Durante três dias, 25 profissionais da educação de sete municípios do Extremo Oeste catarinense estão participando da formação “Ciclos não Conflitivos: Prevenção”, uma iniciativa do projeto Escola Restaurativa.
A capacitação, inspirada na Justiça Restaurativa, visa preparar diretores escolares, professores e equipes pedagógicas para atuar como facilitadores na mediação de conflitos e na promoção de um ambiente mais pacífico e colaborativo nas escolas.
O treinamento, iniciado na segunda-feira (10), ocorre em 18 escolas estaduais dos municípios de Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Descanso, Bandeirante, Barra Bonita, Paraíso e Belmonte.
A expectativa é que os profissionais capacitados apliquem os conhecimentos adquiridos para prevenir conflitos, melhorar a convivência escolar e fortalecer os vínculos entre alunos, professores e comunidade escolar.
A importância da escola restaurativa
O projeto Escola Restaurativa foi implementado na região de São Miguel do Oeste a partir da iniciativa do Promotor de Justiça Maycon Robert Hammes, titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca, com apoio do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O Promotor de Justiça Leonardo Lorenzzon, que participou da abertura da capacitação, ressaltou a relevância da iniciativa para prevenir e solucionar casos de bullying, violência física e psicológica, infrequência escolar e outras questões que afetam a rotina educacional.
“A capacitação e a resolução de conflitos por meio dos círculos de construção de paz também ajudam a reduzir a sobrecarga dos profissionais da educação, proporcionando um ambiente mais saudável para todos”, afirmou Lorenzzon.
Capacitação e metodologia aplicada
A psicóloga Rafaela Duso, responsável pelo conteúdo do treinamento, destacou que o objetivo da formação é habilitar os participantes para conduzir círculos de construção de paz de menor complexidade, aplicáveis em diversas situações do dia a dia escolar.
“Os profissionais aprenderão a facilitar círculos de celebração, diálogo e aprendizagem, promovendo um senso de pertencimento e fortalecimento dos vínculos familiares, comunitários e entre as equipes de trabalho”, explicou Rafaela.
A coordenadora do Núcleo de Prevenção às Violências (NEPRE), Mayara Noronha, enfatizou que a capacitação permitirá que os profissionais atuem preventivamente, abordando questões como relações interpessoais entre alunos, professores e familiares.
“O fortalecimento do diálogo e da escuta ativa é essencial para melhorar o ambiente escolar e reduzir conflitos antes que eles se agravem”, ressaltou.
Impacto na comunidade escolar
Para Cátia Antunes, professora da EEB Santa Rita, de São Miguel do Oeste, a capacitação é uma oportunidade de aprimorar a prática docente. “Ensinar vai além do conteúdo em sala de aula. Precisamos formar seres humanos completos, ajudando-os a lidar com desafios sociais, emocionais e familiares. Esse treinamento nos dá ferramentas para auxiliar estudantes que enfrentam dificuldades dentro e fora da escola”, afirmou.
A coordenadora do NUPIA, Promotora de Justiça Analú Librelato Longo, reforçou o impacto positivo da capacitação na formação dos professores e na qualidade do ensino.
“Capacitar os profissionais da educação significa impactar positivamente toda a cadeia escolar: alunos, pais, professores e comunidade. Quanto mais preparada estiver a escola, maior será a capacidade de enfrentar os desafios diários da educação com diálogo e acolhimento”, destacou.
O projeto escola restaurativa
O Projeto Escola Restaurativa é uma das principais iniciativas do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tem sido expandido para diversas regiões do estado.
A iniciativa foi desenvolvida dentro do Grupo Gestor de Justiça Restaurativa de Santa Catarina (GGJR-SC), que envolve entidades como Poder Judiciário, Governo do Estado, Defensoria Pública, OAB/SC, FECAM, UDESC e UNISUL.
A abordagem se baseia nos círculos de construção de paz, técnica que visa transformar conflitos, desenvolver empatia, fortalecer a responsabilidade e promover o diálogo.
Com essa metodologia, o projeto tem contribuído para melhorar o ambiente escolar, fortalecer o laço entre professores e alunos e incentivar uma convivência mais harmoniosa e colaborativa nas escolas.
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