Novo golpe do Pix assume o celular e limpa a conta bancária da vítima

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Um golpe que simula atendimento bancário tem ganhado novas formas para enganar usuários e obter acesso a informações e contas financeiras.

Criminosos agora solicitam a instalação de aplicativos legítimos, como Teamviewer e Anydesk, que permitem o controle remoto do celular da vítima.

A fraude começa por telefone, com o estelionatário se passando por funcionário do banco e orientando o usuário a instalar um desses programas, sob o pretexto de “verificação de segurança”.

Após a instalação, o criminoso solicita o código gerado pelo aplicativo, necessário para assumir o controle remoto do dispositivo. Com o acesso, ele pode movimentar contas, fazer transações via Pix e até solicitar empréstimos. Por se tratar de softwares com funções legítimas, disponíveis em lojas oficiais como Google Play e App Store, eles não são bloqueados por antivírus ou pelas proteções dos próprios aplicativos bancários.

Segundo a Kaspersky, empresa de cibersegurança, a instalação desses aplicativos em celulares de usuários aumentou significativamente desde maio de 2024. Em outubro, foram registradas mais de mil ocorrências, com uma média mensal superior a 800 até agora em 2025.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforça que instituições financeiras não solicitam que o cliente instale programas em seus dispositivos. A orientação é sempre encerrar a ligação e procurar o banco por canais oficiais para confirmar se há de fato alguma irregularidade.

O golpe também pode envolver a solicitação de autenticação biométrica — impressão digital ou reconhecimento facial — durante transações. Em algumas situações, os criminosos desligam a ligação e passam a se comunicar por mensagem, já que muitos aplicativos bancários bloqueiam funções enquanto uma chamada está ativa.

Outra estratégia comum é o uso de técnicas para mascarar o número da ligação (spoofing), fazendo com que o número exibido no identificador de chamadas pareça ser do próprio banco ou gerente. Essa prática dificulta ainda mais a identificação da fraude.

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Por se tratar de aplicativos com funções legítimas, antivírus e ferramentas de segurança apenas emitem alertas, deixando a decisão de manter ou remover o app com o próprio usuário. Algumas instituições bancárias já começaram a bloquear o uso do aplicativo bancário quando detectam a presença de programas de acesso remoto no dispositivo, solicitando a desinstalação para liberar o acesso.

De acordo com Fabio Assolini, especialista da Kaspersky, esse tipo de golpe tem se tornado comum fora do Brasil também. Ele observa que, com a redução no uso de vírus voltados para desvio automático de Pix, os golpistas passaram a adotar essa abordagem de acesso remoto, especialmente após a prisão de um dos responsáveis por desenvolver esse tipo de malware.

O levantamento da consultoria Deloitte mostra que 75% das transações bancárias em 2024 foram feitas por smartphones, o que reforça a importância de redobrar a atenção com dispositivos móveis, já que se tornaram o principal alvo das quadrilhas.

Um golpe que simula atendimento bancário tem ganhado novas formas para enganar usuários e obter acesso a informações e contas financeiras.

Sinais de alerta para identificar o golpe:

  • Ligações pedindo instalação de apps no celular
  • Solicitação de códigos gerados por aplicativos
  • Orientações para fazer reconhecimento facial ou digital durante chamadas
  • Pressão psicológica usando informações pessoais como CPF ou número da conta
  • Número de telefone aparentando ser do banco ou gerente

O que fazer em caso de fraude:

  • Contatar o banco pelos canais oficiais imediatamente
  • Registrar um boletim de ocorrência
  • Contestar as transações irregulares via aplicativo ou atendimento do banco
  • Remover qualquer app de acesso remoto instalado
  • Trocar todas as senhas bancárias
  • Manter o celular atualizado com as últimas versões de segurança

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