Recentemente, arqueólogos búlgaros fizeram uma descoberta única no túmulo de um guerreiro situado em Provadia-Solnitsata, no nordeste da Bulgária. Trata-se de um cetro de osso, um bastão curto que simboliza autoridade, mas o que o torna verdadeiramente especial é sua forma singular e rica simbologia.
O cetro, com seus 38 centímetros de comprimento, possui um punho liso feito de seções de osso cuidadosamente coladas. No topo deste intrigante artefato, encontramos uma forma de pássaro com um bico, que é o que mais chama a atenção. De um lado, esse bico assemelha-se ao de uma águia, um animal de grande significado ritual para os citas, antigos habitantes da região. No entanto, ao virar o cetro, deparamo-nos com uma representação antropomórfica que faz o bico parecer um chapéu.
Os citas eram verdadeiros mestres na arte de esculpir em osso, e este cetro é um exemplo superlativo de sua habilidade. Com atenção meticulosa aos detalhes, eles criaram uma peça que encapsula o equilíbrio entre a natureza e a cultura, incorporando a majestade da águia e a criatividade humana em um único objeto.
O cetro foi descoberto no túmulo de um guerreiro cita do século V a.C., que havia sido aberto na antiguidade, mas, surpreendentemente, não saqueado. Além do cetro, os arqueólogos encontraram os restos de um cavalo, de um pequeno cachorro e de uma tartaruga. Esses elementos sugerem que o guerreiro tinha uma conexão profunda com a natureza e que tais oferendas eram destinadas a acompanhá-lo em sua jornada pós-morte.
A descoberta ocorreu em Provadia-Solnitsata, uma cidade antiga situada perto da moderna Provadia. Este assentamento fortificado com muralhas tem uma história impressionante, existindo de 5.600 a 4.350 a.C. Sua prosperidade foi alimentada pela produção de sal, que era um recurso de grande valor na antiguidade.
O cetro de osso encontrado em Provadia-Solnitsata é mais do que um objeto arqueológico intrigante; é uma janela para a mente dos citas, um povo antigo que deixou sua marca na história com sua habilidade artística e sua rica cultura. Esta descoberta única é mais uma prova da riqueza do patrimônio cultural da Bulgária e do contínuo fascínio que o passado exerce sobre o presente.