O aguardado trailer de “Gladiador II”, dirigido por Ridley Scott, já está entre nós, e promete ser um espetáculo cinematográfico inigualável. Repleto de duelos épicos, batalhas impressionantes no Coliseu e intrigas políticas, o filme tem tudo para conquistar os fãs do original. No entanto, como acontece com todos os épicos históricos de Hollywood, surge a pergunta: o quanto do que está sendo retratado é baseado em fatos históricos e o quanto é pura ficção?
Sinopse do filme
A história de “Gladiador II” começa 25 anos após os eventos do primeiro filme. Lucius Verus II, interpretado por Paul Mescal, é o protagonista. Ele é o filho de Lucilla, que reconta o duelo fatal entre o Imperador Commodus (Joaquin Phoenix) e o gladiador Maximus Decimus Meridius (Russell Crowe). Exilado na Numídia, no noroeste da África, Lucius é capturado pelo exército romano e forçado a se tornar um gladiador. Determinado a derrubar a ordem romana e abolir a escravidão, ele se vê em uma jornada de luta e resistência.
O elenco estelar
O trailer também nos apresenta personagens marcantes como o General Marcus Acacius (Pedro Pascal), que questiona o derramamento de sangue do Império Romano, e Macrinus (Denzel Washington), um influente corretor de poder. Além disso, vemos os irmãos imperadores Geta e Caracalla (Joseph Quinn e Fred Hechinger), que parecem ser retratados como figuras cruéis e decadentes.
A veracidade histórica
Para entender a precisão histórica do filme, consultamos especialistas do Bad Ancient. Eles compartilharam suas opiniões sobre a mistura de fato e ficção no trailer.
Dr. Jo Ball, arqueólogo e especialista em batalhas romanas, expressou entusiasmo pelo trailer: “Fiquei incrivelmente animado para ver o trailer de ‘Gladiador II’, e ele não decepcionou. Espero que o filme inclua alguma história decente!” Ball está particularmente interessado no personagem de Pedro Pascal, Marcus Acacius, que parece protestar contra as conquistas de Roma e as vidas humanas que isso custou.
Alexandra Sills, pós-graduada na Universidade de Leicester, destacou o espetáculo visual: “Definitivamente parece que vai eclipsar o primeiro filme em termos de espetáculo puro. Estou curiosa para ver como o filme lida com o fato de que a República não foi restabelecida.”
Dr. Owen Rees, fundador e editor-chefe do Bad Ancient, compartilhou sua nostalgia pelo filme original: “O ‘Gladiador’ original é muito querido para mim. Quando a paisagem urbana de Roma apareceu na tela, fiquei absorto no espetáculo.”
Elementos históricos e anacrônicos
Alguns aspectos do trailer levantaram questões sobre sua precisão histórica.
Dr. Jo Ball observou que a Numídia já fazia parte do mundo romano há séculos na época em que o filme se passa. Portanto, a captura de Lucius como mostrado no trailer parece improvável no contexto político severiano.
Alexandra Sills destacou problemas com a representação dos gladiadores: “Ninguém está de topless! Gladiadores não usavam nada para proteger seus torsos. Também deveriam estar carregando escudos, pois os gladiadores os usavam em vez de armadura de peito.” Além disso, a caracterização dos irmãos imperadores Geta e Caracalla foi questionada, especialmente sua palidez, considerando que eram de ascendência líbia e síria.
Uma das cenas mais impressionantes do trailer é a do Coliseu cheio de água para sediar batalhas marítimas, conhecidas como naumachiae. Dr. Jo Ball confirmou que tais eventos eram reais, mas logisticamente desafiadores e caros. Embora os romanos gostassem de novidades em seus espetáculos, a presença de tubarões é considerada uma licença poética, já que não há registros de tais animais sendo usados nessas batalhas.
Embora seja verdade que os romanos exibissem uma variedade de animais exóticos na arena, os gladiadores geralmente lutavam apenas entre si. Alexandra Sills e Dr. Jo Ball concordam que a inclusão de um rinoceronte, embora plausível, é um elemento de espetáculo cinematográfico, assim como a ideia de gladiadores enfrentando tubarões.