A Mars Express da ESA revelou imagens impressionantes das formações distintas apelidadas de “aranhas”, dispersas pela região polar sul de Marte. Essas características únicas são o resultado de uma fascinante interação entre mudanças sazonais e processos geológicos.
Vamos explorar mais a fundo esses achados marcianos e desvendar os segredos por trás dessas misteriosas formações.
Durante o inverno marciano, camadas de dióxido de carbono se acumulam na superfície. Com a chegada da primavera, a luz solar penetra a superfície, desencadeando uma transformação fascinante. A Mars Express da Agência Espacial Europeia descobriu que a camada inferior de gelo de dióxido de carbono passa diretamente para o estado gasoso, exercendo pressão e rompendo as placas de gelo sobrepostas.
À medida que esse gás escapa para a superfície, ele carrega partículas escuras de poeira, criando fontes altas ou gêiseres que dispersam o material pela paisagem. As “aranhas” observadas em Marte são resultado da interação da luz solar com camadas de dióxido de carbono congelado na superfície do planeta.
Localizadas no polo sul de Marte, onde as temperaturas podem despencar para -243 graus Fahrenheit (-152.778 °C), as condições gélidas fazem com que o dióxido de carbono na atmosfera congele em gelo sólido. A poeira ejetada se instala na superfície, formando pontos escuros com diâmetros que variam de 45 metros (145 pés) a 1 quilômetro (0,6 milhas). Esses pontos servem como indicadores da atividade geológica subjacente. O processo também esculpe padrões intricados em forma de aranha abaixo da superfície, aprimorando a paisagem peculiar.
Os exploradores marcianos da ESA, especialmente o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) em 2020, forneceram um vislumbre detalhado dos intrincados padrões semelhantes a aranhas gravados na superfície marciana, segundo relatos da Live Science. Em contraste com as imagens da Mars Express, que mostram os pontos escuros resultantes da fuga de gás e material, a perspectiva do TGO revela os delicados canais semelhantes a tentáculos esculpidos no terreno gelado abaixo.
Esses pontos escuros, visíveis em toda a imagem da Mars Express, atravessam montanhas acidentadas e planaltos expansivos. Eles estão particularmente concentrados em uma área escura perto do que foi carinhosamente apelidado de “Cidade Inca”. Aqui, esses pontos evocam a imagem de formações semelhantes a aranhas em meio a uma paisagem que lembra as ruínas incas sul-americanas. Formalmente conhecida como Angustus Labyrinthus, a Cidade Inca foi identificada pela primeira vez pela sonda Mariner 9 da NASA em 1972. “Ainda não temos certeza exatamente de como a Cidade Inca se formou”, disseram os funcionários da ESA em comunicado. “Pode ser que dunas de areia tenham se transformado em pedra ao longo do tempo.
Talvez material como magma ou areia esteja se infiltrando através de folhas fraturadas de rocha marciana. Ou, as cristas poderiam ser ‘eskers’, estruturas sinuosas relacionadas a geleiras.” Capturada pela High Resolution Stereo Camera da Mars Express, essa nova visão da Cidade Inca e de seus habitantes aracnídeos cripticos levanta questões sobre a formação dessa paisagem.
As descobertas recentes da Mars Express da ESA revelam as maravilhas ocultas da paisagem marciana, destacando as fascinantes “aranhas” do polo sul de Marte. Essas formações intrigantes são testemunhas de processos geológicos e mudanças sazonais únicas que moldam o ambiente marciano. Com cada imagem capturada e cada descoberta feita, estamos um passo mais perto de desvendar os segredos do Planeta Vermelho e compreender sua história e evolução.
Essa reportagem destaca a importância contínua da exploração espacial e o papel vital que a Mars Express desempenha na ampliação de nosso conhecimento sobre Marte. Enquanto continuamos a estudar e investigar os mistérios do cosmos, cada nova descoberta nos aproxima de uma compreensão mais profunda de nosso lugar no universo.