Donald Trump se justificou na noite de domingo, no Air Force One, após confirmar que os Estados Unidos poderiam comprar carne bovina argentina
O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou veementemente seu apoio econômico e político à Argentina quando um jornalista lhe perguntou por que ele compraria carne bovina argentina enquanto produtores agrícolas americanos reclamavam. “A Argentina está lutando por sua sobrevivência. Nada os beneficia. Vocês entendem o que isso significa? Eles não têm dinheiro, não têm nada, estão lutando arduamente para sobreviver, estão morrendo”, disse o presidente dos EUA a bordo do Air Force One.
A declaração veio após Trump anunciar que estava considerando comprar carne bovina argentina para reduzir os preços domésticos.
Vale destacar que o presidente dos EUA recebeu Milei na Casa Branca na semana passada com seu gabinete e prometeu assistência financeira e apoio político em uma semana crucial antes das eleições de meio de mandato. “Ele tem que vencer a eleição”, alertou Trump à época.
O Tesouro dos EUA não apenas interveio no mercado de câmbio, como também anunciou que poderia haver ajuda adicional, além de um swap cambial de US$ 20 bilhões.
Dessa forma, Trump deixou claro que seu interesse geopolítico na região é fundamental e que tentará ajudar a Argentina a “sobreviver em um mundo livre”. Ele também reiterou seu apoio a Milei: “O presidente argentino está tentando fazer o melhor que pode, não podemos dizer que está sendo divertido, o país está morrendo.”
Um dos tópicos discutidos na semana passada foi a presença da China na Argentina. Trump disse que não impõe condições ao swap chinês, mas que não acolheria exercícios militares ou bases chinesas militares na Argentina.
Entre as intervenções dos EUA nos mercados argentinos estava a compra de títulos e pesos. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também disse que haverá um swap cambial de US$ 20 bilhões e que a ajuda pode totalizar US$ 40 bilhões. Além disso, acredita-se que um anúncio sobre um acordo comercial entre os dois países possa ser feito nos próximos dias.
Além disso, durante a reunião na Casa Branca, o líder republicano condicionou o apoio dos EUA à Argentina às próximas eleições legislativas. “Se não vencerem, não contarão conosco. Se perderem, não seremos generosos com a Argentina”, alertou diante da delegação argentina em visita à Casa Branca.
A situação levou o governo a tentar esclarecer que a declaração de Trump se referia às eleições presidenciais de 2027. Mas, logo depois, foi o próprio Trump quem esclareceu que se referia às eleições de meio de mandato de 26 de outubro.
“Tive uma excelente reunião com Javier Milei hoje! Ele está fazendo a coisa certa por seu país. Espero que o povo argentino entenda o quão bem ele está fazendo seu trabalho e o apoie nas próximas eleições de meio de mandato, para que possamos continuar ajudando-o a alcançar o incrível potencial da Argentina. Milei tem meu total e completo apoio. Ele não os decepcionará. Vamos tornar a Argentina grande novamente!”, escreveu o presidente dos EUA em sua rede social Truth após a reunião.
Gabinete do Presidente
Enquanto isso, em nome do governo argentino, o presidente afirmou que “a situação é cristalina: se o país se desviar do caminho das ideias de liberdade e retornar ao populismo, os Estados Unidos deixarão de apoiar nosso país. Caso contrário, continuarão a nos apoiar”, escreveu.
Patricia Bullrich, Ministra da Segurança, também expressou esse sentimento: “Não é que eles vão nos abandonar no dia 26”, disse a autoridade no mesmo contexto.
“Não é que, se o resultado dessas eleições de meio de mandato não for uma vitória, o governo dos EUA deixará de nos apoiar. O que [Trump] disse é que, se este governo, com essa forma de pensar, deixar de ser o governo, então será preciso decidir se continuará a nos apoiar ou não”, afirmou a Ministra da Segurança.

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