Alana Maldonado conquista ouro no judô paralímpico em Paris

Alana Maldonado brilhou mais uma vez nos tatames e conquistou a medalha de ouro na categoria até 70 quilos da classe J2 (para atletas com visão parcial) nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Com uma performance dominante, a judoca brasileira superou a chinesa Yue Wang por ippon na decisão, reafirmando sua posição como uma das maiores atletas do judô paralímpico mundial.

A vitória na Arena do Campo de Marte é o segundo ouro paralímpico de Alana, que já havia alcançado o topo do pódio nos Jogos de Tóquio 2020, marcando a história do esporte brasileiro.

Esta conquista é mais do que uma simples medalha. Para Alana, que lutou contra dúvidas e desafios pessoais, o ouro em Paris representa a coroação de um trabalho árduo e a reafirmação de sua capacidade de superar obstáculos, tanto físicos quanto mentais. “Eu sonhei o tempo todo com esse momento. Deus me mostrou que eu sou capaz”, declarou a bicampeã paralímpica, emocionada após a vitória.

A vitória de Alana Maldonado nos Jogos Paralímpicos de Paris é o capítulo mais recente de uma carreira marcada por feitos históricos. A judoca se destacou pela primeira vez nos Jogos de Tóquio 2020, onde se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô paralímpico. Na ocasião, Alana venceu de maneira brilhante, abrindo caminho para que seu nome fosse gravado na história do esporte brasileiro.

O ouro em Tóquio não apenas destacou o talento da judoca, mas também serviu como inspiração para atletas e fãs em todo o país. Agora, em Paris, Alana reforça sua trajetória de sucesso, provando que sua conquista anterior não foi um acaso. A consistência em suas performances e a habilidade de lidar com a pressão em competições de alto nível a consolidam como uma das maiores referências do judô paralímpico mundial.

Por trás da vitória de Alana Maldonado em Paris está uma história de superação, resiliência e fé. A judoca revelou que, antes de chegar à competição, enfrentou momentos de dúvidas sobre sua capacidade de repetir o sucesso de Tóquio. As incertezas, comuns a muitos atletas de alto nível, a fizeram questionar se conseguiria alcançar o ouro mais uma vez.

No entanto, Alana contou com o apoio de sua equipe e de sua fé para superar esses obstáculos. “Deus me fortaleceu e mostrou que eu sou capaz”, afirmou a atleta após a vitória. A superação desses desafios mentais foi crucial para que Alana pudesse entrar no tatame com a confiança necessária para derrotar suas adversárias, culminando na vitória por ippon contra a chinesa Yue Wang.

A performance da judoca brasileira em Paris foi marcada por sua técnica impecável, determinação e foco. Alana controlou a luta desde o início, mostrando o porquê de ser uma das favoritas ao ouro. O ippon, que é o golpe perfeito no judô, encerrou a luta de maneira categórica e garantiu à atleta o topo do pódio.

A conquista de Alana Maldonado nos Jogos Paralímpicos de Paris é um feito importante não só para a atleta, mas também para o esporte paralímpico brasileiro como um todo. O judô, um dos esportes em que o Brasil tem tradição de conquistas, ganha ainda mais visibilidade e reconhecimento com a performance de Alana. Sua vitória serve como inspiração para novos atletas, mostrando que é possível chegar ao topo com dedicação, disciplina e fé.

Além de Alana, o Brasil tem uma longa tradição de sucesso nos Jogos Paralímpicos, com atletas que se destacam em diversas modalidades, incluindo o atletismo, a natação e, claro, o judô. A cada edição dos Jogos, o país consolida sua posição como uma das potências mundiais no esporte paralímpico, e a vitória de Alana reforça essa tendência.

Outra grande performance brasileira no judô em Paris foi a de Brenda Freitas, que conquistou a medalha de prata na categoria até 70 quilos da classe J1 (para atletas cegos totais ou com percepção de luz). A judoca carioca foi derrotada na final pela chinesa Li Liu, mas sua jornada até a medalha de prata foi marcada por lutas duras e pela determinação de representar o Brasil no mais alto nível.

A prata de Brenda é uma conquista significativa, destacando seu talento e esforço dentro e fora do tatame. Embora não tenha subido ao lugar mais alto do pódio, a judoca demonstrou força e habilidade para superar grandes adversárias ao longo do torneio. Sua medalha é motivo de orgulho para o esporte paralímpico brasileiro e uma motivação para continuar evoluindo em competições futuras.

O judô paralímpico tem desempenhado um papel importante no cenário esportivo brasileiro, sendo uma modalidade que constantemente gera medalhas e vitórias para o país. Desde a introdução do judô nos Jogos Paralímpicos em 1988, o Brasil tem se destacado com grandes atletas, tanto no masculino quanto no feminino.

Alana Maldonado e Brenda Freitas são os exemplos mais recentes de uma geração de judocas talentosos que vêm representando o Brasil com excelência. Com suas conquistas, elas não só elevam o nível do esporte no país, mas também ajudam a promover a inclusão e o desenvolvimento do esporte paralímpico, inspirando mais jovens a seguir seus passos.

O Brasil continua a investir no desenvolvimento do judô paralímpico, com programas de formação de atletas e apoio a competições em todo o país. O objetivo é continuar a revelar novos talentos que possam representar o Brasil em competições internacionais e manter o país entre as potências do esporte paralímpico mundial.

Paraná comemora liderança no Ideb com avanços no programa Educa Juntos

No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, o Paraná tem motivos de sobra para comemorar. O estado, que já figurava entre os melhores do Brasil em termos de educação, reforçou sua posição de liderança com o sucesso do programa Educa Juntos, uma iniciativa do Governo Estadual em parceria com os municípios.

Com o objetivo de melhorar a aprendizagem e a alfabetização dos estudantes da rede pública, o programa tem se mostrado um importante alicerce para o avanço educacional do Paraná.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Paraná consolidou-se como o estado com a melhor educação do Brasil, atingindo 6,7 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais do ensino fundamental, superando a meta estabelecida para o período de 2007 a 2021.

Os números que colocam o Paraná no topo do ranking nacional do Ideb não são fruto do acaso. O programa Educa Juntos, lançado em 2022, desempenhou um papel crucial nesse avanço. O foco do programa é oferecer suporte contínuo aos municípios por meio da distribuição de materiais didáticos, ferramentas de monitoramento escolar e avaliações diagnósticas, além de proporcionar formação contínua aos profissionais da educação. Tudo isso tem contribuído para a melhoria da qualidade de ensino e o desenvolvimento de uma base sólida para a alfabetização e o aprendizado dos estudantes.

Esse esforço colaborativo entre o Governo do Paraná e os municípios permitiu ao estado superar rivais históricos no ranking educacional, como Ceará e São Paulo, consolidando a liderança no ciclo do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. De acordo com a Fiesc, o crescimento contínuo é um indicativo da eficácia de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento educacional.

A alfabetização é um dos pilares fundamentais para o sucesso escolar e para a construção de uma educação de qualidade. No Paraná, essa importância é refletida nos resultados do programa Educa Juntos, que tem como uma de suas principais estratégias o Alfabetiza Juntos. Esse componente do programa oferece materiais complementares em língua portuguesa e matemática, além de avaliações diagnósticas que permitem identificar os desafios e orientar as ações pedagógicas de forma personalizada para cada município.

A coordenadora do Núcleo de Cooperação Pedagógica com os Municípios (NCPM), Eliane Benatto, destacou o impacto desse programa na alfabetização das crianças paranaenses. “O relatório de alfabetização do MEC indica que 73% das crianças do Paraná já estão alfabetizadas, mas a nossa meta é garantir que 100% dos estudantes estejam plenamente alfabetizados até o final do segundo ano do ensino fundamental”, afirmou.

Essa meta ambiciosa reflete o compromisso do estado com a educação e o desejo de garantir que nenhuma criança seja deixada para trás. Com o suporte técnico, pedagógico e logístico proporcionado pelo Educa Juntos, os professores têm à disposição uma série de recursos que facilitam o processo de ensino, mesmo diante dos desafios impostos pelos novos tempos.

A pandemia da Covid-19 trouxe desafios inéditos para a educação em todo o mundo, e o Paraná não foi exceção. No entanto, o estado encontrou no Educa Juntos uma ferramenta essencial para superar esses obstáculos e garantir que as crianças continuassem seu processo de aprendizado, mesmo após um longo período de afastamento das salas de aula.

Ana Paula Bonetti, diretora da Escola Municipal Professor Mário Flores, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, destaca o impacto positivo dos materiais didáticos desenvolvidos pelo programa. “Os materiais do Educa Juntos têm sido fundamentais no processo de alfabetização das crianças, especialmente agora, quando elas precisam de atividades que captem sua atenção e compensem o tempo perdido durante a pandemia”, explicou.

As crianças que passaram boa parte do tempo em contato com telas e dispositivos eletrônicos agora enfrentam o desafio de se readequar ao ensino presencial. Nesse cenário, as atividades interativas e atrativas propostas pelo Educa Juntos se mostram ainda mais valiosas, ajudando a restabelecer a concentração e o foco dos alunos.

O sucesso do Paraná no Ideb e os avanços na alfabetização dos alunos mostram que a educação pode ser um poderoso motor de transformação social. Os resultados obtidos por meio do Educa Juntos não apenas fortalecem a rede de ensino do estado, mas também contribuem para a melhoria da qualidade de vida das famílias paranaenses, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

Além da alfabetização, o programa tem ajudado a aprimorar outras áreas do ensino fundamental, como a formação continuada dos professores, garantindo que os profissionais da educação estejam sempre atualizados com as melhores práticas pedagógicas. A partir dessa base sólida, espera-se que o Paraná continue a colher os frutos de seu investimento na educação pública, reforçando sua posição de destaque no cenário nacional.

Outro ponto positivo que merece destaque no cenário educacional paranaense é o crescimento da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Dados recentes mostram um aumento de 13,7% na procura por essa modalidade no segundo semestre de 2024, o que reflete um esforço contínuo do estado para garantir que todos, independentemente de sua idade, tenham acesso à educação de qualidade.

Essa crescente demanda pela EJA também pode ser atribuída à eficácia das políticas públicas implementadas pelo Governo do Paraná. Com uma abordagem inclusiva e acessível, o estado tem conseguido atrair jovens e adultos que, por diferentes razões, não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos na idade regular. Agora, com a retomada de suas trajetórias educacionais, esses estudantes podem aspirar a uma melhor qualificação profissional e novas oportunidades no mercado de trabalho.

Todo o sucesso do Educa Juntos não seria possível sem a dedicação e o empenho dos professores e demais profissionais da educação que atuam na rede pública do Paraná. O programa não só fornece materiais didáticos e ferramentas de suporte, mas também promove a formação contínua desses profissionais, garantindo que estejam preparados para os desafios do ensino atual.

O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, reconheceu o papel central dos professores nesse processo: “O avanço no Ideb é um reflexo direto do trabalho incansável dos nossos professores e da colaboração entre o estado e os municípios. Estamos comprometidos com a melhoria contínua da educação, e o sucesso do Educa Juntos demonstra a eficácia de nossas ações colaborativas em prol da alfabetização e da qualidade educacional”, afirmou.

Cresce a crise das creches públicas no Brasil e mães enfrentam dilemas diários

A busca por vagas em creches públicas no Brasil tornou-se um verdadeiro campo de batalha para muitas mães que precisam trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos pequenos. A escassez de vagas, especialmente nas grandes cidades, afeta diretamente o dia a dia dessas famílias, criando um ciclo de incertezas e dificuldades que impacta tanto a vida pessoal quanto profissional das mães.

Este é o caso de Esteffane de Oliveira, moradora da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro, que há dois anos luta para conseguir uma vaga em creche para sua filha caçula, Maytê, de apenas dois anos.

Esteffane, de 25 anos, enfrenta diariamente o dilema de conciliar o trabalho com o cuidado dos filhos. Sem conseguir uma vaga para Maytê, muitas vezes precisa deixar a pequena sob os cuidados da irmã mais velha, Ana, de apenas sete anos.

“Eles falam para mim que não tem vaga, que está tudo cheio. Eu até choro, está ficando muito complicado”, desabafa. A situação de Esteffane não é um caso isolado. Segundo a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, cerca de 7,5 mil crianças aguardam por uma vaga nas creches da cidade.

No Brasil, a crise é ainda mais ampla. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua 2023) revelam que aproximadamente 2,3 milhões de crianças de 0 a 3 anos estão fora das creches por diferentes razões, que vão desde a falta de instituições próximas até a ausência de vagas ou rejeição por conta da idade.

A dificuldade de acesso às creches públicas afeta diretamente a vida das mães, que muitas vezes precisam abrir mão de empregos formais ou se submeter a trabalhos informais para cuidar dos filhos. Sem o suporte educacional adequado, a rotina dessas mulheres se torna uma corrida contra o tempo e um desafio constante para garantir o sustento da família. Esteffane ressalta a importância da educação infantil para o desenvolvimento de seus filhos e para sua própria tranquilidade. “Isso para mim é muito importante, entendeu? Eu vou trabalhar com a minha mente mais tranquila”, explica.

Além dos impactos psicológicos, a falta de vagas em creches compromete a qualidade de vida das crianças, que perdem a oportunidade de socialização e aprendizado nos primeiros anos de vida. Maytê, por exemplo, ainda não teve a chance de frequentar um ambiente escolar, enquanto seus irmãos Ana e Pierre, de 4 anos, já estão matriculados em uma escola próxima à residência da família. Para Esteffane, a entrada precoce na educação infantil faz toda a diferença: “Eu queria que ela já entrasse na creche, porque já vai sabendo o ritmo, como é a escola”, comenta.

A Constituição Federal estabelece a educação como um direito de todos e um dever do Estado e da família. No artigo 211, fica claro que os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, o que inclui as creches para crianças de até 3 anos e as pré-escolas para as idades de 4 e 5 anos. As prefeituras, por sua vez, são obrigadas a destinar pelo menos 25% de sua arrecadação para a educação, englobando a manutenção de creches e escolas, transporte escolar, merenda, qualidade do ensino e pagamento de professores.

No entanto, a realidade mostra que a aplicação desse percentual nem sempre é suficiente para atender à demanda crescente. Com orçamentos muitas vezes apertados e uma longa lista de prioridades, os gestores municipais enfrentam desafios para expandir o número de vagas nas creches, um problema que tende a piorar nas grandes metrópoles.

Às vésperas das eleições municipais, a educação infantil se coloca como um dos principais desafios das gestões que assumirão o comando das prefeituras nos próximos anos. Com mais de 150 milhões de eleitores aptos a votar, a escolha dos novos prefeitos e vereadores deve considerar as propostas e ações concretas para resolver a crise das creches e melhorar a qualidade da educação infantil.

Segundo a professora Mayra Goulart, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), embora a educação apareça em último lugar entre os principais problemas percebidos pela população, há um forte desejo de mudanças no setor. “O tema da educação tem sido disputado a partir da ideia de que deve ficar a cargo do Estado e das instituições republicanas”, afirma.

Para Mayra, o engajamento dos eleitores no acompanhamento das promessas de campanha é fundamental. “A participação do eleitor no acompanhamento, no controle sobre o representante, vendo se ele está cumprindo a função de representação, acho que é a chave para se proteger de falsas promessas e responsabilizar os representantes quando eles não cumprem suas propostas”, destaca.

Justiça garante educação inclusiva e proíbe colégio de recusar alunos com deficiência

A educação inclusiva é um direito garantido pela Constituição Federal e por diversas leis brasileiras, que visam assegurar a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sensoriais, o acesso pleno ao ensino.

Recentemente, uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro trouxe à tona a importância desse direito ao conceder uma liminar que proíbe o Colégio Intellectus, também conhecido como Benites Teixeira Colégio e Curso, de limitar a matrícula de alunos com deficiência em suas turmas.

Esta decisão é resultado de uma ação movida pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital e destaca a necessidade de uma educação verdadeiramente inclusiva, onde todos possam aprender e se desenvolver plenamente.

A ação judicial contra o Colégio Intellectus teve início após uma denúncia relatando a recusa da instituição em matricular uma criança com deficiência neurológica, que afeta sua maneira de comunicar, interagir e processar informações sensoriais. O caso em questão envolvia uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição que exige atenção especial, mas que de forma alguma deve ser motivo para exclusão do ambiente escolar.

O colégio, ao justificar a recusa, informou que somente teria vagas para inclusão em outra unidade, o que não foi aceito pelos responsáveis da criança. Essa postura motivou uma investigação pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que solicitou à Secretaria de Estado de Educação uma visita ao colégio. A inspeção confirmou que a instituição estava, de fato, negando vagas a alunos com deficiência, em desacordo com a legislação vigente.

A legislação brasileira é clara ao estabelecer que nenhuma instituição de ensino pode impor qualquer tipo de limite ou “cota” para alunos com deficiência. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, garante o acesso de todos os alunos a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, desde a educação infantil até o ensino superior.

O artigo 28 dessa lei especifica que o poder público deve assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar políticas públicas para a educação, voltadas para a inclusão plena de todas as pessoas com deficiência. Isso inclui a vedação de discriminação e a promoção de acessibilidade em todas as escolas, públicas ou privadas.

Ao deferir a liminar, o Juízo da 3ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Regional Madureira destacou o risco de dano irreparável, caso a exclusão da criança fosse mantida. A decisão enfatizou que negar uma vaga a um aluno com deficiência, especialmente em casos como o do autismo, compromete não apenas o direito à educação, mas também o pleno desenvolvimento intelectual e a participação social da criança.

Além disso, a decisão judicial impôs uma multa de R$ 100 mil por cada situação de descumprimento, a ser destinada ao Fundo para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (FUPDE). Este fundo tem como objetivo financiar ações que promovam a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.

O Ministério Público do Rio de Janeiro desempenhou um papel fundamental na defesa dos direitos da criança à educação inclusiva. Ao longo da investigação, diversas tentativas foram feitas para que o colégio mudasse sua postura de forma amigável, sem a necessidade de intervenção judicial. No entanto, diante da recusa da instituição em cumprir as exigências legais, a ação judicial se tornou inevitável.

Essa ação reflete uma tendência crescente de intervenção do poder público para garantir o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência. É também um sinal de alerta para outras instituições de ensino que possam estar adotando práticas similares, reforçando que a inclusão não é apenas uma recomendação, mas uma obrigação legal e moral.

A sociedade também tem um papel crucial nesse processo. A inclusão escolar deve ser vista como um compromisso de todos, não apenas das instituições de ensino e dos órgãos públicos. Pais, alunos, professores e a comunidade em geral precisam estar atentos e denunciar qualquer prática discriminatória ou excludente que possa surgir.

Embora a decisão judicial seja um passo importante, ela também evidencia os desafios contínuos enfrentados pelo sistema educacional brasileiro na implementação de uma educação verdadeiramente inclusiva. A inclusão vai além do simples acesso físico às salas de aula; ela envolve a adaptação dos currículos, a capacitação dos professores e o desenvolvimento de metodologias pedagógicas que atendam às necessidades de todos os alunos.

A educação inclusiva é um direito humano e deve ser garantida em todas as circunstâncias. A discriminação contra alunos com deficiência é uma forma de exclusão que perpetua desigualdades e limita o potencial de desenvolvimento de milhares de crianças e jovens em todo o país.

Para que a inclusão seja efetiva, é essencial que as escolas invistam na capacitação contínua dos professores e demais profissionais da educação. Estes precisam estar preparados para lidar com as diversas necessidades dos alunos e para criar um ambiente de aprendizado acolhedor e estimulante para todos.

Além disso, a sensibilização da comunidade escolar é fundamental. A inclusão deve ser vista como um valor essencial, algo que enriquece o ambiente educacional e que beneficia todos os alunos, não apenas aqueles com deficiência. A diversidade em sala de aula é uma oportunidade de aprendizado mútuo e de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Crise nas creches públicas do Brasil, 632 mil crianças aguardam por vagas

A educação infantil no Brasil enfrenta uma crise profunda que se reflete nos números alarmantes de crianças que aguardam por uma vaga em creches públicas. Um estudo recente do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação no Brasil (Gaepe-Brasil) revelou que 632.763 crianças estão na fila de espera, buscando acesso a um direito garantido pela Constituição Federal.

A situação é ainda mais crítica quando consideramos que quase metade dos municípios brasileiros (44%) relatam ter filas de espera para matrícula na educação infantil. Este cenário evidencia não apenas a carência de infraestrutura, mas também uma falta de políticas públicas eficazes que priorizem a primeira infância.

O estudo “Retrato da Educação Infantil no Brasil – Acesso e Disponibilidade de Vagas” traça um panorama preocupante sobre a educação infantil no país. Realizado entre 18 de junho e 5 de agosto, ele compilou respostas de todos os 5.569 municípios brasileiros e do Distrito Federal, revelando que 2.445 cidades enfrentam desafios significativos para atender a demanda por vagas em creches.

Entre os municípios com fila de espera, 88% apontam a falta de vagas como o principal problema. A carência de infraestrutura adequada e o insuficiente número de instituições de ensino infantil são agravados por fatores como a falta de transporte adequado, especialmente em áreas rurais, e o desconhecimento dos pais sobre o processo de matrícula.

As crianças mais afetadas por essa crise são as que têm menos de quatro anos. Segundo o estudo, das mais de 632,7 mil crianças na fila por uma vaga em creche, 123 mil (19%) têm até 11 meses de idade, enquanto 178,4 mil (28%) têm um ano, e 165,4 mil (26%) têm dois anos. O Sudeste é a região mais afetada, com 212,5 mil crianças fora das creches, seguido pelo Nordeste, com 124,3 mil, e o Sul, com 123,3 mil.

Além disso, a situação é crítica também na pré-escola, onde 78.237 crianças estão fora da sala de aula, sendo que em metade dos casos isso ocorre por falta de vagas. Esta fase da educação infantil, que abrange crianças de quatro e cinco anos, é crucial para o desenvolvimento cognitivo e social, e a sua ausência pode ter impactos significativos no futuro escolar dessas crianças.

As desigualdades regionais são um fator importante a ser considerado quando analisamos a disponibilidade de vagas em creches. O estudo mostra que o acesso é ainda mais limitado em regiões mais vulneráveis, como o Norte e o Nordeste, onde a infraestrutura educacional já é tradicionalmente mais precária. Nessas áreas, a falta de vagas é exacerbada por dificuldades logísticas, como a distância entre as residências e as instituições de ensino e a ausência de transporte público adequado.

Ademais, o critério de priorização de vagas revela outra camada de vulnerabilidade: 64% dos municípios que estabelecem critérios de atendimento priorizam crianças em situação de risco e vulnerabilidade social. Essa priorização é essencial, mas também aponta para a necessidade de políticas mais abrangentes que possam atender a todas as crianças, independentemente de sua situação social.

Diante de um cenário tão preocupante, o papel das políticas públicas se torna ainda mais relevante. O Ministério da Educação (MEC) anunciou, como parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a construção de 2,5 mil novas creches e pré-escolas até 2026. Além disso, o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica visa concluir todas as obras paralisadas, proporcionando mais vagas e melhorando a infraestrutura existente.

Entretanto, essas medidas, embora significativas, ainda não são suficientes para resolver o problema de maneira abrangente. É necessária uma articulação mais efetiva entre União, estados e municípios para criar um plano de ação que contemple a construção de novas unidades, a ampliação das existentes e a melhoria do transporte e do acesso às creches, especialmente nas regiões mais vulneráveis.

Outro ponto crucial é a transparência na gestão pública e o envolvimento da sociedade civil no processo. Atualmente, apenas 25% dos municípios divulgam a lista de espera por vagas em creches, o que dificulta o acompanhamento e a cobrança por melhorias por parte da população. A divulgação desses dados é fundamental para que haja um controle social efetivo e para que as comunidades possam se organizar e reivindicar seus direitos.

Além disso, a sociedade civil, por meio de organizações não governamentais e movimentos sociais, pode desempenhar um papel importante na conscientização sobre a importância da educação infantil e na mobilização por mais investimentos e políticas públicas que atendam a essa demanda.

Educação quilombola, formando líderes do futuro

A educação é um dos pilares fundamentais para a transformação social e o empoderamento das comunidades marginalizadas. Em um passo inovador, a Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) lançou a Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas, um projeto que visa não apenas educar, mas também formar líderes e agentes de mudança dentro das comunidades quilombolas.

Na última semana, Brasília foi palco de uma celebração histórica: a formatura da primeira turma desta escola, um marco importante que representa a concretização de um sonho e a esperança de um futuro melhor para essas jovens.

A Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas é uma iniciativa que vai além dos currículos tradicionais. Com o apoio do Fundo Malala, a escola foca na capacitação de jovens, especialmente meninas, para enfrentar problemas específicos de suas comunidades, combater desigualdades na educação e fomentar a formação de lideranças.

Ao invés de um ensino padronizado, o projeto se concentra em temas que promovem o pensamento crítico e a resolução de problemas locais, formando cidadãos conscientes e engajados com a realidade de suas comunidades.

A trajetória de Juliany Carla da Silva é um exemplo inspirador do impacto dessa iniciativa. Incentivada por um professor, Juliany, de 16 anos, decidiu participar do processo seletivo da escola e foi uma das selecionadas para integrar a primeira turma de formandas. Moradora da comunidade de Trigueiros, em Vicência (PE), Juliany destaca o apoio contínuo da CONAQ e de sua família como fundamentais para sua jornada educativa.

“Sempre fui muito incentivada por parte da família, por parte de amigos e por parte da CONAQ. Romero, que era um dos professores da CONAQ, foi um dos que mais me apoiaram, que sempre incentivou os meus sonhos”, relata Juliany, reafirmando seu compromisso com os estudos e o desejo de se tornar uma liderança em sua comunidade.

Outro exemplo de determinação é Glaydson Ítalo de Jesus, também de 16 anos, da comunidade Itamatatiua, em Alcântara (MA). Após três anos de envolvimento no projeto, Glaydson está finalizando um curso técnico no Instituto Federal do Maranhão e tem grandes planos para o futuro. Ele deseja cursar Direito e fazer intercâmbio nos Estados Unidos ou Canadá, com o objetivo de ampliar seus horizontes e trazer de volta conhecimentos que possam beneficiar sua comunidade.

“Os quilombolas hoje em dia não têm muito direito à posse de terra. Na minha comunidade, ainda não temos o título da terra e eles lutam por isso. Então, a CONAQ e essa movimentação me ajudaram muito a escolher a profissão que eu quero seguir futuramente”, explica Glaydson, evidenciando o impacto do projeto na formação de suas aspirações profissionais e sociais.

Desde 2022, a CONAQ, em parceria com ativistas e professores quilombolas, tem desenvolvido uma metodologia de ensino única, adaptada às realidades e necessidades das comunidades. Essa abordagem busca integrar o conhecimento formal com o saber tradicional e a realidade social dos quilombolas, promovendo uma educação que é ao mesmo tempo contextualizada e transformadora.

Quarenta professores quilombolas participaram de cursos de qualificação oferecidos pela CONAQ, o que lhes permitiu adaptar seus métodos de ensino para melhor servir os jovens de suas comunidades.

Dentro dessa estrutura, os alunos são encorajados a debater e buscar soluções para os problemas que afetam diretamente suas vidas. Um dos desafios mais frequentemente discutidos é a longa distância que muitas crianças quilombolas precisam percorrer para frequentar escolas regulares. Lawanda Barros, de 17 anos, residente na Ilha de São Vicente, em Araguatins (TO), destaca as dificuldades enfrentadas diariamente por estudantes de sua comunidade.

“Muitas crianças saem da nossa comunidade atravessando o rio pra escola. E não tem ônibus, nem nada. Nós temos uma lancha escolar, só que ela direto está quebrada e aí as crianças faltam muito às aulas. Eu queria que tivesse uma escola dentro da nossa comunidade”, afirma Lawanda.

A Escola Nacional de Formação de Meninas Quilombolas também enfatiza o desenvolvimento do pensamento crítico entre seus alunos. Para Givânia Silva, uma das fundadoras do projeto, o foco principal é capacitar os estudantes para serem defensores de suas comunidades. “O nosso foco é muito o campo da advocacia. Tem transporte que não funciona? O que a gente pode fazer para funcionar? A quem a gente deve denunciar? Como que a gente deve se posicionar? Esse é o papel fundamental da escola, ir além do conteúdo formal. Erguer a voz das meninas quilombolas”, explica Givânia.

Essa perspectiva é reforçada por Ana Paula Sousa, de 18 anos, do Quilombo Mourões, em Colônia do Piauí (PI). Ela compartilha como o projeto a ajudou a compreender melhor seus direitos como quilombola e a importância de se autodeclarar como tal. “Na minha comunidade, no começo, a gente não sabia muito como era essa questão de quilombola, de se autodeclarar. Aí, com pouco tempo que a gente foi vendo, conhecendo, a gente se autodeclarou quilombola. Aí, eu queria fazer parte desse projeto, porque eu vi que era uma coisa muito interessante”, conta Ana Paula.

Durante a cerimônia de formatura, a promotora de justiça Karoline Maia, a primeira quilombola a alcançar esse cargo, compartilhou sua experiência pessoal sobre a importância de iniciativas como esta escola, que permitem que as jovens quilombolas estudem sem precisar deixar seus territórios. Ela destacou como a saída do Quilombo Jutaí, em Monção (MA), para estudar na cidade, resultou em um processo de desterritorialização e perda cultural. “Eu tenho saberes ancestrais, mas não são tão vívidos como seriam se eu tivesse crescido na comunidade”, refletiu Karoline, sublinhando o valor da educação que mantém as raízes culturais vivas.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também presente no evento, enfatizou o papel da escola no enfrentamento ao racismo e à desigualdade no Brasil. “Não dá para discutir esses dois elementos se você não discutir o racismo no Brasil. Não tem como discutir a desigualdade se você não trouxer efetivamente quem são as mulheres que estão no processo de exclusão no nosso país. Por isso, eu falo da importância da escola. A escola não é só um espaço para você ser educado, como uma escola formal educa. É um espaço onde formam-se lideranças que criam raízes no seu território, raízes de resistência para permanecer no território (quilombola).”

Santa Catarina inicia aulas de inglês no ensino fundamental a partir de 2025

A educação é um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento de uma sociedade, e o domínio de idiomas é um dos componentes essenciais para a formação de cidadãos globalmente preparados. Em um mundo cada vez mais conectado, a capacidade de se comunicar em mais de uma língua se torna não apenas um diferencial, mas uma necessidade.

É com essa visão que o Estado de Santa Catarina avança em sua política educacional, anunciando uma importante mudança: a partir de 2025, todos os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede estadual terão aulas de inglês.

Essa medida representa um avanço significativo na educação pública catarinense, pois amplia o acesso ao aprendizado de uma segunda língua desde os primeiros anos escolares. A mudança reflete um esforço contínuo do governo em preparar melhor as crianças para os desafios futuros, garantindo que todos os alunos, independentemente de sua origem socioeconômica, tenham a oportunidade de desenvolver habilidades linguísticas que serão fundamentais para sua trajetória acadêmica e profissional.

A decisão de introduzir o ensino de inglês a partir do 1º ano do ensino fundamental está alinhada com diversas pesquisas científicas que apontam a infância como o período ideal para a aquisição de uma segunda língua. Durante os primeiros anos de vida, o cérebro humano está em uma fase de alta plasticidade, o que facilita a assimilação de novos idiomas.

Crianças expostas a uma segunda língua desde cedo tendem a desenvolvê-la com maior fluência e naturalidade, além de apresentarem vantagens cognitivas como maior capacidade de resolução de problemas e habilidades aprimoradas de pensamento crítico.

O secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon, reforçou essa perspectiva ao anunciar a nova medida. “A ciência já provou que a infância é a melhor fase para aprender uma segunda língua. Por isso, a partir de 2025, todas as crianças de 1º a 5º ano do ensino fundamental passarão a ter aulas de inglês na rede pública estadual”, afirmou.

A introdução do inglês nas séries iniciais visa não apenas proporcionar conhecimento linguístico, mas também preparar os alunos para um futuro onde o domínio de múltiplas línguas será cada vez mais valorizado no mercado de trabalho.

Com a mudança, Santa Catarina se posiciona na vanguarda da educação pública no Brasil, mostrando um compromisso com a qualidade e a equidade no ensino. Para garantir que a implementação seja bem-sucedida, o governo do estado já está se preparando, investindo na formação de professores e na disponibilização de recursos pedagógicos adequados.

A proposta é que os docentes recebam capacitação específica para ensinar inglês aos alunos mais jovens, utilizando metodologias inovadoras e materiais didáticos que tornem o aprendizado atraente e eficaz.

O governador Jorginho Mello destacou o empenho do governo em garantir que essa transição ocorra de forma suave e produtiva para todos os envolvidos. “Já estamos nos preparando para oferecer os melhores recursos, para que os professores possam garantir que nossas crianças aprendam mais e estejam bem preparadas. É com medidas como esta que a Educação de Santa Catarina avança, oferecendo oportunidades valiosas a todos os estudantes catarinenses, desde o ensino fundamental até o ensino superior”, afirmou o governador.

Além do investimento em formação docente, o governo estadual também está focado na melhoria das infraestruturas escolares, garantindo que as salas de aula estejam equipadas com as ferramentas necessárias para um ensino de qualidade. Essa preparação inclui a disponibilização de materiais didáticos específicos para o ensino de inglês e a utilização de tecnologias que possam auxiliar no processo de aprendizagem, como plataformas digitais interativas.

A inclusão do ensino de inglês nos primeiros anos do ensino fundamental tem o potencial de transformar a educação em Santa Catarina. Atualmente, mais de 280 mil estudantes estão matriculados nos anos iniciais e finais do ensino fundamental da rede estadual. Com a nova medida, esses alunos terão a oportunidade de iniciar seus estudos de uma segunda língua desde cedo, o que pode resultar em um aumento significativo na proficiência em inglês ao longo de sua trajetória escolar.

Essa iniciativa também pode ajudar a diminuir as desigualdades educacionais. Enquanto muitos estudantes de escolas particulares já têm acesso ao ensino de inglês desde a educação infantil, os alunos da rede pública geralmente só começam a aprender o idioma a partir do 6º ano. A nova política educacional de Santa Catarina busca equilibrar esse cenário, proporcionando a todos os alunos as mesmas oportunidades de aprendizado.

A introdução do inglês no ensino fundamental é apenas uma das muitas ações que o governo de Santa Catarina está implementando para melhorar a qualidade da educação no estado. Desde o início da nova gestão, diversas iniciativas têm sido lançadas com o objetivo de fortalecer o ensino e garantir que os alunos catarinenses estejam bem preparados para o futuro.

Entre essas ações, destaca-se o curso de formação continuada para professores de Língua Portuguesa e Matemática, com foco na recomposição da aprendizagem, uma medida crucial para superar as deficiências educacionais que surgiram durante a pandemia de COVID-19. Além disso, a implementação dos ciclos de avaliação anuais no ensino fundamental visa monitorar o progresso dos alunos e identificar áreas que necessitam de reforço.

No ensino médio, o programa CaTec (Centro de Atendimento Técnico) foi introduzido para oferecer apoio técnico e pedagógico aos estudantes, especialmente na preparação para o Enem e outros vestibulares. No ensino superior, o programa Universidade Gratuita representa um avanço significativo, oferecendo acesso gratuito à educação superior para estudantes de baixa renda, o que contribui para a democratização do ensino e para a formação de uma mão de obra mais qualificada.

Embora a introdução do ensino de inglês nas séries iniciais seja um passo importante, ela também traz desafios. Garantir que todos os professores estejam devidamente capacitados para ensinar o idioma, assegurar a disponibilidade de materiais didáticos de qualidade e manter o engajamento dos alunos ao longo dos anos são apenas alguns dos obstáculos que o governo terá que enfrentar.

No entanto, as expectativas são altas. Se bem-sucedida, essa iniciativa pode servir como modelo para outros estados brasileiros, mostrando que é possível oferecer uma educação pública de qualidade que prepare os alunos para o mundo globalizado. A introdução do inglês nas séries iniciais é uma medida que pode ter um impacto duradouro na vida dos estudantes, abrindo portas para oportunidades acadêmicas e profissionais que exigem fluência em mais de uma língua.

Prouni 2024: Entenda as etapas e como garantir sua bolsa de estudo

O Programa Universidade Para Todos (Prouni) é uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil, oferecendo bolsas de estudo para estudantes de baixa renda em instituições privadas. O resultado da segunda chamada do Prouni 2024 será divulgado nesta terça-feira, 19 de agosto, pelo Ministério da Educação (MEC).

Essa é uma oportunidade crucial para muitos candidatos que buscam uma formação acadêmica sem o peso financeiro das mensalidades.

O Prouni foi criado em 2004 com o objetivo de ampliar o acesso ao ensino superior para estudantes de baixa renda. O programa oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50% do valor da mensalidade) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Desde sua criação, o Prouni tem sido um instrumento fundamental para a democratização do ensino superior no Brasil, beneficiando milhares de estudantes em todo o país.

As bolsas integrais são destinadas a estudantes cuja renda familiar bruta mensal per capita seja de até 1,5 salário mínimo. Já as bolsas parciais são oferecidas para aqueles com renda familiar bruta mensal per capita de até três salários mínimos. Além disso, para se candidatar ao Prouni, o estudante deve ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas e não ter zerado a redação.

Com a divulgação do resultado da segunda chamada do Prouni 2024, os candidatos pré-selecionados têm uma etapa importante pela frente: a comprovação das informações fornecidas no momento da inscrição. Para garantir a bolsa, é necessário comprovar que a renda familiar bruta mensal per capita está dentro dos limites estabelecidos pelo programa.

A comprovação de renda é um dos passos mais críticos do processo e deve ser feita com atenção para evitar problemas que possam resultar na perda da bolsa. Os candidatos devem apresentar documentos como comprovantes de renda de todos os membros da família, além de outros documentos que comprovem a situação econômica e social, como o histórico escolar para verificar se o candidato estudou em escola pública ou com bolsa integral em escola particular.

Caso o candidato não tenha sido selecionado na segunda chamada, ainda há uma última chance: a lista de espera. A manifestação de interesse na lista de espera deve ser feita entre os dias 9 e 10 de setembro, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Essa etapa é fundamental para quem ainda não conseguiu a bolsa, pois muitos candidatos pré-selecionados podem acabar desistindo ou não conseguindo comprovar as informações, abrindo vagas para os que estão na lista de espera.

O resultado da lista de espera será divulgado no dia 13 de setembro. É importante que os candidatos fiquem atentos a essa data e, uma vez convocados, sigam os mesmos procedimentos de comprovação de informações para garantir a bolsa.

A comprovação de renda é um dos principais desafios para os candidatos do Prouni. Além de reunir todos os documentos necessários, é importante estar preparado para eventuais dúvidas ou solicitações adicionais por parte da instituição de ensino. A seguir, algumas dicas para facilitar esse processo:

  1. Organize os Documentos com Antecedência: Antes mesmo de ser pré-selecionado, já comece a reunir os documentos necessários para a comprovação de renda. Isso inclui contracheques, declarações de imposto de renda, extratos bancários e qualquer outro documento que comprove a renda familiar.
  2. Verifique a Validade dos Documentos: Alguns documentos têm prazo de validade, como certidões e extratos bancários. Certifique-se de que todos os documentos estejam dentro do prazo de validade exigido pela instituição.
  3. Consulte a Instituição: Em caso de dúvidas sobre quais documentos apresentar ou como comprovar a renda, entre em contato com a instituição de ensino onde você foi pré-selecionado. Muitas universidades oferecem suporte aos candidatos do Prouni para que eles possam concluir essa etapa sem dificuldades.
  4. Mantenha-se Atualizado: Acompanhe o cronograma do Prouni e esteja sempre atento às datas de divulgação de resultados e prazos para envio de documentos. Perder um prazo pode significar a perda da bolsa.

O Prouni desempenha um papel fundamental na inclusão educacional no Brasil, oferecendo a estudantes de baixa renda a oportunidade de ingressar no ensino superior em instituições privadas. O programa é uma das principais iniciativas do governo federal para reduzir as desigualdades educacionais e aumentar a diversidade no ensino superior.

Além de proporcionar o acesso à educação, o Prouni também tem um impacto significativo na vida dos estudantes beneficiados. Muitos deles são os primeiros de suas famílias a frequentar a universidade, o que representa um marco importante na trajetória social e econômica dessas famílias. O acesso ao ensino superior por meio do Prouni pode abrir portas para oportunidades de emprego e melhores condições de vida, contribuindo para a mobilidade social no país.

O Prouni faz parte de um conjunto de políticas públicas voltadas para a democratização do ensino superior no Brasil. Entre essas políticas, destacam-se o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

O Fies oferece financiamento a estudantes em cursos de graduação em instituições privadas, com juros subsidiados pelo governo federal. Já o Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem.

Essas três iniciativas – Prouni, Fies e Sisu – são complementares e buscam ampliar o acesso ao ensino superior para diferentes perfis de estudantes. Enquanto o Prouni é voltado para estudantes de baixa renda que desejam ingressar em instituições privadas, o Sisu oferece vagas em universidades públicas, e o Fies possibilita o financiamento da educação superior para quem não conseguiu uma bolsa do Prouni.

Nos últimos anos, o Prouni tem passado por mudanças e adaptações para atender melhor às necessidades dos estudantes e às demandas do mercado educacional. A ampliação do acesso às bolsas e a inclusão de novos cursos e instituições são alguns dos aspectos que vêm sendo discutidos pelo governo federal e pelas instituições de ensino.

O futuro do Prouni depende de uma série de fatores, incluindo a continuidade do apoio governamental, a colaboração das instituições privadas de ensino superior e o engajamento dos estudantes. À medida que o Brasil enfrenta desafios econômicos e sociais, programas como o Prouni se tornam ainda mais essenciais para garantir que todos tenham a oportunidade de acessar uma educação de qualidade.

Alunos do Paraná criam inovações e avançam em Olimpíada de Engenharia

A inovação e a criatividade dos jovens estudantes brasileiros ganham cada vez mais espaço em competições acadêmicas nacionais. Um exemplo recente desse talento emergente vem de São Mateus do Sul, no Paraná, onde três alunos do curso de Desenvolvimento de Sistemas do Colégio Estadual Duque de Caxias se destacaram na primeira Olimpíada de Engenharia Biomédica.

A etapa regional Sul do evento ocorreu na última sexta-feira (09), em Curitiba, na PUC-PR, e agora os estudantes se preparam para disputar a fase final em Minas Gerais.

Os projetos desenvolvidos pelos alunos do Colégio Estadual Duque de Caxias se destacaram em duas áreas cruciais da tecnologia assistiva: auditiva e visual. A jovem Kauane Gabrielle da Silva Pacheco, de apenas 15 anos, conquistou o primeiro lugar na categoria de tecnologia assistiva auditiva. Seu projeto consiste em um aplicativo para celular que capta o som ambiente e o transforma em texto, proporcionando maior autonomia para pessoas com deficiência auditiva.

Kauane explicou sua motivação: “Escolhi a deficiência auditiva porque queria ajudar e dar mais autonomia a pessoas com essa deficiência. A experiência ao desenvolver o projeto foi incrível e algo que vou levar para a vida.” Seu aplicativo tem potencial para transformar a comunicação de muitas pessoas, facilitando o acesso a informações auditivas que, de outra forma, seriam inacessíveis.

Na categoria de tecnologia assistiva visual, os alunos Emmanuel Okonoski e Rafaela Licheski Boschin, ambos também com 15 anos, desenvolveram um projeto inovador que combina óculos e bengala com sensores sônicos. O sistema identifica obstáculos no caminho e alerta o usuário com tempo suficiente para desviar.

“Desenvolvemos um projeto que tem como objetivo auxiliar deficientes visuais a terem maior facilidade de locomoção”, explicou Rafaela. Essa inovação promete melhorar significativamente a mobilidade e a independência de pessoas com deficiência visual.

As Olimpíadas e competições acadêmicas têm se tornado ferramentas essenciais no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando aos estudantes experiências valiosas que vão além da sala de aula. Para o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, a participação dos estudantes nessas competições é fundamental para o desenvolvimento de habilidades práticas e pessoais.

“As competições contribuem para o desenvolvimento de habilidades, trabalho em equipe e administração de prazos e do tempo. Além disso, proporcionam experiências que favorecem o crescimento pessoal e a capacidade de lidar com desafios”, afirmou.

Essas competições incentivam os alunos a aplicar os conhecimentos adquiridos em projetos práticos, preparando-os para desafios futuros no mercado de trabalho e na vida pessoal. O ambiente competitivo também estimula a inovação, a criatividade e o espírito empreendedor, características essenciais para qualquer carreira.

A Olimpíada de Engenharia Biomédica, organizada pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) com o apoio da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), é uma competição de âmbito nacional que busca integrar estudantes apaixonados por tecnologia e saúde. O objetivo é incentivar esses jovens a desenvolverem soluções inovadoras para problemas relacionados à saúde, com um foco especial em tecnologias assistivas.

O tema da edição deste ano, Tecnologias Assistivas, reflete a crescente importância de desenvolver dispositivos e soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas com deficiências. A competição é dividida em três fases, que vão desde mentorias online para o desenvolvimento dos projetos até a construção de protótipos e a participação em oficinas presenciais.

Na primeira fase, as equipes recebem orientação de mentores especializados para aprimorar suas ideias e desenvolver os protótipos de seus projetos. Na segunda fase, que ocorreu na semana passada, os estudantes paranaenses competiram na oficina de montagem presencial e foram classificados para a etapa nacional.

A terceira e última fase acontecerá em Minas Gerais, onde os campeões regionais de todo o país se enfrentarão em mais um desafio presencial e em uma batalha de pitchs para declarar os vencedores nacionais.

Com a vitória na etapa regional Sul, os estudantes do Colégio Estadual Duque de Caxias agora se preparam para a grande final da Olimpíada de Engenharia Biomédica, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de outubro, em Minas Gerais. Essa etapa final será uma oportunidade para os jovens apresentarem suas inovações em um cenário nacional, competindo com as melhores equipes de todo o Brasil.

Além dos desafios técnicos, a final incluirá uma competição de pitchs, onde os estudantes deverão apresentar e defender seus projetos para um júri especializado. Essa fase é crucial, pois permite que os alunos não apenas demonstrem suas habilidades técnicas, mas também sua capacidade de comunicar e vender suas ideias, uma competência essencial no mundo da inovação e do empreendedorismo.

Os três primeiros colocados em cada uma das modalidades (visual, auditiva e motora) serão premiados, e haverá também uma premiação geral, que reconhecerá a instituição de ensino que mais se destacou durante a competição.

Participar de uma competição como a Olimpíada de Engenharia Biomédica pode ter um impacto duradouro na vida acadêmica e profissional dos estudantes. Essas experiências não apenas reforçam o aprendizado técnico, mas também desenvolvem habilidades como trabalho em equipe, resolução de problemas e comunicação eficaz.

Para muitos alunos, esses eventos são a primeira oportunidade de aplicar seus conhecimentos em um contexto real, enfrentando desafios que simulam situações do mundo profissional.

Além disso, a exposição em uma competição nacional pode abrir portas para futuras oportunidades acadêmicas e profissionais. Muitos estudantes que se destacam em competições como essa são reconhecidos por universidades e empresas, o que pode facilitar o ingresso em programas de educação superior e em estágios de prestígio.

Último dia para inscrição no maior concurso da Educação em SC

Hoje, segunda-feira, 12 de agosto, é o último dia para se inscrever no maior concurso público da história da Educação de Santa Catarina. Com mais de 6.500 vagas na primeira chamada, o concurso promete transformar o cenário educacional do estado.

As inscrições devem ser realizadas no site da Universidade Regional de Blumenau (FURB), responsável pelo processo seletivo, e o edital completo, juntamente com o quadro de vagas e o cronograma, está disponível no site da Secretaria de Estado da Educação (SED).

Com a promessa de revolucionar o serviço educacional, o concurso não apenas abre oportunidades para novos professores, mas também para profissionais administrativos e pedagógicos. Este processo seletivo marca um momento significativo para o setor educacional catarinense, que busca fortalecer suas bases com a contratação de profissionais altamente qualificados.

Santa Catarina se prepara para um momento histórico na área da Educação com a realização deste concurso público, que tem como objetivo suprir a carência de profissionais e elevar a qualidade do ensino oferecido nas escolas estaduais. De acordo com o secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon, o estado está empenhado em contratar bons professores, comprometidos com a educação, e espera que a diferença na qualidade do ensino seja perceptível com a chegada dos novos profissionais.

“Precisamos de bons professores, comprometidos com a educação. Nós teremos uma diferença fantástica no serviço que esses novos profissionais vão oferecer,” afirmou Cimadon. A fala do secretário reforça o compromisso da administração estadual em buscar melhorias significativas para o ensino público catarinense, que deve se refletir diretamente na qualidade da educação oferecida aos estudantes.

O concurso público oferece mais de 6.500 vagas já na primeira chamada, das quais quase 5 mil são destinadas ao cargo de professor. Além disso, o edital prevê a efetivação de profissionais para áreas administrativas e pedagógicas, incluindo assistentes de educação, assistentes técnico-pedagógicos e especialistas, que atuarão nas escolas estaduais de Santa Catarina.

Durante os quatro anos de vigência do concurso, estão previstas até 10 mil vagas, o que demonstra o compromisso do estado em manter um quadro de profissionais adequado às necessidades das escolas.

Conforme o cronograma oficial, as provas para os candidatos ao cargo de professor serão realizadas no dia 22 de setembro, enquanto os candidatos aos demais cargos realizarão suas provas no dia 29 de setembro. A divulgação do resultado final está prevista para novembro deste ano, momento em que os aprovados na primeira chamada poderão iniciar suas nomeações.

A abrangência do concurso, tanto em termos de quantidade de vagas quanto na diversidade de cargos oferecidos, destaca a importância desse processo seletivo para a estrutura educacional do estado. Além de preencher as vagas imediatas, o concurso se propõe a criar um banco de talentos que poderá ser utilizado ao longo dos próximos anos, garantindo a continuidade do serviço educacional de qualidade.

Participar deste concurso é uma oportunidade única para os profissionais da educação que desejam ingressar na carreira pública em Santa Catarina. As vagas ofertadas abrangem uma ampla gama de disciplinas e especialidades, permitindo que professores de diversas áreas concorram a uma posição na rede estadual de ensino. Além disso, as vagas para profissionais administrativos e pedagógicos oferecem uma oportunidade de crescimento para aqueles que desejam atuar no apoio às atividades educacionais.

No entanto, os candidatos precisam estar preparados para enfrentar um processo seletivo rigoroso. As provas, que serão aplicadas em duas datas diferentes, exigirão não apenas conhecimento técnico nas áreas específicas, mas também uma compreensão abrangente das diretrizes educacionais e dos desafios enfrentados pelo ensino público no Brasil.

O concurso também apresenta desafios para o governo estadual, que precisa garantir que todo o processo seja conduzido de forma transparente e justa. A alta demanda por vagas, combinada com a necessidade de selecionar os candidatos mais qualificados, torna esse um dos concursos mais desafiadores já realizados no estado. Além disso, a logística envolvida na aplicação das provas e na correção dos resultados requer um planejamento cuidadoso para evitar quaisquer contratempos.

A expectativa em torno desse concurso é grande, tanto por parte dos profissionais da educação quanto pelos gestores estaduais. Com a contratação de novos professores e profissionais administrativos, o governo de Santa Catarina espera não apenas preencher as lacunas existentes na rede estadual de ensino, mas também elevar o padrão da educação oferecida.

A nomeação de até 10 mil profissionais ao longo dos próximos quatro anos deve proporcionar uma renovação significativa no quadro de funcionários das escolas estaduais, possibilitando a introdução de novas práticas pedagógicas e administrativas. Esse influxo de novos talentos é visto como uma oportunidade para revitalizar o ambiente educacional e oferecer aos estudantes catarinenses uma formação de qualidade, alinhada com as exigências do século XXI.

Além disso, a realização de um concurso dessa magnitude sinaliza um compromisso do governo estadual com a educação pública. Ao investir na contratação de profissionais qualificados, o estado demonstra que está disposto a enfrentar os desafios do setor e a buscar soluções que beneficiem toda a comunidade escolar.

Novas regras do ensino médio mudam rotina escolar dos estudantes brasileiros

A sanção presidencial da lei que estabelece as regras sobre o Novo Ensino Médio trouxe mudanças significativas para a educação no Brasil. A partir de 2025, a rotina escolar dos estudantes do ensino médio será alterada, com um período de transição para os alunos que estiverem cursando durante esse tempo. A principal mudança é a reorganização da carga horária total de 3 mil horas, com uma nova divisão que aumenta o tempo destinado à formação geral básica.

A nova lei do Ensino Médio mantém a carga horária total de 3 mil horas ao longo dos três anos de estudo, mas introduz uma nova divisão. Anteriormente, a carga horária era distribuída de maneira diferente, mas a partir de 2025, será organizada da seguinte forma:

  • 2.400 horas para formação geral básica: Essa parte da carga horária é destinada às disciplinas tradicionais que compõem o currículo básico, como português, matemática, ciências, história e geografia. A formação geral básica tem como objetivo proporcionar uma base sólida de conhecimentos para todos os estudantes, independente de suas futuras escolhas profissionais ou acadêmicas.
  • 600 horas para itinerários formativos: Os itinerários formativos são módulos de disciplinas específicas que os estudantes podem escolher de acordo com suas áreas de interesse. As opções incluem linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, e ciências humanas e sociais aplicadas. Esses itinerários permitem uma maior personalização do ensino, atendendo às necessidades e aspirações individuais dos alunos.

Uma mudança importante na nova lei é a transferência da responsabilidade pela elaboração dos itinerários formativos para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Anteriormente, essa tarefa era de competência do Ministério da Educação (MEC). O CNE, formado por membros da sociedade civil indicados pelo MEC, agora será responsável por desenvolver e supervisionar os conteúdos e diretrizes dos itinerários formativos.

Essa mudança visa garantir uma maior participação da sociedade civil no processo educacional e assegurar que os itinerários sejam relevantes e adequados às realidades regionais.

Para os estudantes que optarem pelo ensino técnico, a nova lei também define uma estrutura específica de carga horária:

  • 1.800 horas para formação geral básica: Assim como no ensino regular, essa parte do currículo inclui as disciplinas fundamentais.
  • 300 horas para aprofundamento de estudos em disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) relacionadas à formação técnica profissional: Essa etapa proporciona uma integração mais direta entre os conhecimentos gerais e as competências técnicas.
  • 900 horas para disciplinas do curso técnico escolhido pelo estudante: Essas disciplinas são focadas nas habilidades e conhecimentos específicos necessários para a área técnica selecionada pelo aluno.

A oferta do ensino técnico poderá ser realizada em cooperação entre as secretarias de Educação dos estados e instituições credenciadas de educação profissional. Essa parceria visa ampliar as oportunidades de formação técnica e garantir que os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade e relevante para o mercado de trabalho.

Uma das questões mais debatidas durante a formulação da nova lei foi a obrigatoriedade do ensino de espanhol. Apesar das tentativas de alteração, o espanhol permanece como disciplina não obrigatória. A lei especifica que o espanhol deve ser ofertado de “forma adicional, como opção preferencial, na medida das possibilidades das redes de ensino”. A justificativa é que tornar o espanhol obrigatório geraria despesas públicas contínuas, o que não seria viável para todos os municípios.

A nova lei também traz disposições específicas para o ensino médio em comunidades indígenas. Nesses casos, o ensino médio poderá ser ofertado em línguas maternas, respeitando e valorizando as culturas e tradições indígenas. Essa medida é um reconhecimento da diversidade cultural do Brasil e da importância de uma educação inclusiva que atenda às necessidades específicas de todas as comunidades.

Para atender às demandas de estudantes que trabalham ou têm outros compromissos durante o dia, a nova lei estabelece que cada município deve ter ao menos uma escola pública oferecendo ensino médio no turno noturno. Essa medida deverá ser adotada caso haja demanda manifestada e comprovada pela matrícula no período noturno. O objetivo é garantir que todos os estudantes tenham acesso à educação, independentemente de suas circunstâncias pessoais ou profissionais.

A implementação das novas regras do Ensino Médio representa um desafio significativo para o sistema educacional brasileiro. As escolas precisarão se adaptar às novas diretrizes, reestruturando seus currículos e ajustando suas cargas horárias. Os professores também terão que ser capacitados para ensinar os novos itinerários formativos e integrar as disciplinas técnicas ao currículo geral.

No entanto, as mudanças também trazem oportunidades. A maior flexibilidade curricular e a possibilidade de personalização do ensino podem aumentar o engajamento dos estudantes e melhorar os resultados educacionais. Além disso, a ênfase na formação técnica pode ajudar a preparar os jovens para o mercado de trabalho, fornecendo-lhes habilidades práticas e relevantes.

Jornal da Fronteira junto com Você!

Whatsapp JF +55 49 9809-2923 – Canal direto com nossa redação!

Comunidade no Whatsapp: ENTRE

ou

Canal no Whatsapp: ACOMPANHE

ou

Siga no Google News: SEGUIR

Diretores de Sergipe visitam Paraná para conhecer avanços na educação estadual

Nesta ultima segunda-feira, 29 de julho, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) recebeu uma comitiva composta por cerca de dez diretores regionais de educação da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) de Sergipe.

O objetivo desta visita é conhecer a realidade das escolas da rede estadual do Paraná, com ênfase na gestão escolar, alfabetização dos estudantes, controle de frequência e acompanhamento do cotidiano em algumas escolas e núcleos regionais.

A troca de experiências entre os estados é vista como uma oportunidade valiosa para aprimorar as práticas educacionais em todo o país.

A comitiva sergipana foi recebida pelo secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, na sede da Seed-PR, em Curitiba. Durante o encontro, foi apresentada a evolução da educação no Paraná a partir da implementação de importantes iniciativas do Governo do Estado. Essas iniciativas são voltadas à gestão de resultados educacionais, monitoramento da aprendizagem e controle da frequência escolar.

Um dos principais destaques foi o Painel de Indicadores de Acompanhamento de Resultados da Educação, uma ferramenta que permite monitorar diariamente a frequência dos estudantes e identificar áreas que necessitam de reforço.

O Painel de Indicadores de Acompanhamento de Resultados da Educação, desenvolvido pela equipe técnica da Diretoria de Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado da Educação, é uma ferramenta crucial para a gestão escolar no Paraná. Lançado em 2019, ele permite o monitoramento de diversos indicadores pedagógicos e de gestão, como dados de acesso à internet nas escolas, frequência às aulas, índices de redações produzidas e atividades realizadas nas plataformas pedagógicas da rede.

A coleta e análise desses dados ajudam a avaliar o desempenho dos alunos, a eficácia dos programas educacionais e a eficiência da gestão escolar, permitindo a implementação de ações estratégicas para suprir eventuais lacunas pedagógicas.

A adoção de ferramentas como o Power BI foi um dos pontos que mais despertaram o interesse da comitiva de Sergipe. Elaine Melo Tomé, diretora educacional da Diretoria Regional de Educação (DRE) n°7 do Sertão Sergipano, destacou a importância dessas tecnologias para acompanhar o desempenho dos alunos e a eficácia dos programas educacionais. “O objetivo é acompanhar de perto a operação deste sistema e de que forma impacta o direcionamento educacional no dia a dia da rede”, explicou.

Durante a visita, foi discutida a importância de investir na capacitação dos profissionais da educação. O programa Formadores em Ação, criado em 2020, visa promover a melhoria da aprendizagem por meio da formação continuada e da troca de experiências entre os profissionais da educação do Paraná. O programa começou com quatro temáticas centrais e, em 2024, já engloba 73 temáticas, tendo formado mais de 11 mil turmas.

Outro destaque foi o Grupo de Estudos Diretor Formador, lançado em 2023, que oferece formação continuada para diretores e diretores auxiliares da rede estadual. Em 2023, 147 diretores formadores auxiliaram na formação de 1.300 diretores cursistas, e em 2024, 202 diretores formadores estão inspirando mais 1.994 diretores e diretores auxiliares. Essas iniciativas são fundamentais para melhorar a gestão escolar e as práticas de liderança pedagógica nas escolas, focando na melhoria da aprendizagem dos estudantes.

Após a recepção em Curitiba, a comitiva de Sergipe seguiu para Ponta Grossa, onde realizaram mais uma série de visitas técnicas em escolas da região, em conjunto com as equipes do Núcleo Regional de Educação. Essas visitas permitiram aos diretores conhecer de perto o funcionamento das escolas e os desafios enfrentados no dia a dia, além de observar a aplicação prática das ferramentas e iniciativas discutidas em Curitiba.

A visita da comitiva de Sergipe ao Paraná representa uma oportunidade única de troca de experiências entre os estados. Roni Miranda, secretário de Estado da Educação do Paraná, destacou a importância dessa interação para pensar em uma educação brasileira mais equânime e adaptada às necessidades e realidades dos estudantes.

“Acreditamos que a educação transforma vidas e é o único caminho para mudar realidades. A implementação de recursos educacionais que permitam mapear a educação nos estados de forma técnica é alternativa para redução das disparidades entre diferentes áreas e promoção da igualdade de oportunidades para todos os alunos”, afirmou.

Apesar dos avanços apresentados, tanto o Paraná quanto Sergipe enfrentam desafios comuns no que diz respeito à infraestrutura e aos recursos disponíveis para a educação. A troca de experiências ajuda a identificar soluções práticas e inovadoras que podem ser adaptadas e implementadas conforme as particularidades de cada região.

Um dos desafios principais é a adaptação das tecnologias e ferramentas de gestão educacional às realidades locais. O uso do Power BI e do Painel de Indicadores de Acompanhamento de Resultados da Educação no Paraná serve como exemplo de sucesso que pode ser replicado em Sergipe, ajustando-se às necessidades específicas dos educadores e estudantes sergipanos.

Jornal da Fronteira junto com Você!

Whatsapp JF +55 49 9809-2923 – Canal direto com nossa redação!

Comunidade no Whatsapp: ENTRE

ou

Canal no Whatsapp: ACOMPANHE

ou

Siga no Google News: SEGUIR

Processo seletivo SEED/PR 2024 oferece 4 mil vagas para professores

A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (SEED/PR) anunciou a abertura do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para 2024, com a oferta de 4 mil vagas para professores e professores pedagogos. As inscrições, que se iniciaram em 25 de julho, vão até 22 de agosto de 2024, às 16h, através do site do Instituto Consulplan.

Como realizar a inscrição

Os interessados devem acessar o site do Instituto Consulplan (www.institutoconsulplan.org.br) para realizar sua inscrição. A taxa de inscrição é de R$ 62,00 para uma inscrição e R$ 82,00 para duas inscrições. O pagamento do boleto deve ser feito até às 20h do dia 22 de agosto de 2024.

Existem duas categorias de inscrição: Educação Básica e Educação Profissional. Os candidatos podem optar por:

  1. Realizar até duas inscrições para a categoria Educação Básica, desde que para áreas de ensino diferentes.
  2. Realizar até duas inscrições para a categoria Educação Profissional, desde que para eixos tecnológicos diferentes.
  3. Realizar uma inscrição para cada categoria (Educação Básica e Educação Profissional).

Taxas de inscrição e procedimentos

Os candidatos podem escolher entre as categorias de concorrência (Educação Básica ou Educação Profissional) e selecionar uma opção de prova de acordo com a categoria escolhida. Além disso, devem selecionar um Núcleo Regional de Educação (NRE) e até dois municípios vinculados a esse NRE. Para Curitiba, onde o NRE é subdividido por setores, é possível escolher até dois setores.

Para a realização de duas inscrições, o procedimento deve ser repetido para cada inscrição, gerando um único boleto após a inserção de todas as informações necessárias. O candidato deve informar a escolaridade obrigatória, conforme especificado no edital.

Etapas do processo seletivo

O processo seletivo simplificado será conduzido pelo Instituto Consulplan e incluirá três etapas:

  1. Prova objetiva: De caráter classificatório e eliminatório, aplicada simultaneamente nos municípios sede dos Núcleos Regionais de Educação.
  2. Prova de títulos: De caráter classificatório.
  3. Prova prática: De caráter classificatório.

Vagas e remuneração

O PSS 2024 oferece um mínimo de 4 mil vagas, distribuídas nos 32 Núcleos Regionais de Educação, com possibilidade de ampliação conforme a necessidade de substituição na rede estadual de educação. As vagas são para as seguintes funções e cargas horárias:

  • Professor: Até 40 horas semanais.
  • Professor pedagogo: 20 ou 40 horas semanais.
  • Professor de Apoio à Comunicação Alternativa (PAC) e Professor de Apoio Educacional Especializado (PAEE): Até 25 ou 50 horas semanais.

Os requisitos mínimos de escolaridade variam conforme a função, e os salários são calculados por hora, com valores iniciais definidos pela tabela de vencimentos e remuneração da carreira do Quadro Próprio do Magistério (QPM). Os valores são:

  • Nível superior (Licenciatura Plena): R$ 24,56 por hora.
  • Licenciatura curta: R$ 18,42 por hora.
  • Acadêmicos e Ensino Médio: R$ 17,19 por hora.

Todos os vencimentos incluem um auxílio-transporte de R$ 4,95 por hora e uma gratificação de R$ 4,70 por hora, instituída pela Lei Complementar n.º 242, de 17 de dezembro de 2021.

A prova objetiva será realizada no dia 29 de setembro de 2024, no turno vespertino, com início às 12h. A duração da prova será de quatro horas para candidatos com uma inscrição e seis horas para candidatos com duas inscrições.

Para mais informações, os candidatos podem acessar o edital completo no site do Instituto Consulplan ou entrar em contato através do e-mail atendimento@institutoconsulplan.org.br ou pelo telefone 0800 100 4790.

Jornal da Fronteira junto com Você!

Whatsapp JF +55 49 9809-2923 – Canal direto com nossa redação!

Comunidade no Whatsapp: ENTRE

ou

Canal no Whatsapp: ACOMPANHE

ou

Siga no Google News: SEGUIR

MEC alerta para golpes e ressalta que inscrição no Prouni é gratuita

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota nesta quarta-feira (24) enfatizando que as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) são gratuitas e que o canal oficial e exclusivo para inscrição online  para o segundo semestre de 2024 é o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Assuntos relacionados

Desde 2004, o programa do governo federal oferta bolsas de estudo, integrais e parciais, em cursos de graduação em instituições de educação superior privadas.

As afirmações do MEC foram feitas após um site falso para inscrições no processo seletivo ser retirado do ar, na manhã desta quarta-feira. A página falsa tinha a mesma identidade visual da página oficial para induzir o internauta a erro. Porém, o endereço da rede mundial de computadores, conhecido como URL, era diferente.

Golpe

Antes de ser derrubado, o site falso solicitava a inserção de dados do candidato para então direcioná-lo a uma mensagem falsa que dizia ser necessário o pagamento da taxa de inscrição de R$ 100 para finalizar o cadastro no programa.

A mensagem do golpe ainda ameaçava o inscrito de ser desclassificado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano e de todas as futuras edições, caso não pagasse o valor.

No entanto, a cobrança de qualquer valor para inscrição no Prouni é indevida e ilegal.

Inscrições oficiais

As inscrições foram abertas pelo MEC nesta terça-feira (23) e os candidatos podem se inscrever até sexta-feira (26), somente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Nessa segunda edição de 2024, o Ministério da Educação (MEC) oferece 243.850 bolsas, sendo 170.319 integrais (100%) e 73.531 parciais (50%), distribuídas em 367 cursos de 901 instituições participantes do programa.

Para se inscrever, o candidato precisa ter acesso ao portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br, com login de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados.

No momento da inscrição, é preciso informar endereço de e-mail e número de telefone válidos; preencher dados cadastrais próprios e referentes ao grupo familiar; e selecionar, por ordem de preferência, até duas opções de instituição, local de oferta, curso, turno, tipo de bolsa e modalidade de concorrência dentre as disponíveis, conforme a renda familiar bruta mensal per capita do candidato.

Os interessados em fazer as inscrições podem fazer a consulta detalhada das bolsas, por curso, turno, instituição e local de oferta também no mesmo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Entre os critérios para participar do processo seletivo, é necessário que o candidato tenha participado do Enem nas edições de 2022 ou 2023, obtendo nota mínima de 450 pontos na média das cinco provas e nota acima de zero na redação.

Outra condição é ter renda familiar per capita que não exceda um salário mínimo e meio para bolsas integrais e três salários mínimos para bolsas parciais.

O público-alvo do programa federal é o estudante sem diploma de nível superior.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Rafa Neddermeyer

Sair da versão mobile