Floresta de pedra de 23 milhões de anos evidência a arqueologia paranaense

Pesquisadores em uma expedição geológica na Ilha Barro Colorado, no Panamá, fizeram uma descoberta extraordinária. Uma antiga floresta de mangue, sepultada sob um fluxo de lama vulcânica há mais de 20 milhões de anos, foi recentemente revelada, oferecendo uma janela única para um passado distante.

A ilha de Barro Colorado, agora uma parte crucial do Lago Gatún, foi submersa após a construção do Canal do Panamá em 1913. Esta área, antes uma paisagem montanhosa, se tornou um local de estudo intensivo para cientistas. A descoberta destes fósseis, escondidos e preservados por milhões de anos, surpreendeu os pesquisadores, desafiando a compreensão prévia da história geológica da ilha.

Os fósseis, apesar de terem aparência de tocos em decomposição, estão notavelmente preservados. Uma erupção vulcânica que ocorreu há aproximadamente 23 milhões de anos cobriu a floresta com lama, protegendo-a e retardando a decomposição natural. Este fenômeno proporcionou aos cientistas uma oportunidade única de estudar a estrutura e a ecologia de um ecossistema antigo.

A equipe examinou 121 amostras de madeira fossilizada, descobrindo que 50 delas pertencem a uma espécie desconhecida até então, nomeada Sonneratioxylon barrocoloradoensis. Estas árvores, significativamente mais altas que os manguezais modernos, chegavam a alcançar 40 metros de altura, destacando-se na paisagem antiga.

Camila Martínez Aguillón, paleoecologista da Universidade EAFIT, ressalta a importância desta descoberta. Segundo ela, os fósseis oferecem uma “rara e grande oportunidade de viajar ao passado”, permitindo aos cientistas estudar as estratégias de sobrevivência e as semelhanças entre os antigos e os atuais manguezais.

A descoberta da floresta fossilizada no Panamá não é apenas um achado arqueológico significativo, mas também um lembrete da complexidade e da riqueza da história da Terra. Ela oferece uma perspectiva valiosa sobre como os ecossistemas se adaptaram e evoluíram ao longo de milhões de anos, abrindo novas avenidas para a pesquisa em geologia, paleontologia e ecologia. Esta floresta antiga, agora revelada, continua a ensinar lições valiosas sobre a resiliência e a mudança no mundo natural.