Golpista cai em golpe e vira pauta – astúcia, ironia e pix de 50 reais

Em uma reviravolta digna de roteiro, um golpista acabou vítima do próprio plano ao tentar enganar uma moradora de São José do Cedro

Quando o jogo vira, a manchete é inevitável, no melhor estilo “quem ri por último, ri melhor”, a entrevistada, já vacinada contra golpes virtuais, percebeu rapidamente as intenções da suposta advogada que mandou mensagem via WhatsApp. “Quando vi, já imaginei o golpe. Meu marido recebeu o contato, passou o número pra mim e resolvi brincar com o golpista”, relata com aquela satisfação de quem sabe das coisas.

Disso tiramos que nem sempre a esperteza, está restrita ao lado dos golpistas. Em uma reviravolta digna de roteiro, um criminoso acabou vítima do próprio plano ao tentar se passar por uma defensora pública que, de fato, representa uma moradora de São José do Cedro em um processo real.

O caso, além de hilário, serve de alerta para um golpe cada vez mais sofisticado: a clonagem de perfis de advogados no WhatsApp para arrancar dinheiro de quem está, legitimamente, aguardando decisões judiciais.

Tudo começou quando a vítima – familiarizada com tentativas anteriores desse tipo de abordagem – percebeu que algo não cheirava bem na mensagem recebida. O número era novo, mas o argumento era velho conhecido: uma advogada comunicando uma suposta vitória judicial, informando valores tentadores e orientando sobre procedimentos para sacar o tão esperado montante.

“Ano passado já um número tinha entrado em contato com esse mesmo golpe. E eu quase caí, foi por um detalhe, sabe?”, lembra a vítima, reforçando que estava atenta aos sinais.

Desta vez, o criminoso não poupou esforços para dar veracidade ao golpe: tinha em mãos dados concretos do processo, nomes corretos, detalhes do andamento da ação. Faltava, apenas, duas coisas: o bom senso do bandido e a confirmação do número de contato.

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Entrando no papel de vítima indefesa, a entrevistada encarnou a personagem coitadinha: alegou estar sem dinheiro até para a gasolina, usando internet de lanchonete e cheia de dificuldades. Como boa roteirista da própria história, pediu ajuda em vez de oferecer — um toque de mestre no roteiro da enganação.

“Falei que precisava de 50 reais pra ir em casa buscar os documentos. Pra minha surpresa, ele (ou ela) fez o Pix na hora, no nome de uma empresa!”, recorda, entre risos.

O golpista, achando que conduzia a negociação, fez o Pix de R$ 50 como pedido, usando inclusive o CNPJ de uma empresa na transação.

Esse foi o ápice da ironia, tentando enganar, o criminoso acabou pagando para ser enganado. Bastou perceber que tinha caído em uma armadilha para perder completamente a linha – vieram xingamentos, bloqueios e a frustrante constatação de que, dessa vez, o jogo virou.

Se para a vítima todo o episódio virou motivo de riso, para as autoridades fica o alerta: golpes envolvendo processos judiciais estão cada vez mais comuns, com criminosos clonando perfis verdadeiros de defensores públicos e utilizando informações dos tribunais para dar credibilidade às abordagens.

Por isso, a recomendação é sempre redobrar o cuidado, principalmente quando conversas envolvendo dinheiro e dados sigilosos acontecem por aplicativos de mensagens.

Ao final, ficou uma lição valiosa, não basta ser golpista — é preciso, também, lembrar que do outro lado da tela pode haver alguém ainda mais criativo. Como bem diz a protagonista dessa história, “às vezes o feitiço volta para o feiticeiro, e quem sorri no fim é a vítima, com 50 reais a mais no bolso e uma boa história pra contar”.

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O valor que o golpista fez no Pix, a vítima repassou para uma entidade local, “Eu doei o valor que recebi, e isso é só um pouquinho de todo dinheiro que eles já tiraram de outras pessoas”.

Em uma reviravolta digna de roteiro, um golpista acabou vítima do próprio plano ao tentar enganar uma moradora de São José do Cedro

Alerta das autoridades
As autoridades reforçam que golpes envolvendo clonagem de WhatsApp, especialmente de advogados, defensores públicos e escritórios de advocacia, têm se tornado cada vez mais frequentes. Por isso, a orientação é clara: sempre desconfie de pedidos de dinheiro ou de dados bancários feitos por aplicativos de mensagens, mesmo que quem esteja do outro lado da conversa traga informações reais sobre processos ou demandas judiciais.

Em caso de contato suspeito, a recomendação é jamais fornecer informações pessoais, bancárias ou realizar transferências sem antes entrar em contato diretamente com o profissional através de outros canais oficiais, como telefone fixo, e-mail institucional ou até comparecendo ao escritório ou órgão público.

Além disso, é importante denunciar o número clonado à própria plataforma e registrar boletim de ocorrência. Lembre-se, até mesmo com os contatos mais confiáveis — o WhatsApp pode não ser de quem você imagina.

Fique atento: a criatividade dos golpistas é grande, mas a prevenção e a checagem direta com fontes oficiais ainda são as maiores aliadas do cidadão. Se receber mensagens prometendo vantagens financeiras ou orientando pagamentos, sempre questione e busque confirmação por outros meios antes de tomar qualquer decisão. Segurança digital também é responsabilidade de todos.

“Golpista bom é aquele que aprende que, no Brasil, criatividade e malandragem também jogam na defesa.”

Em uma reviravolta digna de roteiro, um golpista acabou vítima do próprio plano ao tentar enganar uma moradora de São José do Cedro
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