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Governo identifica três novas drogas em circulação no Brasil e acende alerta de segurança

O Governo Federal anunciou a identificação de três novas drogas em circulação no Brasil. A descoberta foi feita pelo Sistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem como função monitorar substâncias psicoativas inéditas no país.

Essa é a primeira vez que o sistema registra simultaneamente múltiplas drogas novas. O episódio é considerado pelas autoridades como um marco na vigilância sanitária e policial, demonstrando agilidade na resposta ao avanço do mercado ilegal.

As substâncias foram incluídas no controle nacional em até 19 dias após a notificação, prazo considerado rápido pelo governo. O processo envolveu análises técnicas da Polícia Científica de Santa Catarina, em parceria com a Polícia Federal, reforçando a integração entre os órgãos de segurança pública.

Drogas encontradas em gomas importadas

Duas dessas substâncias estavam presentes em um produto importado ilegalmente dos Estados Unidos: o Magic Mushroom Gummies, da marca norte-americana TRE House.

Comercializado de forma irregular como suplemento alimentar ou até como produto funcional, o item continha compostos psicoativos que imitam os efeitos da psilocibina, presente nos chamados cogumelos alucinógenos.

Governo identifica três novas drogas no Brasil, incluindo opioide sintético e gomas alucinógenas, e reforça controle e monitoramento.

Casos semelhantes já foram identificados em países como Chile, Canadá e Bélgica. Nessas localidades, autoridades também alertaram para o risco de consumo devido ao caráter altamente imprevisível dos efeitos e à ilegalidade do comércio.

No Brasil, os nomes das substâncias encontradas nas gomas ainda não foram divulgados oficialmente. Segundo especialistas, elas são classificadas como drogas sintéticas capazes de provocar alucinações visuais e auditivas, distorção de percepção da realidade, paranoia e, em situações mais graves, convulsões e episódios de psicose temporária.

O opioide sintético que preocupa autoridades

A terceira droga identificada no levantamento foi o N-pirrolidino protonitazeno, um opioide sintético pertencente à família dos nitazenos. Essa classe de substâncias já é conhecida em diversos países e tem despertado grande preocupação de autoridades internacionais devido ao seu alto potencial de dependência e risco de overdose.

No Brasil, o registro do N-pirrolidino protonitazeno foi feito pela primeira vez a partir de amostras obtidas em apreensões policiais. Trata-se de uma substância que pode provocar euforia, sedação profunda e alívio momentâneo da dor, mas também desencadear efeitos colaterais graves como náuseas, febre, convulsões e, em casos extremos, depressão respiratória, o que pode levar à morte.

Especialistas ressaltam que drogas dessa natureza são particularmente perigosas porque pequenas variações na dose já podem resultar em intoxicação grave ou até letal. O risco aumenta quando o consumidor não tem conhecimento exato da concentração ou da mistura de substâncias no produto adquirido.

Controle e resposta do governo

Diante da descoberta, as três novas drogas foram imediatamente incluídas na lista de substâncias controladas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).

Embora o controle já esteja formalizado, ainda não há dados públicos sobre a quantidade dessas drogas em circulação no país ou sobre a abrangência da distribuição. A ausência de informações completas reflete a dificuldade de rastrear substâncias que entram de forma ilegal, muitas vezes por canais virtuais ou rotas transfronteiriças.

O SAR, responsável pela identificação, integra o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas. O sistema coleta dados sobre novas substâncias psicoativas, adulterações em drogas já conhecidas e mudanças nos padrões de consumo. Esse mecanismo é considerado uma ferramenta estratégica para antecipar tendências e reduzir os impactos do mercado ilícito.

Cooperação internacional e fronteiras

Outro ponto destacado pelo governo é a necessidade de ampliar a cooperação internacional. O Brasil está preparando uma rede de colaboração com Argentina, Paraguai e Chile, países vizinhos que enfrentam desafios semelhantes em relação ao tráfico e à circulação de drogas sintéticas.

A proposta é garantir a troca rápida de informações sobre novas substâncias detectadas na região, permitindo respostas mais ágeis tanto no campo da segurança pública quanto na área da saúde.

Essa iniciativa é vista como essencial principalmente nas áreas de fronteira, onde há maior vulnerabilidade para a entrada de produtos ilegais, incluindo comprimidos, líquidos e gomas que simulam suplementos alimentares.

Riscos à saúde e ao consumidor

As drogas encontradas representam riscos elevados para quem consome, principalmente por estarem associadas a produtos vendidos de forma enganosa. As gomas que imitam suplementos, por exemplo, podem atrair não apenas adultos, mas também jovens que acreditam estar diante de um doce ou de um produto natural.

Segundo especialistas, os efeitos adversos dessas substâncias vão desde alucinações intensas até crises de ansiedade, aceleração cardíaca e convulsões. Além disso, o uso contínuo pode levar à dependência e a graves danos neurológicos.

No caso do opioide sintético, o perigo é ainda maior: doses mínimas já podem provocar parada respiratória. Esse risco aumenta em situações de uso combinado com álcool ou outras drogas depressoras do sistema nervoso central.

Desafios para o futuro

A identificação dessas três drogas mostra a velocidade com que o mercado ilegal se reinventa. Produtos que antes eram facilmente reconhecidos, como comprimidos ou pós, agora surgem em formatos aparentemente inofensivos, como gomas e suplementos.

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Isso exige uma atuação constante do poder público, tanto no monitoramento de substâncias quanto na conscientização da população sobre os riscos. Especialistas defendem campanhas de informação voltadas principalmente para jovens, que podem ser o alvo preferencial de produtos com apelo lúdico ou “natural”.

O desafio para o Brasil é alinhar a agilidade de resposta com estratégias de prevenção, garantindo que a sociedade esteja informada e protegida. Nesse contexto, a cooperação internacional aparece como uma ferramenta indispensável para enfrentar a complexidade do tráfico e do consumo de drogas sintéticas.

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Reprodução/Governo Federal

Conclusão

A descoberta de três novas drogas no Brasil revela não apenas a capacidade de reação do Estado, mas também a criatividade e a ousadia do mercado ilegal. Se por um lado a rápida inclusão dessas substâncias no controle da Anvisa representa um avanço, por outro, os riscos à saúde e os impactos sociais exigem atenção redobrada.

O cenário reforça a importância de sistemas como o SAR, que permitem identificar tendências e agir de forma preventiva. Ao mesmo tempo, mostra que o enfrentamento às drogas precisa ir além da repressão, envolvendo também educação, conscientização e cooperação internacional.

O alerta está lançado: diante de produtos que se disfarçam de doces ou suplementos, o consumidor precisa redobrar a cautela. E a sociedade, como um todo, precisa estar atenta para compreender que, por trás de embalagens atrativas, pode haver substâncias capazes de provocar danos irreversíveis.

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