Na madrugada deste domingo, 29 de dezembro de 2024, o Aeroporto Internacional de Muan, localizado no sudoeste da Coreia do Sul, foi palco de um dos piores desastres aéreos do ano.
Um Boeing 737-800 da Jeju Air, vindo de Banguecoque, Tailândia, saiu da pista durante uma tentativa de aterrissagem, colidindo violentamente contra uma estrutura de segurança. Das 181 pessoas a bordo, apenas duas sobreviveram, deixando o mundo em estado de choque e consternação.
O incidente ocorreu às 09h07, quando a aeronave tentou pousar sob condições aparentemente normais. As investigações preliminares indicam que uma falha no trem de pouso, possivelmente causada por uma colisão com um pássaro, pode ter desencadeado o desastre. O impacto inicial fez com que o avião ultrapassasse os limites da pista, colidindo com uma parede e gerando um incêndio que consumiu grande parte da estrutura da aeronave em 43 minutos.
Dos 181 ocupantes, 179 perderam a vida no acidente, incluindo 175 passageiros e quatro membros da tripulação. Apenas dois tripulantes, localizados na cauda do avião, foram resgatados com vida e encaminhados para tratamento em um hospital de Mokpo. A maioria das vítimas era de nacionalidade coreana, com exceção de dois passageiros tailandeses.
As autoridades sul-coreanas lançaram uma investigação para determinar as causas exatas do acidente. Um dos pontos principais é a frequente presença de aves na região do Aeroporto Internacional de Muan. Desde 2019, o local registra o maior índice de colisões com pássaros na Coreia do Sul, com dez ocorrências relatadas até agosto deste ano.
Relatos de passageiros antes do acidente sugerem que um pássaro ficou preso na asa da aeronave. Mensagens de texto enviadas por uma das vítimas indicam que a tripulação estava ciente do problema, mas não conseguiu resolver a situação antes do pouso forçado. O mau funcionamento do trem de pouso, associado ao impacto com aves, é uma das principais hipóteses em avaliação.
O piloto tentou controlar a situação realizando um pouso de emergência, mas não conseguiu reduzir a velocidade do avião a tempo. O impacto contra a estrutura na borda da pista foi devastador, arremessando passageiros para fora da aeronave. Segundo o Corpo de Bombeiros, as chances de sobrevivência foram reduzidas pela violência da colisão e pelo incêndio subsequente.
O incêndio foi extinto em 43 minutos, mas o estrago já era irreversível. O avião ficou completamente destruído, e as operações de resgate e remoção dos corpos foram intensas durante a manhã.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul manifestou sua profunda consternação e solidariedade às famílias das vítimas. Outros países também enviaram mensagens de apoio. Redes sociais foram inundadas por mensagens de luto e condolências, enquanto especialistas em aviação alertam para a necessidade de medidas mais rigorosas de prevenção de colisões com aves.
A tragédia no Aeroporto Internacional de Muan coloca em evidência a importância de revisar os protocolos de segurança aeroportuária. A localização do aeroporto, próxima a campos abertos e áreas costeiras, aumenta a probabilidade de colisões com aves. Medidas como o uso de sistemas de dissuasão de aves e melhorias no monitoramento podem ser cruciais para evitar futuros desastres.
O Boeing 737-800, modelo envolvido no acidente, é conhecido por sua segurança e eficiência. Com capacidade para transportar entre 162 e 189 passageiros, é amplamente utilizado em voos comerciais. No entanto, como qualquer aeronave, está sujeito a riscos operacionais, especialmente em condições adversas.