O dólar à vista encerrou esta terça-feira (14) em queda de 0,84%, cotado a R$ 6,0466, enquanto o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,25%, atingindo 119.298,67 pontos. O movimento reflete a reação dos investidores a novos dados de inflação nos Estados Unidos e notícias sobre planos tarifários do presidente eleito norte-americano. Esses eventos moldaram o humor do mercado, impactando tanto o câmbio quanto a bolsa.
Os agentes financeiros reagiram a uma reportagem da Bloomberg que trouxe otimismo. A notícia apontou que a equipe econômica do presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo no próximo dia 20, avalia implementar tarifas de importação de forma gradual. Essa abordagem mais moderada aliviou parte do pessimismo em relação à política comercial do novo governo.
Ainda assim, o dólar não teve força para uma recuperação significativa no mercado externo. Os investidores continuam ajustando suas estratégias diante da perspectiva de que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, possa adotar uma abordagem mais cautelosa em relação à política monetária. A leitura da inflação ao consumidor dos EUA, prevista para esta quarta-feira (15), será crucial para definir os próximos movimentos do mercado. Caso os números venham acima do esperado, a aversão ao risco pode aumentar, pressionando os ativos globais.
No Brasil, o início do ano trouxe poucas novidades econômicas, com o recesso do Congresso limitando os impulsos políticos. Contudo, as declarações recentes de membros do governo sobre o compromisso com o equilíbrio fiscal forneceram algum alívio ao mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que novas medidas estão sendo estudadas para melhorar as contas públicas, reforçando a intenção de responsabilidade fiscal.
O especialista em câmbio Matheus Massote, da One Investimentos, destacou que as declarações do governo brasileiro ajudam a reduzir as preocupações fiscais, acalmando parcialmente os mercados. A sinalização de medidas concretas e responsáveis é essencial para manter a confiança dos investidores no país.
Embora o dólar tenha oscilado pouco nas últimas sessões, a queda expressiva registrada nesta terça-feira mostra que os investidores estão atentos aos desdobramentos internacionais e locais. Por outro lado, o Ibovespa, que voltou a superar os 119 mil pontos, demonstra resiliência, mesmo em um cenário de incertezas.
Os próximos dias serão decisivos, com destaque para os dados de inflação nos EUA e possíveis anúncios de medidas fiscais no Brasil. Ambos os fatores podem moldar o humor dos mercados e determinar as tendências de curto prazo.