A preocupante aceleração do aquecimento global e o aumento das emissões de gases de efeito estufa trazem consigo ameaças reais para as cidades costeiras do Brasil. Um recente estudo desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a agência Climate Impact Lab revelou que cidades emblemáticas como Santos e Rio de Janeiro podem enfrentar a submersão de mais de 7% de seus territórios até o final do século, caso não sejam tomadas medidas urgentes.
A Ascensão das Águas e os Impactos Previstos
O estudo, baseado em imagens de satélite, mareógrafos e modelos do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), projeta três cenários distintos. Sob a perspectiva de emissões elevadas, Santos poderia sofrer um aumento de 27,74 cm do nível do mar até 2050 e 72,85 cm até 2100, enquanto o Rio de Janeiro, menos impactado, ainda enfrentaria números preocupantes de 23,84 cm e 65,67 cm, respectivamente.
No âmbito nacional, o Brasil enfrenta uma elevação média do nível do mar entre 20,9 cm a 24,27 cm até 2050 e de 40,5 cm a 65,6 cm até 2100. O estudo ressalta que, mesmo no cenário de emissões intermediárias, o país está acima da média global, indicando a urgência de medidas para conter essa ameaça iminente.
Riscos para o Desenvolvimento Humano:
O Diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, Pedro Conceição, destaca que a subida do nível do mar coloca em risco décadas de progresso nas zonas costeiras densamente povoadas, onde reside uma em cada sete pessoas no mundo. Cidades como Santos e Rio de Janeiro estão no epicentro dessa ameaça, mas não estão sozinhas. Outras áreas, como Guayaquil, Barranquilla, Kingston, Cotonou, Calcutá, Perth, Newcastle e Sydney, também enfrentam riscos significativos.
Impactos Além das Fronteiras
O estudo não se limita ao território brasileiro. Alerta para o risco de inundações permanentes em diversas regiões baixas ao longo das costas da América Latina, África e Sudeste Asiático. Projeções indicam uma tendência alarmante, com potencial para reverter o desenvolvimento humano nas comunidades costeiras em todo o mundo.
A divulgação desses dados não apenas serve como um alerta urgente, mas também destaca a necessidade de ações imediatas. Com a COP-28 se aproximando, as autoridades globais têm a responsabilidade de enfrentar a crise climática. A redução das emissões não só mitiga os riscos iminentes, mas também oferece às comunidades costeiras mais tempo para se prepararem e responderem proativamente à ameaça iminente da subida do nível do mar. O momento de agir é agora, como reforça Pedro Conceição do PNUD. A Cúpula do Clima é a plataforma crucial para transformar esses alertas em ações concretas, garantindo um futuro mais sustentável para as cidades costeiras e, por extensão, para o planeta como um todo.
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