Por que muitas pessoas não conseguem ler um livro em pouco tempo? Ou, tem algumas, não consegue terminar um livro nem mesmo em um ano inteiro?
Por causa das distrações. Nos dias atuais, o celular é o principal problema para quem deseja ler. A pessoa pega o livro, e lembra de mandar uma mensagem no WhatsApp, perde nisso 20 minutos, conferindo outras conversas. Então retoma a leitura e 10 minutos depois, algo lhe faz lembrar as redes sociais, então pega o celular novamente e confere o Instagram, o Facebook, e algo o levar a algum vídeo, perde mais de 30 minutos. Nessa altura, já perdeu o “fio da meada”, e o livro perde o sentido.
Às vezes, tudo o que precisamos é de uma leitura envolvente que nos transporte para mundos extraordinários em pouco tempo. Mundos tão fantásticos, que não encontramos nada igual nos smartphones.
Se você busca uma experiência literária que possa ser desfrutada em apenas 24 horas, está no lugar certo. Quem sabe, se você se desafiar e conseguir atingir a meta de ler um livro em dois dias, você não retoma o hábito da leitura com firmeza. Aqui neste trabalho, relacionamos cinco livros que prometem cativar sua imaginação e prender sua atenção do início ao fim.
1. “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger
Considerado um dos romances mais impactantes do século XX, “O Apanhador no Campo de Centeio” emerge como o retrato definitivo da juventude na literatura. Desde sua publicação em 1951, esta obra-prima já vendeu mais de 70 milhões de cópias, deixando uma marca indelével nas gerações de leitores com sua representação franca da adolescência, sua prosa ágil e desbocada, e seu humor feroz e anárquico. A nova edição que agora chega aos leitores brasileiros, com tradução do premiado Caetano W. Galindo, apresenta pela primeira vez a icônica capa original do lançamento.
Na atmosfera natalina, encontramos Holden Caulfield, protagonista expulso de mais uma escola. Munido com o dinheiro da venda de uma máquina de escrever e seu emblemático boné vermelho de caçador, o jovem elabora um plano incerto: embarcar em um trem rumo a Nova York e vagar pela grande cidade por três dias, adiando o enfrentamento com seus pais sobre a expulsão. Seus dias e noites se desenrolam em uma série de encontros confusos, ocasionalmente comoventes, com estranhos, confrontos com os menos dignos, reencontros com ex-namoradas, visitas à sua irmã Phoebe – a única pessoa que parece compreendê-lo completamente – e uma questão persistente: para onde vão os patos do Central Park no inverno? Acima de tudo, emerge a voz inconfundível de Holden, o adolescente furioso e idealista determinado a desafiar o mundo dos “fajutos”, em uma vertiginosa montanha-russa de ressentimento, humor, observações sagazes, incertezas, bravatas e rebelião juvenil.
Na versão da Editora Todavia, que tem 256 páginas, à venda na Amazon por R$ 53,82, o leitor pode se aprofundar em uma leitura concentrada, podendo ler o livro em 12 horas.
2. “O Sol é para Todos”, de Harper Lee
Uma das obras mais emblemáticas da literatura mundial, “O Sol é para Todos” foi laureado com o Prêmio Pulitzer em 1961 e adaptado para o cinema, conquistando o Oscar de melhor roteiro adaptado no ano seguinte. Desde sua estreia em 1960, o livro mantém um impressionante ritmo de vendas, superando a marca de um milhão de cópias anuais em língua inglesa. Esta narrativa atemporal aborda temas como tolerância, perda da inocência e o conceito de justiça.
Neste envolvente relato, situado no Sul dos Estados Unidos durante a década de 1930, uma região marcada pela violência do preconceito racial, somos convidados a contemplar um mundo de beleza e injustiças por meio dos olhos de uma menina curiosa e perspicaz. Enquanto isso, seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de um crime terrível.
A narrativa aborda questões cruciais de raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação. “O Sol é para Todos” permanece tão relevante hoje quanto na época de seu lançamento, durante os tumultuados anos da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Considerado um dos principais romances norte-americanos do século XX, este livro surpreende pela atualidade de sua trama e estilo. A persistência do tema central, o racismo, é habilmente explorada através da voz de Scout, uma criança sensível, filha do advogado Atticus Finch. Enquanto acompanhamos o desenrolar do infame caso em Maycomb, Alabama, nos anos 1930, somos confrontados com o preconceito racial, a inércia diante da injustiça e a maldade latente nas relações humanas.
Scout compartilha sua visão única sobre a vida em Maycomb, desde as férias de verão com seu irmão, Jem, e o amigo Dill, até as intrigas da escola e os momentos em família. Porém, a tranquilidade aparente é rompida pela chocante reação da comunidade diante da acusação contra Tom Robinson.
O impacto duradouro de “O Sol é para Todos” é evidenciado por sua inclusão em diversas listas e estudos sobre literatura. Reconhecido como o melhor romance do século XX pelo Library Journal e destacado como um dos 100 melhores romances em língua inglesa desde 1900 pela Modern Library, o livro continua a emocionar e inspirar leitores de todas as idades. Um verdadeiro clássico moderno que transcende as barreiras do tempo e da idade.
Na edição da Editora José Olympio disponível na Amazon, com 349 páginas, o leitor é desafiado a uma leitura sem precedentes, podendo concluir o livro em dois dias de leitura, se deixar as distrações de lado.
3. “A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón
Publicado no Brasil pela Editora Suma, este livro tem 301 páginas, mas detém uma qualidade impressionante, podendo capturar o leitor para uma saga do início ao fim. A história se passa em Barcelona, 1957. Em meio à escassez de clientes na livraria Sempere & Filhos durante a época natalina e o acúmulo de contas, surge um acontecimento singular: um homem com mãos de porcelana adentra a loja e adquire o item mais valioso disponível – um exemplar extremamente raro de “O Conde de Monte Cristo”. Ele deixa uma dedicatória intrigante: “Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro”.
Esse evento desencadeia uma jornada para desvendar mais sobre a história de Fermín, revelando seus anos no Castelo Montjuic durante a prisão do governo Franco, sob a administração do sinistro Mauricio Valls. Com o temor de que um segredo guardado por duas décadas venha à tona, Fermín compartilha com Daniel suas tentativas de fuga da prisão ao lado de um companheiro de cárcere.
“O Prisioneiro do Céu” é uma narrativa envolvendo temas de prisão, tortura, inveja, traição e assassinato, em que os enredos de “A Sombra do Vento” e “O Jogo do Anjo” convergem para desvendar o enigma oculto no cerne do Cemitério dos Livros Esquecidos.
4. “1984”, de George Orwell
Originalmente publicado em 1949, “1984” é uma distopia futurista que se destaca como um dos romances mais influentes do século XX, firmemente estabelecido como um clássico moderno indiscutível. Lançada pouco antes da morte do autor, esta obra magistral continua a ressoar como uma reflexão contundente sobre os perigos do poder totalitário.
Winston, o protagonista de “1984”, último trabalho de George Orwell, encontra-se aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade controlada pelo Estado, onde a coletividade coexiste com uma solidão avassaladora. Sob a constante vigilância do Grande Irmão, uma personificação literária do poder cínico e cruel, a ideologia do Partido dominante em Oceânia é desprovida de qualquer objetivo além do próprio poder. Conforme explicado por O’Brien, um alto membro do Partido, “nós só queremos o poder por si só. Não riqueza, não luxo, não longevidade, não felicidade: apenas poder pelo poder, poder puro”.
Desde sua publicação em 1949, essa distopia assustadora, ambientada em um futuro sinistro e próximo, tem cativado um vasto público. Seus elementos fundamentais – um indivíduo desafiando uma ditadura opressiva, a representação do sexo como um ato de rebelião, e os horrores do totalitarismo – atraíram leitores de todas as idades e orientações políticas. A escrita cristalina de Orwell, aliada a personagens vívidos e uma trama incisiva, permeada por um tom sombrio e satírico, garantiram a posição de “1984” como um dos grandes clássicos modernos da literatura.
A edição da Companhia das Letras, com fonte maior e mais destacada, tem 416 páginas, mas apesar de ser um livro mais grosso, é extremamente agradável, podendo ser lido em 24 horas.
5. “A Metamorfose”, de Franz Kafka
Uma obra-prima para você ler em poucas horas. “A Metamorfose” é não apenas a novela mais célebre de Franz Kafka, mas também uma das mais importantes na história da literatura mundial. Sem rodeios, o texto apresenta ao leitor o protagonista, o famoso caixeiro-viajante Gregor Samsa, transformado em um inseto monstruoso. A partir desse ponto de virada, a narrativa se desenrola com um realismo surpreendente, mesclando elementos inverossímeis com um senso de humor peculiar, explorando as facetas trágicas, grotescas e cruéis da condição humana. Tudo isso é apresentado no estilo transparente e impecável característico deste mestre inconfundível da ficção universal.
É um livro tão pequeno, não mais que 100 páginas, mas tão fantástico, que a sua leitura cativante é feita em poucas horas.
Com esses cinco livros extraordinários, você pode embarcar em uma jornada literária emocionante e absorvente, mesmo que tenha apenas 24 horas para dedicar à leitura, não mais do que isso, se deixar as distrações de lado.
Cada obra oferece uma experiência única e inesquecível, garantindo que seu tempo seja bem aproveitado e sua imaginação alimentada. Então, pegue um desses livros, encontre um local confortável e mergulhe em mundos fascinantes que estão esperando para serem explorados.