Tribunal condena tutora e proíbe gato de circular do lado de fora após reclamações de vizinho; caso vira motivo de debate e humor entre protetores de animais na França.

Gato é condenado a “prisão domiciliar” após vizinho reclamar das visitas insistentes do felino

Tribunal condena tutora e proíbe gato de circular do lado de fora após reclamações de vizinho; caso vira motivo de debate e humor entre protetores de animais na França.

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Um tribunal no sul da França determinou que Rémi, um gato laranja conhecido na vizinhança por suas expedições territoriais, está oficialmente proibido de sair de casa. A decisão foi tomada após um vizinho acionar a Justiça alegando que o felino invadia constantemente seu jardim e atrapalhava o uso do espaço, transformando o local em área de interesse exclusivamente felina.

O processo terminou com a condenação da tutora, Dominique Valdès, ao pagamento de 1.250 euros em indenização e custos do julgamento, valor que ela afirmou considerar desproporcional para um animal que pesa poucos quilos, mas tem grande talento para escalar muros e abrir debates.

Dominique disse que não recorreu por questões financeiras e que considera incomum um gato ser responsável por tamanho transtorno jurídico. Rémi, segundo ela, é apenas um explorador nato, adepto de saltos ousados e visitas rápidas sem aviso prévio — comportamento natural da espécie, mas aparentemente intolerável para o vizinho em questão.

Mesmo discordando da decisão, a tutora agora mantém o animal dentro de casa, realidade que, segundo ela, contraria profundamente os instintos do bichano, acostumado a patrulhar ruas, observar passarinhos e fiscalizar telhados alheios.

A decisão gerou reação imediata entre entidades de proteção animal. A Sociedade Protetora dos Animais relembrou que o Código Rural francês garante aos gatos o direito de circular livremente em um raio de até um quilômetro de sua residência, o que torna Rémi um dos raros felinos oficialmente impedidos de praticar sua rotina de “vagabundagem regulada”.

A instituição teme que o caso abra precedente para que outros animais domésticos acabem submetidos a uma espécie de “prisão preventiva felina” sempre que um vizinho se incomodar com a presença de bigodes alheios em suas plantas.

A situação coloca em debate até onde vai a responsabilidade dos tutores e onde começa o exagero das queixas. Embora o vizinho alegue prejuízos no jardim, a história se destaca por sua singularidade: transformar um gato que faz o que gatos fazem em réu num processo judicial. Para alguns moradores, a decisão soa estranha em um país onde a legislação reconhece o direito natural de circulação dos felinos; para outros, representa apenas a vitória de quem deseja manter seu gramado em paz, livre de visitas não agendadas.

O caso, além de jurídico, tornou-se também um episódio anedótico. Rémi agora cumpre, literalmente, regime fechado, enquanto organizações e moradores discutem se o animal é de fato uma ameaça territorial ou apenas mais um gato vivendo seu papel tradicional de farejar, escalar e ignorar completamente as fronteiras criadas pelos humanos.

O episódio segue gerando repercussão e levanta uma questão singular: quando o assunto envolve gatos, a Justiça consegue mesmo competir com a natureza felina?

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