O aroma que invade as manhãs brasileiras tem história. No dia 24 de maio, o Brasil celebra oficialmente o Dia Nacional do Café, uma data que não homenageia apenas uma bebida, mas também um dos pilares econômicos, culturais e afetivos do país.
Por que o Dia do Café é celebrado em 24 de maio?
O 24 de maio marca o início oficial da colheita nas principais regiões produtoras de café no Brasil. A data foi instituída pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) e também simboliza a importância do grão na cultura, na economia e no cotidiano dos brasileiros.
Além de representar um marco agrícola, o Dia do Café é uma homenagem a um dos hábitos mais enraizados na sociedade brasileira: tomar um cafezinho, seja para começar o dia, reunir amigos ou fechar negócios.
A história do café no Brasil
O café chegou ao Brasil em 1727, de forma quase clandestina. Segundo registros históricos, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta foi enviado à Guiana Francesa com a missão diplomática — e secreta — de trazer sementes de café. Seduzindo a esposa do governador local, conseguiu dela algumas mudas escondidas em um buquê de flores.
Inicialmente, o cultivo começou no Pará, depois avançou para o Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e, posteriormente, se expandiu pelo Vale do Paraíba, no eixo entre Rio e São Paulo.
Mas foi a partir do século XIX que o café se consolidou como motor da economia brasileira. O chamado “Ciclo do Café” transformou cidades, impulsionou a construção de ferrovias, portos e até foi responsável por grandes fluxos migratórios, principalmente de imigrantes europeus que substituíram a mão de obra escravizada após a abolição.
Durante décadas, o Brasil foi praticamente dependente da monocultura do café, que gerou riquezas imensas para as elites rurais — os famosos “barões do café” — e também aprofundou desigualdades sociais e regionais.
O poder econômico do café foi tão grande que influenciou diretamente a política brasileira. O famoso sistema da “Política do Café com Leite”, no início do século XX, era a aliança entre São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais (produtor de leite), que se revezavam no comando da República.
Além do impacto econômico, o café moldou costumes, criou tradições e, até hoje, é parte da identidade nacional. Seu papel vai além da mesa — ele está presente na arquitetura das antigas fazendas, nos museus, nas histórias familiares e até na música e na literatura brasileira.
O Brasil no topo do mundo do café
Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por cerca de 35% da produção global, segundo a Organização Internacional do Café. Além disso, é um dos maiores mercados consumidores do planeta.
O cultivo se concentra principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná, com destaque para os cafés especiais, que ganharam protagonismo no mercado internacional por sua alta qualidade e sustentabilidade.
O setor emprega milhões de pessoas direta e indiretamente, movimentando a economia de centenas de cidades e fortalecendo o agronegócio brasileiro.
Café hoje
Se antes o café estava restrito ao coador e à garrafa térmica da cozinha, hoje ele também é sinônimo de sofisticação. O crescimento das cafeterias de especialidade, os métodos artesanais (como V60, Aeropress e prensa francesa) e a valorização da origem dos grãos transformaram a relação do brasileiro com o café.
Ao mesmo tempo, o tradicional “cafezinho” segue firme, democrático e presente em todos os lares, das metrópoles aos interiores, atravessando gerações, classes sociais e realidades.
Conclusão
Celebrar o Dia do Café no Brasil, em 24 de maio, é reconhecer que esse grão é muito mais que uma bebida. É história, é cultura, é memória e, principalmente, é um símbolo de resistência, trabalho e afeto.
LEIA MAIS: Os 3 melhores jeitos de fazer café