A Polônia foi palco de uma descoberta fascinante e histórica. Em agosto de 2022, durante um mergulho no rio Supraśl, um funcionário do Museu do Exército de Białystok encontrou uma espada medieval rara. Datada do final do século 9 ao início do século 10, acredita-se que o artefato pertença à era viking.
A peça, com marcas claras de uso em batalha, é um dos poucos exemplares desse tipo já encontrados no país. Agora parte do acervo do museu, a espada revela novos detalhes sobre o passado medieval da região.
O funcionário e mergulhador amador Skibicki compartilhou os detalhes da descoberta.
“Era domingo, por volta das 17h, e eu nadava no rio Supraśl. Conhecia o local e me lembrava de que havia um banco de areia ali. A cerca de 120 cm de profundidade, vi algo que chamou minha atenção.”
Ao perceber que se tratava de uma espada, ele afirmou: “Essa foi a primeira e última vez que gritei de felicidade debaixo d’água!”. Graças à sua formação e experiência, Skibicki soube como preservar o artefato e notificar as autoridades competentes.
A espada foi cuidadosamente resgatada e submetida a uma análise inicial, que confirmou sua origem viking. Desde então, o artefato passou por um processo rigoroso de conservação para garantir sua preservação, dada a delicadeza dos materiais após séculos submersos.
A espada encontrada possui características típicas das armas vikings da Idade Média. Seu punho e a forma da lâmina sugerem que ela foi fabricada entre o final do século 9 e o início do século 10. Robert Sadowski, diretor do Museu do Exército, destacou a raridade da peça: “Existem apenas três ou quatro espadas semelhantes no país.”
Análises revelaram microfissuras, arranhões e lascas na lâmina, indicando que a espada foi usada em combate. Esses danos reforçam a hipótese de que ela pertenceu a um guerreiro de elite, possivelmente envolvido em batalhas locais. Segundo Sadowski, “uma espada como essa não se perde facilmente. É provável que tenha caído no rio durante uma batalha, junto com seu portador.”
Após passar séculos enterrada nos sedimentos do rio, a espada foi transferida para um ambiente controlado e úmido para evitar danos adicionais. Especialistas garantem que a peça está sendo tratada com técnicas modernas de conservação, essenciais para preservar sua integridade.
Além de sua preservação, a espada será exposta ao público no Museu do Exército de Białystok, onde se junta a outra arma semelhante encontrada na década de 1970. A exibição das duas peças permitirá aos visitantes uma visão mais ampla sobre as conexões culturais e militares da Polônia medieval com o mundo viking.
Embora muitas pessoas associem os vikings às regiões escandinavas, suas incursões se estenderam a diversas partes da Europa, incluindo a Polônia. Os rios eram rotas estratégicas para o comércio e a guerra, e a presença de artefatos vikings no país reflete essas interações.
A espada encontrada no rio Supraśl é um testemunho da influência viking na Polônia medieval. Além de simbolizar poder e prestígio, essas armas eram ferramentas essenciais na guerra e em rituais. A presença de uma espada viking reforça a hipótese de que a região foi palco de conflitos e trocas culturais significativas.
As espadas vikings não eram apenas armas de guerra; elas eram símbolos de status e poder. Apenas guerreiros de alta posição ou chefes tribais tinham acesso a essas peças. A fabricação dessas armas era um processo complexo, que envolvia técnicas avançadas de forjamento e o uso de materiais de alta qualidade. Isso torna cada espada encontrada uma peça única de história e arte.
A espada viking do rio Supraśl representa mais do que um objeto arqueológico. Ela conecta o presente ao passado, oferecendo uma janela para a vida, as batalhas e as tradições de uma era distante. Sua descoberta destaca a importância de proteger e estudar os patrimônios submersos, que muitas vezes guardam segredos históricos inestimáveis.
O Museu do Exército de Białystok planeja usar a espada como uma peça central em exposições futuras, destacando não apenas sua história, mas também a conexão entre a Polônia e as culturas nórdicas. A descoberta também serve como um lembrete do papel crucial da arqueologia subaquática na preservação da história.