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Nova diretriz redefine limites da pressão arterial e transforma o ‘12 por 8’ em alerta

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Uma atualização das diretrizes médicas mudou o patamar considerado seguro para a pressão arterial no Brasil. A partir de agora, valores iguais ou superiores a 120 por 80 mmHg passam a ser classificados como pré-hipertensão, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19), durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo.

De acordo com a coordenadora da diretriz, Andréa Brandão, a alteração busca incentivar a prevenção e não causar alarme. Até então, a marca de 120 por 80 mmHg — popularmente conhecida como “12 por 8” — era vista como normal. No entanto, estudos recentes mostram que manter a pressão abaixo desse nível reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares.

O que é pressão arterial

A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias durante a circulação. Ela é medida em dois números: a pressão sistólica (máxima), que corresponde à contração do coração, e a diastólica (mínima), registrada quando o músculo cardíaco relaxa.

Valores acima do recomendado, quando persistentes, podem levar a complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e até alterações na visão. Por isso, especialistas reforçam que o controle da pressão arterial é um dos pilares da saúde cardiovascular.

Nova diretriz da SBC define pressão arterial de 12 por 8 como pré-hipertensão e reforça medidas preventivas contra doenças cardiovasculares.

Por que o 120 por 80 deixou de ser normal

Segundo Andréa Brandão, a mudança na classificação tem caráter preventivo. “O objetivo é que indivíduos com pressão de 120 por 80 mmHg sejam identificados como pré-hipertensos e, assim, adotem medidas de estilo de vida que evitem a evolução para hipertensão”, explica.

Entre essas medidas estão: não fumar, reduzir ou evitar bebidas alcoólicas, diminuir o consumo de sal, manter alimentação equilibrada, praticar exercícios regularmente e controlar o peso corporal.

Apesar da atualização, o diagnóstico de hipertensão continua válido para níveis iguais ou superiores a 140 por 90 mmHg. Para quem já tem a doença, a meta de tratamento agora é manter a pressão abaixo de 130 por 80 mmHg, pois pesquisas recentes apontam que esse controle reduz de forma expressiva os riscos de complicações.

A importância do monitoramento desde cedo

A nova diretriz recomenda que a pressão seja medida a partir dos 3 anos de idade, com avaliações anuais. Em crianças com doenças congênitas, a aferição deve começar ainda antes. Para adolescentes e adultos jovens, a mesma periodicidade se aplica.

Entre os idosos, a atenção deve ser redobrada. Estudos mostram que entre 60% e 70% das pessoas acima de 65 anos convivem com hipertensão arterial. Homens a partir dos 55 anos e mulheres após a menopausa também precisam acompanhar os níveis de pressão com mais frequência. Mesmo sem sintomas, é indicado realizar a medição ao menos a cada seis meses.

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Como manter a pressão em níveis adequados

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de atividades físicas é essencial para o controle da pressão. A recomendação é que adultos e idosos realizem entre 150 e 300 minutos semanais de atividade moderada ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos, além de fortalecer a musculatura pelo menos duas vezes por semana.

Outros cuidados fundamentais incluem:

  • Reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados.
  • Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
  • Manter uma alimentação rica em frutas, verduras e fibras.
  • Controlar o peso corporal e evitar o sedentarismo.
  • Dormir bem e reduzir os níveis de estresse.

Um desafio para milhões de brasileiros

Atualmente, estima-se que de 30% a 32% da população adulta brasileira viva com hipertensão. São milhões de pessoas que, em muitos casos, precisam de tratamento contínuo com medicamentos para reduzir os riscos de complicações cardiovasculares, renais e vasculares.

Para a cardiologista Andréa Brandão, o enfrentamento dessa realidade depende de um esforço coletivo. “É uma condição que persiste há muitos anos no Brasil e exige prevenção, vigilância e conscientização em saúde”, afirma.

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