104% imposta pelos EUA a China

A tensão entre Estados Unidos e China voltou a subir de tom nesta terça-feira (8), com o anúncio de que tarifas de 104% sobre produtos chineses entrarão em vigor já nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante entrevista à emissora norte-americana Fox Business.

A medida, que representa uma das maiores elevações tarifárias da atual gestão, foi anunciada pelo presidente Donald Trump como resposta direta às práticas comerciais da China, que ele classificou como “injustas e predatórias”. Segundo Trump, se Pequim não recuar em suas retaliações até as 13h (horário local), um novo pacote de tarifas poderá ser lançado — este com uma alíquota adicional de 50%.

Pela manhã, o presidente norte-americano havia dito em sua rede social que esperava um contato telefônico da liderança chinesa para abrir negociações. “Esperamos um telefonema da China. Mas, até agora, nada. Isso diz muito”, escreveu Trump, dando o tom da frustração com a ausência de diálogo.

Horas depois, o governo chinês divulgou um comunicado afirmando que não pretende recuar de suas atuais políticas de retaliação. “A China continuará a responder proporcionalmente a qualquer novo aumento tarifário dos Estados Unidos. Em uma guerra comercial, não há vencedores”, destacou a nota oficial divulgada pelo Ministério do Comércio do país asiático.

A escalada da tensão não é novidade no cenário internacional, mas o recrudescimento dessa guerra tarifária reacende o alerta entre analistas econômicos e investidores. A retórica mais agressiva, aliada à falta de canais de negociação ativa, tende a trazer impactos não apenas para os dois gigantes, mas também para o comércio e os mercados globais.

Consequências que a guerra comercial entre EUA e China:

Aumento da inflação global: Com tarifas elevadas sobre produtos industrializados, especialmente eletrônicos e peças automotivas, os preços tendem a subir tanto nos EUA quanto em mercados dependentes desses insumos, afetando a inflação mundial.

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Desaceleração da economia chinesa: A perda de mercados importantes para exportação pode esfriar a economia chinesa, com reflexos em sua produção industrial, investimentos e empregos.

Risco de recessão nos EUA: Caso os consumidores americanos sintam o peso dos preços mais altos e as exportações do país também sejam retaliadas, há risco de retração econômica nos Estados Unidos.

Impacto nas bolsas de valores: Mercados financeiros são sensíveis a tensões comerciais. Notícias de aumentos tarifários costumam derrubar bolsas e elevar a volatilidade em índices globais.

Fuga de investimentos em países emergentes: Investidores tendem a buscar portos seguros em períodos de instabilidade. Isso pode levar à fuga de capital de países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.

Enfraquecimento da cadeia de suprimentos global: Com a fragmentação do comércio, multinacionais precisarão reorganizar cadeias produtivas, o que pode aumentar custos e atrasar entregas.

Redução do crescimento global: O Fundo Monetário Internacional já alertou que conflitos comerciais podem reduzir o PIB global em até 0,5% ao ano caso persistam a longo prazo.

Crise no setor agrícola: Produtos agrícolas norte-americanos, como soja e milho, podem ser alvos de novas retaliações da China, impactando diretamente o agronegócio dos EUA.

Aumento da pressão sobre outros países: Na tentativa de compensar perdas, EUA e China podem redirecionar exportações e buscar acordos com terceiros países, criando disputas comerciais indiretas.

Polarização geopolítica: A guerra comercial pode intensificar a divisão entre blocos econômicos e estimular alianças estratégicas paralelas, como acordos entre China, Rússia e países asiáticos para conter a influência dos EUA.

O cenário permanece incerto, e a escalada tarifária traz consigo um jogo de xadrez geopolítico, em que cada movimento pode redefinir as rotas comerciais e os eixos de poder econômico mundiais. Enquanto isso, empresas e consumidores de ambos os lados seguem no centro da turbulência.

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