Fumar é uma das principais causas evitáveis de várias doenças graves, e o câncer de bexiga é uma delas. Embora o tabagismo seja mais comumente associado ao câncer de pulmão, os produtos químicos presentes no cigarro também têm um impacto direto e devastador na saúde da bexiga. De acordo com estudos médicos, fumantes têm até quatro vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga em comparação com não fumantes.
Fumar envolve a inalação de uma vasta gama de produtos químicos tóxicos presentes no tabaco, muitos dos quais são conhecidos por serem cancerígenos. Quando uma pessoa fuma, esses produtos químicos entram na corrente sanguínea e são filtrados pelos rins, eventualmente se acumulando na bexiga. Entre essas substâncias, o benzeno, o formaldeído, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) e as aminas aromáticas são particularmente prejudiciais.
Essas substâncias permanecem na bexiga por um tempo antes de serem expelidas na urina. Durante esse período, elas entram em contato direto com as células que revestem a parede interna da bexiga, o que pode levar à formação de células cancerígenas. Com o tempo, a exposição repetida a essas toxinas pode causar mutações no DNA das células da bexiga, desencadeando o desenvolvimento do câncer.
O cigarro contém cerca de 7.000 substâncias químicas, e pelo menos 70 delas são conhecidas por serem cancerígenas. Essas substâncias não só afetam os pulmões, mas também têm um impacto significativo em outras partes do corpo, incluindo a bexiga. Entre as substâncias mais perigosas estão:
- Aminas aromáticas: São compostos químicos usados na fabricação de corantes, borrachas e produtos químicos industriais. No corpo, essas aminas podem se transformar em compostos que danificam o DNA das células da bexiga, aumentando o risco de câncer.
- Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs): Essas substâncias são geradas durante a combustão do tabaco e são altamente cancerígenas. Elas entram na corrente sanguínea e, eventualmente, se acumulam na bexiga.
- Nitrosaminas: Formadas a partir de compostos químicos presentes no tabaco, as nitrosaminas são conhecidas por causar mutações genéticas que podem levar ao câncer de bexiga.
Esses produtos químicos, quando acumulados na bexiga, criam um ambiente propício para o desenvolvimento do câncer. A exposição contínua e repetida aumenta significativamente o risco, especialmente para aqueles que fumam por muitos anos.
O câncer de bexiga é o quarto tipo de câncer mais comum entre homens e o nono entre mulheres. Fumantes são responsáveis por cerca de 50% a 65% de todos os casos de câncer de bexiga, o que destaca o impacto devastador do tabagismo nessa doença. O risco de desenvolver câncer de bexiga aumenta com a quantidade de cigarros fumados por dia e a duração do hábito de fumar. Mesmo ex-fumantes continuam em risco, embora esse risco diminua gradualmente após a cessação do tabagismo.
Além do tabagismo, outros fatores de risco incluem a exposição a produtos químicos industriais, histórico familiar de câncer de bexiga e infecções urinárias recorrentes. No entanto, o tabagismo permanece como o fator de risco mais significativo e evitável para essa doença.
Sintomas e diagnóstico precoce
O câncer de bexiga geralmente apresenta sintomas que podem ser confundidos com outras condições urinárias. Alguns dos sinais mais comuns incluem:
- Sangue na urina (hematúria): É o sintoma mais frequente, aparecendo em cerca de 85% dos casos. Pode variar de visível a microscópico.
- Dor ou ardor ao urinar: Este sintoma pode ser confundido com infecções urinárias, mas no contexto de outros sintomas, pode indicar algo mais sério.
- Aumento da frequência urinária: A necessidade de urinar com mais frequência do que o normal, especialmente à noite.
- Dor abdominal ou nas costas: Pode indicar que o câncer se espalhou para outras áreas do corpo.
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz do câncer de bexiga. Testes como cistoscopia, exames de imagem (como tomografia computadorizada) e análise de urina são usados para detectar a presença de células cancerígenas. Fumantes e ex-fumantes devem estar particularmente atentos aos sintomas e realizar exames regulares de saúde para detecção precoce.
A melhor maneira de reduzir o risco de câncer de bexiga é evitar ou cessar o tabagismo. Parar de fumar traz benefícios quase imediatos à saúde, e o risco de desenvolver câncer de bexiga começa a diminuir após a cessação. Embora o risco não seja eliminado completamente, ele continua a cair quanto mais tempo a pessoa permanece sem fumar.
Para aqueles que fumam, existem várias estratégias para ajudar na cessação, incluindo:
- Terapias de reposição de nicotina: Adesivos, gomas de mascar e inaladores de nicotina podem ajudar a reduzir os sintomas de abstinência.
- Medicamentos prescritos: Medicamentos como a bupropiona e a vareniclina podem ajudar a reduzir os desejos e facilitar o processo de parar de fumar.
- Aconselhamento e suporte psicológico: Grupos de apoio, terapia cognitivo-comportamental e aconselhamento individual podem ser eficazes em ajudar fumantes a parar de fumar.
- Aplicativos e programas digitais: Existem várias ferramentas digitais que oferecem suporte e monitoramento durante o processo de cessação.
Além de parar de fumar, adotar hábitos de vida saudáveis, como manter uma dieta balanceada, hidratar-se adequadamente e realizar exames de saúde regulares, pode ajudar a reduzir o risco de câncer de bexiga.