Descobertos tesouros de ouro em antiga tumba de 1,3 mil anos no Panamá

Via Revista Galileu

Uma recente descoberta arqueológica no Parque Arqueológico El Caño, no Panamá, trouxe à luz uma tumba de 750 d.C., pertencente a um membro da elite da antiga sociedade Coclé. Divulgado pelo Ministério da Cultura panamenho na última sexta-feira (1º), o achado revelou dezenas de tesouros de ouro até então inéditos, proporcionando uma visão mais profunda sobre a sociedade pré-hispânica que habitava a região entre 700 e 1000 d.C.

Julia Mayo, diretora da Fundação El Caño, explicou que a descoberta revela um tipo peculiar de enterro conhecido como sepultamentos múltiplos e simultâneos. Esses sepultamentos consistem na inumação de um número variável de indivíduos na mesma tumba, com indivíduos de alto status frequentemente enterrados junto com outros que foram sacrificados anteriormente para servir como acompanhantes.

Entre os tesouros de ouro encontrados na tumba estavam peitorais, cintos de contas, brincos feitos com dentes de cachalote com capas de ouro, chocalhos, pulseiras e uma tanga feita com dentes de cachorro, além de um conjunto de flautas de osso. Essas descobertas não apenas revelam a riqueza material da sociedade Coclé, mas também indicam seu alto nível de sofisticação cultural e artística.

ouro terra
Via Revista Galileu

A cultura pré-hispânica é conhecida por sua riqueza e complexidade, e a sociedade Coclé não é exceção. Florescendo na região que hoje é o Panamá, entre os anos 700 e 1000 d.C., os Coclé eram conhecidos por sua arte, cerâmica e complexos sistemas de organização social. Descobertas arqueológicas revelam uma sociedade altamente estratificada, com uma elite dominante que controlava a produção e distribuição de recursos.

O ouro desempenhava um papel central na sociedade Coclé, não apenas como uma demonstração de poder e status, mas também como uma forma de comércio. A elite controlava esses recursos preciosos, fortalecendo sua posição de liderança política e religiosa. Além disso, os Coclé eram ativos no comércio regional, participando da troca de mercadorias como cacau, jade e cerâmica, o que lhes proporcionava acesso a uma variedade de bens de luxo e recursos valiosos.

A descoberta da tumba no Parque Arqueológico El Caño representa mais do que simplesmente uma coleção impressionante de tesouros de ouro. É uma janela para o passado, oferecendo insights sobre as tradições funerárias, a estrutura social e o comércio de uma civilização há muito perdida. À medida que os arqueólogos continuam a escavar e estudar esses sítios, podemos esperar aprender ainda mais sobre os mistérios e maravilhas das antigas sociedades das Américas.

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