Chamado de “Plan Guacurari” a operação teve início nesta segunda-feira. Era aguardada a presença da ministra de Segurança do Governo Argentino, porém ela não compareceu
Mesmo sem a presença da ministra de Segurança do Governo Argentino, Patrícia Bullrich, teve início nesta segunda-feira (26), o “Plan Guacurarí”, uma operação de controle e vigilância na fronteira entre a cidade de Bernardo de Irigoyen, em Misiones, e as localidades brasileiras de Dionísio Cerqueira e Barracão.
A medida foi oficializada por meio da Resolução 626/2025 publicada no Diário Oficial Argentino, com a assinatura da ministra Patricia Bullrich.
A operação terá uma duração de 180 dias, prorrogáveis automaticamente, e será conduzido operacionalmente pela Gendarmaria Nacional Argentina.
A ação será desenvolvida com o objetivo principal de desarticular redes criminosas transnacionais envolvidas com narcotráfico, contrabando, tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Resolução, a fronteira entre a cidade argentina de Bernardo de Irigoyen, na província de Misiones, e as cidades brasileiras de Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR), apresenta-se como uma zona crítica para o controle de atividades ilícitas.
Com 25 quilômetros lineares de fronteira seca, sem barreiras naturais, a região é caracterizada por mata densa, terrenos acidentados e múltiplos passos clandestinos, dificultando a fiscalização contínua das forças de segurança.
Nos últimos anos, as autoridades observaram um crescimento significativo de crimes complexos na área, incluindo contrabando de cigarros, eletrodomésticos, alimentos, gado, combustível e maquinário agrícola. Além disso, foram identificadas rotas irregulares utilizadas para o tráfico de drogas, armas e divisas, muitas vezes por caminhos alternativos e de difícil acesso.
Outro fator preocupante é o aumento da violência associada a disputas territoriais entre organizações criminosas locais e grupos brasileiros, como o Primeiro Comando Capital (PCC), que têm ampliado sua influência na região. Essa situação tem gerado impactos negativos na economia local, distorcendo preços e criando concorrência desleal para comerciantes legais.
O “Comando Unificado Guacurarí” será composto por representantes das forças federais argentinas — Polícia Federal, Gendarmaria Nacional, Prefectura Naval, Polícia de Segurança Aeroportuária e Serviço Penitenciário Federal —, além de contar com a participação da Polícia de Misiones e dos Ministérios Públicos Fiscal da Nação e da Província.
O “Plan Guacurarí” prevê a criação do “Comando Unificado Guacurarí”, que reunirá representantes de todas as forças federais argentinas: Polícia Federal, Gendarmaria Nacional, Prefectura Naval, Polícia de Segurança Aeroportuária e Serviço Penitenciário Federal.
Também contará com a participação da Polícia da Provincia de Misiones, além de representantes do Ministério Público Fiscal da Nação e da Província de Misiones, que atuarão como enlaces institucionais.
A condução operacional ficará a cargo da Gendarmaria Nacional, que será responsável pela coordenação das ações e pela execução dos desdobramentos no terreno. A base principal de operações será o Escuadrão 12, localizado em Bernardo de Irigoyen, que já dispõe da infraestrutura necessária para alojar os agentes envolvidos.
A passagem de pedestres pelos pontos já conhecidos não deverá ser proibida, bem como passagem de mercadorias para o consumo próprio, o controle maior será para grandes quantidades e em caso de pessoas suspeitas.
O objetivo central do Plano Guacurarí é restabelecer o controle territorial na fronteira, garantindo a segurança pública e desarticulando as redes criminosas que atuam na região. Para isso, o plano será implementado em quatro fases:
Planejamento: Preparação das unidades e treinamento do pessoal, definição de estratégias e logística.
Deslocamento: Mobilização das forças para as áreas de atuação.
Execução: Realização de patrulhamentos motorizados e a pé, vigilância com drones, controles móveis em horários rotativos, e operações surpresa, especialmente em períodos de maior circulação, como feriados prolongados e eventos públicos.
Avaliação: Monitoramento dos resultados e ajustes nas estratégias conforme necessário.
Além das ações operacionais, o plano contempla o fortalecimento das capacidades locais por meio de capacitação específica, fornecimento de tecnologia avançada de vigilância e suporte logístico contínuo.
Espera-se que o Plano Guacurarí contribua para a redução dos índices de criminalidade na região, promovendo um ambiente mais seguro para a população local e para o comércio legítimo. A iniciativa também reforça a presença do Estado em uma área estratégica, dificultando a atuação de grupos criminosos transnacionais.
O plano integra uma política mais ampla do governo argentino para fortalecer a segurança nas fronteiras, alinhando-se a outros projetos como o Plano Güemes, na fronteira com a Bolívia, e o Plano Roca, em Salta.
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