O dólar registra queda nesta sexta-feira (24), refletindo a atenção dos investidores aos dados atualizados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial no Brasil. Esse indicador pode influenciar as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa Selic.
No cenário internacional, as recentes declarações de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sobre políticas comerciais seguem sendo monitoradas. Durante discurso no Fórum Econômico Mundial, Trump reiterou sua postura protecionista, prometendo cortes históricos de impostos e tarifas para empresas que produzirem fora do território americano. A incerteza quanto à aplicação efetiva dessas medidas continua favorecendo o real.
Mercado doméstico
Às 15h35, o dólar operava em queda de 0,44%, cotado a R$ 5,8996, após alcançar a mínima de R$ 5,8670 durante o dia. Na véspera, a moeda americana já havia recuado 0,34%, encerrando cotada a R$ 5,9255 — o menor valor desde novembro. Na semana, acumulou queda de 2,31%, enquanto no mês o recuo é de 4,11%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, também apresentou oscilação nesta sexta-feira, registrando queda de 0,02% no mesmo horário, alcançando 122.457 pontos. Na semana, houve leve alta de 0,11% e no acumulado mensal e anual, ganho de 1,83%.
Inflação e Selic
O IPCA-15 de janeiro registrou alta de 0,11%, desacelerando frente aos 0,34% de dezembro. Apesar disso, o acumulado de 12 meses ainda preocupa, com avanço de 4,50%, pressionando o Banco Central a continuar elevando a taxa de juros. A expectativa do mercado é que o Copom anuncie mais um aumento de 1 ponto percentual na Selic na reunião da próxima semana.
Além disso, o governo federal está avaliando medidas para conter a alta de preços, principalmente nos alimentos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ministros para discutir estratégias que possam trazer alívio à inflação.
Política internacional e tarifas comerciais
Enquanto isso, a posse de Donald Trump continua influenciando o cenário externo. Após sinalizar tarifas de 10% sobre produtos chineses e europeus, além de considerar sanções mais duras contra México e Canadá, Trump suavizou seu tom em relação à China. Durante uma entrevista, declarou que prefere evitar tarifas mais rígidas contra o país asiático.
O mercado financeiro acompanha com cautela, já que tarifas comerciais podem impulsionar a inflação nos EUA, levando o Federal Reserve (Fed) a manter juros elevados por mais tempo, fortalecendo o dólar.
No entanto, a ausência de ações concretas até o momento favorece uma valorização das moedas emergentes, como o real. Trump também criticou a política monetária do Fed, exigindo cortes imediatos na taxa de juros americana.
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Essa mistura de incertezas mantém o mercado financeiro em alerta, enquanto investidores aguardam novidades sobre as tarifas e a condução da política econômica global.