Encontrado um gigante crânio de anfíbio mais antigo que os dinossauros

No município de Rosário do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, uma descoberta surpreendente no campo da paleontologia vem capturando a atenção do mundo científico.

Um fóssil de anfíbio do período Triássico, antes mesmo dos primeiros dinossauros, foi encontrado em uma fazenda da região.

Este achado extraordinário é resultado do trabalho árduo e da dedicação de pesquisadores do Laboratório de Paleobiologia do Campus São Gabriel da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

Após intensos estudos, a nova espécie recebeu o nome de Kwatisuchus rosai em homenagem ao paleontólogo Átila Stock Da-Rosa, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

O período Triássico é marcado por uma recuperação lenta do ecossistema terrestre após a “maior extinção em massa da história”.

Esse evento catastrófico deixou um vácuo ecológico que permitiu que os anfíbios temnospôndilos, ancestrais dos anfíbios modernos, prosperassem.

Esses animais, conhecidos por suas adaptações a condições de alto estresse ambiental, se tornaram abundantes em todo o mundo, fornecendo insights valiosos sobre como as extinções afetaram o planeta e seus ecossistemas.

Os anfíbios temnospôndilos eram criaturas fascinantes que, apesar de serem considerados grandes em comparação com os anfíbios atuais, variavam em tamanho.

O Kwatisuchus rosai tinha cerca de 1,5 metros de comprimento, sendo considerado um temnospôndilo de médio porte.

No entanto, os maiores representantes deste grupo chegavam a impressionantes 5 metros de comprimento. Eles eram animais carnívoros que habitavam principalmente ecossistemas aquáticos, mas também tinham representantes terrestres, o que torna sua diversidade ainda mais intrigante.

A descoberta do Kwatisuchus rosai foi uma experiência emocionante para os pesquisadores envolvidos. Voltaire D. Paes Neto, um dos pesquisadores, descreve o momento em que encontraram um pedaço do crânio em perfeitas condições como “o achado mais emocionante que já participei”. Essa descoberta inesperada foi um marco na pesquisa paleontológica da região.

Uma das surpresas da descoberta foi a conexão surpreendente entre o Kwatisuchus rosai e espécies de anfíbios encontradas na Rússia.

Na época do período Triássico, os continentes estavam unidos no supercontinente chamado Pangeia, reduzindo a distância entre o Brasil e a Rússia. No entanto, ainda existiam barreiras geográficas significativas.

A semelhança entre o Kwatisuchus rosai e as espécies russas instigou novos estudos para entender como essas conexões se deram, lançando luz sobre a história evolutiva desses animais.

A descoberta do fóssil do Kwatisuchus rosai é uma contribuição significativa para a paleontologia brasileira e internacional. Além de revelar a existência de anfíbios gigantes no período Triássico, essa descoberta estreita os laços entre o Brasil e a Rússia em termos de evolução biológica.

O estudo publicado na revista científica The Anatomical Record é um testemunho da dedicação e paixão dos pesquisadores da Unipampa e de suas colaborações internacionais. Essa descoberta, sem dúvida, continuará a inspirar estudos futuros sobre a história da vida na Terra.

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