Extintores em carros podem voltar a ser exigidos no Brasil

O extintor de incêndio em veículos, que foi obrigatório por muitos anos no Brasil, pode voltar a ser um item exigido pela legislação de trânsito. A proposta está em discussão e reacende um debate antigo sobre a eficácia do equipamento, sua utilidade em casos de emergência e os custos associados para motoristas.

Enquanto defensores argumentam que o extintor é essencial para a segurança, críticos apontam que sua obrigatoriedade pode gerar mais burocracia e despesas sem resultados efetivos.

Em 2015, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu que o extintor de incêndio não seria mais obrigatório em carros de passeio no Brasil, embora permanecesse exigido em veículos de transporte coletivo, de carga e em modelos destinados a serviços públicos. A decisão foi baseada em estudos que indicavam que os extintores raramente eram usados por motoristas em situações reais de incêndio e que o treinamento inadequado poderia causar mais riscos do que benefícios.

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Na época, a mudança dividiu opiniões. Para muitos, a decisão trouxe alívio financeiro aos motoristas, que não precisariam mais comprar e manter o equipamento. Por outro lado, especialistas em segurança criticaram a medida, afirmando que o extintor poderia ser a diferença entre controlar um incêndio e assistir à destruição total de um veículo.

A proposta de tornar o extintor de incêndio obrigatório novamente está sendo revisitada por legisladores e especialistas em segurança. A principal motivação é o aumento no número de veículos elétricos e híbridos nas ruas, que possuem componentes específicos que podem gerar incêndios difíceis de controlar. Além disso, a crescente conscientização sobre a segurança no trânsito tem levado à discussão sobre a necessidade de revisar itens de segurança obrigatórios.

Outro fator que impulsiona o debate é a capacidade do extintor de controlar incêndios em situações iniciais, evitando tragédias maiores. Embora casos de incêndios em veículos sejam raros, quando acontecem, as consequências podem ser catastróficas.

Se a obrigatoriedade do extintor for retomada, os motoristas precisarão se adaptar. Isso inclui não apenas o custo inicial de aquisição do equipamento, mas também a necessidade de manutenção regular, uma vez que os extintores têm prazo de validade e exigem recargas periódicas. Além disso, será necessário um esforço de conscientização para que os motoristas saibam como usar o equipamento de forma segura e eficaz.

Por outro lado, a obrigatoriedade pode trazer benefícios, como um maior senso de segurança para os motoristas e passageiros. Em situações de emergência, ter um extintor à disposição pode ser crucial para salvar vidas e minimizar danos materiais.

Extintores de incêndio são projetados para combater focos de incêndio ainda em seus estágios iniciais. No contexto veicular, eles podem ser usados para apagar chamas no motor, no sistema elétrico ou até em estofados. No entanto, para que sejam eficazes, é essencial que os usuários saibam como operá-los. Isso levanta a questão sobre a necessidade de treinamento e conscientização para motoristas.

Além disso, a escolha do tipo correto de extintor é fundamental. No Brasil, os modelos ABC são indicados para veículos, pois são eficazes contra incêndios causados por materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. A legislação futura deverá especificar quais tipos de extintores serão exigidos, caso a obrigatoriedade retorne.

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Com o crescimento do mercado de veículos elétricos, a discussão sobre segurança ganhou novos contornos. Diferentemente dos veículos tradicionais, os elétricos possuem baterias de alta potência que, em caso de falha, podem gerar incêndios difíceis de controlar. Esse fator tem levado países a revisarem suas legislações de segurança veicular, e o Brasil pode seguir essa tendência.

Especialistas destacam que os extintores podem não ser suficientes para apagar incêndios de grande escala em baterias, mas podem ser úteis para conter chamas menores e evitar que o fogo se alastre. Portanto, a obrigatoriedade do extintor em veículos elétricos pode ser um tema central no debate.

Muitos países exigem o uso de extintores de incêndio em veículos, incluindo nações da União Europeia. Na França, por exemplo, os extintores são obrigatórios em carros de passeio, e campanhas educativas são realizadas para ensinar os motoristas a usá-los. Na Finlândia, além do extintor, outros equipamentos de segurança, como kits de primeiros socorros, também são exigidos.

Esses exemplos mostram que a obrigatoriedade do extintor pode ser acompanhada de políticas de conscientização e treinamento, aumentando a eficácia do equipamento em situações reais.