A madrugada do dia 6 de maio marcou o ponto alto da chuva de meteoros Eta Aquáridas, um dos eventos astronômicos mais aguardados do ano. Ligada diretamente ao lendário cometa Halley, essa chuva de meteoros é visível em boa parte do planeta, mas ganha um brilho especial nos céus do Hemisfério Sul, principalmente no Brasil, onde as condições de observação tendem a ser mais generosas.
Quem acordou cedo ou estendeu a vigília noturna teve a chance de ver um verdadeiro desfile de luzes: entre 50 e 60 meteoros por hora puderam ser vistos cortando o céu, criando rastros brilhantes — as famosas “estrelas cadentes” que tanto fascinam gerações. E o melhor: esse espetáculo ainda não terminou.
Eta Aquáridas continua visível até o fim de maio
Embora o pico da atividade tenha ocorrido na madrugada do dia 6, os meteoros da Eta Aquáridas continuarão riscando o céu até 28 de maio, oferecendo várias oportunidades para os apaixonados por astronomia ou simples curiosos se encantarem com a dança cósmica.
Para aumentar as chances de uma boa observação, especialistas recomendam procurar locais escuros e afastados das luzes urbanas, com o mínimo possível de interferência luminosa. O horário mais favorável é nas horas que antecedem o nascer do sol, quando o céu ainda está escuro e o radiante da chuva — que parece vir da constelação de Aquário — está mais elevado no horizonte.
O cometa Halley
As Eta Aquáridas surgem quando a Terra atravessa a trilha de detritos deixada pelo cometa Halley em sua longa órbita em torno do Sol. Essas pequenas partículas, ao entrarem em nossa atmosfera a velocidades impressionantes — cerca de 66 km por segundo — queimam devido ao atrito, formando riscos luminosos no céu.
O Halley, que só será visível novamente da Terra em 2061, continua deixando sua marca por aqui de forma indireta, através de dois grandes eventos anuais: as Eta Aquáridas, em maio, e as Oriônidas, em outubro.
Ferramentas que ajudam a localizar a constelação de Aquário
Para quem deseja observar com mais precisão, alguns aplicativos de astronomia podem ser verdadeiros aliados. Plataformas como Stellarium, Star Walk e Sky Safari ajudam a localizar o ponto exato do céu de onde os meteoros parecem partir. Outra dica valiosa é permitir que os olhos se acostumem com a escuridão por cerca de 20 a 30 minutos antes de iniciar a observação, evitando o uso de telas brilhantes nesse período.
Mesmo após o auge, a Eta Aquáridas continuará cruzando o céu em noites limpas de maio. Para quem perdeu o pico, ainda há tempo para presenciar esse presente da natureza. Basta se organizar, escolher um lugar calmo e silencioso, e olhar para cima.
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