Estresse e saúde mental: Descubra como eles influenciam o funcionamento do estômago

Você já se perguntou por que situações estressantes podem literalmente “dar um nó no estômago”? A ciência tem muito a dizer sobre a conexão entre mente e corpo, especialmente sobre como o estresse e os transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão, afetam o sistema digestivo.

O estresse é considerado um dos maiores desafios da vida moderna. Ele afeta não apenas a mente, mas também o corpo de maneiras profundas e, muitas vezes, inesperadas. O que talvez muitos não saibam é que o estômago está entre os órgãos mais impactados por nossas emoções. Quando nos sentimos pressionados, ansiosos ou sobrecarregados, o sistema digestivo pode reagir de forma intensa, desencadeando problemas que vão desde dores abdominais até condições mais graves. Vamos entender como saúde mental e estresse estão interligados ao funcionamento do estômago e o que podemos fazer para minimizar esses impactos.

O sistema digestivo é frequentemente chamado de “segundo cérebro” devido à alta concentração de neurônios no trato gastrointestinal, que forma o chamado sistema nervoso entérico. Essa conexão direta entre cérebro e intestino, mediada pelo nervo vago, permite uma comunicação contínua entre as emoções e o sistema digestivo. Quando estamos estressados, o cérebro envia sinais que podem alterar os movimentos intestinais, a produção de enzimas digestivas e até mesmo o equilíbrio da microbiota intestinal.

Você já sentiu “borboletas no estômago” antes de um evento importante? Essa expressão popular é apenas um exemplo de como emoções intensas podem causar sensações físicas reais no trato digestivo. Mas os efeitos do estresse vão além de momentos pontuais. O estresse crônico pode levar a problemas mais sérios, como a síndrome do intestino irritável (SII), gastrite e refluxo gastroesofágico. Estudos também apontam que pessoas com altos níveis de ansiedade ou depressão apresentam maior predisposição a essas condições, evidenciando a relação entre saúde mental e digestão.

A conexão entre o cérebro e estômago

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O cérebro e o trato gastrointestinal estão intimamente conectados por meio de uma via chamada eixo intestino-cérebro. Este canal de comunicação é mediado por hormônios, neurotransmissores e até microrganismos presentes no intestino. Quando estamos sob estresse crônico ou lidando com condições de saúde mental, como ansiedade ou depressão, essa comunicação pode ser prejudicada, desencadeando uma série de problemas digestivos.

O estresse, por exemplo, pode levar ao aumento da produção de ácido gástrico, irritando a mucosa estomacal e causando sintomas como azia, náusea e até gastrite. Por outro lado, condições emocionais podem desacelerar o processo digestivo, resultando em constipação ou, no caso de pessoas com síndrome do intestino irritável (SII), em episódios de diarreia.

Sintomas mais comuns

Os sinais de que o estresse está afetando o estômago podem variar de pessoa para pessoa, mas entre os sintomas mais frequentes estão:

  • Dores abdominais ou cólicas;
  • Azia ou sensação de queimação no estômago;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Perda de apetite ou, em contrapartida, compulsão alimentar;
  • Mudanças no hábito intestinal, como diarreia ou constipação;

Além disso, pessoas com condições de saúde mental podem ser mais propensas a desenvolver transtornos gastrointestinais crônicos, como gastrite, refluxo ácido e até úlceras.

O papel do cortisol

O hormônio cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, desempenha um papel crucial nesse processo. Em situações de estresse agudo, ele prepara o corpo para reagir, mas quando sua liberação se torna constante, devido ao estresse crônico, pode interferir no funcionamento normal do sistema digestivo. Estudos mostram que altos níveis de cortisol estão associados ao aumento da permeabilidade intestinal, um fenômeno conhecido como “intestino permeável”, que pode levar a inflamações e sensibilidades alimentares.

Cuidado da mente e do corpo

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A boa notícia é que é possível proteger a saúde do estômago ao mesmo tempo que se cuida da mente. Algumas estratégias incluem:

  1. Práticas de relaxamento: Atividades como meditação, ioga e exercícios de respiração ajudam a reduzir os níveis de cortisol.
  2. Alimentação equilibrada: Evitar alimentos altamente processados, ricos em açúcares e gorduras, que podem piorar os sintomas gastrointestinais.
  3. Atividade física regular: O exercício libera endorfinas, os “hormônios da felicidade”, que combatem o estresse.
  4. Terapia e suporte emocional: Conversar com um terapeuta pode ajudar a identificar e gerenciar gatilhos emocionais.
  5. Sono adequado: Dormir bem é essencial para regular as funções do corpo, incluindo a digestão.

Além dessas práticas, é fundamental procurar ajuda médica se os sintomas persistirem. Um gastroenterologista pode investigar possíveis causas orgânicas, enquanto um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar no manejo dos aspectos emocionais.

O equilíbrio como chave

O eixo intestino-cérebro é um lembrete poderoso de que mente e corpo não funcionam de forma isolada. O estresse e a saúde mental afetam diretamente o funcionamento do estômago, e ignorar esses sinais pode ter consequências a longo prazo. Adotar um estilo de vida que priorize o equilíbrio emocional e físico é um passo importante para manter o bem-estar geral.